DD – PMC - Lusa - foto Manuel de Almeida
A presidente da
Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados (APRE!) classificou hoje a
posição do ministro Paulo Portas quanto à taxa sobre os pensionistas de
“impensável” e disse que se está contra não pode continuar no Governo.
Maria do Rosário
Gama, que falava em declarações à agência Lusa a propósito das declarações de
Paulo Portas de que é "politicamente incompatível" com a
"impropriamente chamada Taxa Social Única [TSU] dos pensionistas",
salientou que o ministro "não pode estar contra a taxa e continuar no
Governo".
“Acho que estão a
querer fazer das pessoas ignorantes. Se a taxa de sustentabilidade foi inscrita
no documento a apresentar à ‘troika’ e teve a assinatura do Dr. Paulo Portas,
que já se havia pronunciado contra ela, então esta taxa tem todas as
probabilidades de vir a ser aplicada”, adiantou Maria do Rosário Gama.
O ministro de
Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, disse na quinta-feira à
noite, em Lisboa, que é “politicamente incompatível com a TSU dos pensionistas,
por razões de justiça social, por razões de impacto económico e até por razões
de prudência jurídica".
"Sei que há um
limite, trabalhei com os meus colegas do Governo para que esse limite não fosse
ultrapassado. Não foi, e penso que não será. Tenho uma palavra e não duas ao
mesmo tempo", frisou.
A presidente da
Apre! disse à Lusa que “uma assinatura é um compromisso”.
“Terei de dizer que
este jogo não é sério. Não se assina um documento faz de conta. Não se pode
estar contra uma medida e ao mesmo tempo sufragar essa medida, portanto, isto
só pode ser compreendido como uma forma de garantir o eleitorado, traindo-o”,
frisou.
Maria do Rosário
Gama considera que esta situação é “inédita” e “impensável”, defendendo a queda
do Governo de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas.
“Num dia dizem uma
coisa, noutro dizem outra. É uma forma de garantir o eleitorado, afinal somos
três milhões [de pensionistas], um terço da população. Já toda a gente percebeu
o esquema de Paulo Portas que é ter um pé dentro e outro fora [do Governo]”,
realçou.
Na opinião da
responsável, esta situação reflete o “descrédito total dos políticos e da forma
como encaram a política”.
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