Equipe do Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil
A relatora especial das Nações Unidas sobre direitos humanos nos territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese, declarou que todas as investigações que conduziu no ano passado fornecem evidências conclusivas de que Israel está cometendo genocídio na Faixa de Gaza.
Albanese fez essas observações durante um discurso na segunda-feira no Parlamento espanhol.
Falando sobre “o papel do embargo militar nos processos de construção da paz”, sua palestra fez parte de uma campanha organizada pela organização Rede Espanhola de Solidariedade Contra a Ocupação da Palestina (RESCOP) para interromper as vendas de armas a Israel, com o objetivo de impedir o que ela descreveu como genocídio contra o povo palestino.
Albanese destacou que passou o último ano “documentando o genocídio cometido por Israel na Palestina”, enfatizando que “não há dúvida de que Israel está cometendo genocídio em Gaza, bem como operações intensivas de destruição”.
Ela explicou que suas investigações, conduzidas em colaboração com 30 especialistas da ONU, juntamente com uma decisão de julho da Corte Internacional de Justiça (CIJ), afirmam claramente que Israel está cometendo genocídio nos territórios palestinos ocupados.
O TIJ decidiu em 19 de julho que os territórios palestinos ocupados constituem uma “unidade territorial única” que deve ser protegida e respeitada.
De acordo com Albanese, as ações de Israel causaram “danos irreparáveis” às vidas dos palestinos na Faixa de Gaza. Ela enfatizou que a adesão às decisões do ICJ é obrigatória para todos os estados-membros da ONU e alertou que continuar a negociar armas com um estado que comete genocídio constitui uma violação da Carta da ONU.
O Relator Especial também abordou a operação do Hamas em assentamentos e bases militares perto da Faixa de Gaza em 7 de outubro de 2023, afirmando que ela “não justifica de forma alguma o genocídio cometido por Israel”.
Ela argumentou que “impor um embargo de armas por si só (a Israel) não é suficiente” e pediu medidas adicionais, incluindo “cortar todas as relações militares, acadêmicas e diplomáticas com Israel”.
Ao concluir seu discurso, Albanese ressaltou que Israel está perpetrando “crimes de guerra e crimes contra a humanidade”, particularmente nos territórios palestinos ocupados.
Genocídio em andamento
Desrespeitando uma resolução do Conselho de Segurança da ONU exigindo um cessar-fogo imediato, Israel enfrentou condenação internacional em meio à sua contínua ofensiva brutal em Gaza.
Atualmente sendo julgado pelo Tribunal Internacional de Justiça por genocídio contra palestinos, Israel vem travando uma guerra devastadora em Gaza desde 7 de outubro.
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, 43.972 palestinos foram mortos e 104.008 ficaram feridos no genocídio israelense em Gaza, que começou em 7 de outubro de 2023.
Além disso, pelo menos 11.000 pessoas estão desaparecidas, presumivelmente mortas sob os escombros de suas casas em toda a Faixa.
Israel diz que 1.200 soldados e civis foram mortos durante a Operação Inundação de Al-Aqsa em 7 de outubro. A mídia israelense publicou reportagens sugerindo que muitos israelenses foram mortos naquele dia por "fogo amigo".
Organizações palestinas e internacionais dizem que a maioria dos mortos e feridos são mulheres e crianças.
A guerra israelense resultou em uma fome aguda, principalmente no norte de Gaza, resultando na morte de muitos palestinos, principalmente crianças.
A agressão israelense também resultou no deslocamento forçado de quase dois milhões de pessoas de toda a Faixa de Gaza, com a grande maioria dos deslocados forçada a se mudar para a cidade densamente povoada de Rafah, no sul, perto da fronteira com o Egito — no que se tornou o maior êxodo em massa da Palestina desde a Nakba de 1948.
Mais tarde na guerra, centenas de milhares de palestinos começaram a se mudar do sul para o centro de Gaza em uma busca constante por segurança.
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