Angola Press
Bissau - A China vai entregar cereais à Guiné-Bissau, para ajudar a colmatar as carências nalguns pontos do país, explicaram hoje (segunda-feira), o Primeiro-ministro de transição guineense, Rui Duarte Barros, e o embaixador da China em Bissau, Wang Hua, noticiou à Lusa.
Ambos falaram à
agência Lusa no Palácio do Governo, em Bissau, à saída da cerimónia de
assinatura do acordo que formaliza o apoio.
Trata-se de
"uma ajuda directa, com entrega de cereais", referiu Rui Duarte
Barros, mas os detalhes do auxílio ainda estão por definir.
"Pode ser
arroz, milho ou outras variedades alimentícias escolhidas segundo decisão do
povo" e que serão entregues de seguida, acrescentou o embaixador
chinês.
O arroz é o
principal alimento dos guineenses, mas os maus resultados da campanha de caju
(principal produto de exportação), estão a deixar muitas famílias sem
capacidade para comprar o cereal, sobretudo nas zonas rurais.
De acordo com um
relatório de Junho do Programa Alimentar Mundial (PAM), e da Organização das
Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), este ano o preço médio de
um quilo de caju ronda os 112 francos (17 cêntimos), contra 300 francos (45 cêntimos) em 2012.
No último ano, as
populações rurais trocaram um quilo de caju por um quilo de arroz, mas agora
são precisos três quilos de caju para um quilo de arroz, refere também o
relatório.
A situação fez com
que o governo de transição endereçasse um pedido "a toda a comunidade
internacional para um apoio de emergência em segurança alimentar" e a
China "prontificou-se imediatamente a conceder este apoio", referiu
Rui Duarte Barros.
Para o embaixador
da China na Guiné-Bissau, Wang Hua, "os dois povos são irmãos, apesar da
larga distância" que os separa.
"Vendo a
situação crítica alimentícia do povo guineense, o governo da China tomou a
decisão de fazer este modesto apoio como demonstração de amizade",
acrescentou.
Wang Hua, espera
que "o povo guineense possa, através do seu esforço e sacrifício, solucionar
para o futuro, de uma vez, o problema alimentício.
"Vamos
trabalhar juntos", acrescentou, dizendo que a China está a concretizar
"o que um amigo tem que fazer".
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