domingo, 8 de setembro de 2013

DE PORTUGAL PARA TIMOR-LESTE PARA AJUDAR A DESENVOLVER O TURISMO

 


Díli, 08 set (Lusa) - Gally Soares de Araújo tem 27 anos, estudou turismo na Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril, Portugal, e regressou a Timor-Leste para ajudar a desenvolver um setor que, defendeu, precisa de ter mais condições.
 
A desenvolver no país projetos ligados ao turismo na área das acomodações sobre os quais não quis revelar grandes pormenores, porque o "segredo é a alma do negócio" em qualquer parte do mundo, Gally Soares de Araújo trabalha também na Câmara de Comércio e Indústria de Timor-Leste.
 
É lá que está a ajudar a mudar o paradigma do turismo em Timor-Leste.
 
"Estamos a pegar no que já existe e a transformar as coisas. Se queremos pedir um preço por um bom prato ou cama é preciso ter qualidade. Temos de criar condições", afirmou à agência Lusa.
 
Para Gally Soares de Araújo, é preciso reestruturar e transformar a oferta que existe no país.
 
Na Câmara de Comércio e Indústria está a ajudar a desenvolver alguns projetos ligados ao turismo e a melhorar a qualidade de serviços em unidades de alojamento, nomeadamente através de formação.
 
"Certamente que há algumas dificuldades neste ramo. Como país emergente nós atravessamos várias fases. Viemos de uma fase complicada da ocupação indonésia, mas sendo um país jovem temos esta grande missão e ambição de vencer na vida", afirmou.
 
Com Bali e Tailândia a rivalizar com o destino Timor-Leste, Gally Soares de Araújo considerou que são no entanto bons exemplos para o país.
 
"Têm características semelhantes às de Timor-Leste e creio que podemos aprender com os erros e com as qualidades que apresentam para melhorar as condições de Timor-Leste no futuro", afirmou.
 
Para o futuro, o jovem defende a promoção do destino Timor-Leste, porque é desconhecido em muitas partes dos Estados Unidos e da Europa, para um nicho de mercado, o de cinco estrelas.
 
"Não temos as condições mínimas para receber um turista de cinco estrelas, mas o futuro vai passar por aí, por um mercado de nicho, um mercado em que o turista que vem para Timor procura ficar entre cinco e nove noites em Timor e creio que se planearmos o turismo nesse sentido vai criar não só maior impacto em termos económicos, como em termos ambientais vai minimizar os impactos negativos", adiantou.
 
Como destino, Gally Soares Araújo considera Timor-Leste um país muito interessante porque tem características únicas relacionadas com a passagem de vários povos pelo país.
 
"Devido à presença de outros povos em contacto com o povo indígena timorense criou-se aqui uma grande variedade em termos culturais a todos os níveis gastronómicos, costumes e a nível de sentimentos", disse.
 
Para Gally Soares de Araújo, a "hospitalidade dos timorenses está lá. Agora, precisa de ser melhorada ao nível dos serviços".
 
"Mas há um potencial, é um diamante em bruto que precisa de ser trabalhado", disse.
 
Aos jovens timorenses pede ainda para "sonhar muito alto".
 
"Timor é um país de oportunidades e não há limites para sonhar. Os nossos avôs e os nossos pais fizeram o mais difícil em termos físicos, nós temos agora a responsabilidade em termos intelectuais de desenvolver da melhor forma este país", disse.
 
MSE // MLL - Lusa
 
Na foto: Gally Soares de Araújo
 
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