Procurador-geral da
República, Augusto Paulino, critica o aparelho da Justiça
Orlando Macuácua –
O País (mz)
“Há companheiros
que podem ser tentados a justificar a nossa ineficiência com falta de meios.
Outros recorrem a inverdades para agradar a direcção. Esse não deve ser o nosso
caminho”.
O procurador-geral
da República, Augusto Paulino, disse, ontem, que é preciso purificar as
fileiras da administração da Justiça no combate ao crime de raptos no país e
avança inclusive que não é satisfatória a resposta que o Estado tem dado no combate
a este crime, na medida em que já foram reportados múltiplos casos só no
presente ano.
“Os raptos não
cessarão enquanto não houver uma profunda purificação de fileiras dos
infiltrados no nosso seio, no seio do judiciário”, afirmou o procurador, para depois
acrescentar que alguns raptos “são planificados na B.O e já foram também
(planificados) nas celas do Comando da Polícia da República de Moçambique (PRM)
da cidade”.
O envolvimento de
agentes da polícia nos casos de raptos indignou Paulino, tendo lembrando o caso
recentemente julgado, na cidade de Maputo, no qual dos cinco condenados três
são agentes da polícia.
“Estes companheiros
não dignificaram a farda que usaram. Usaram nas armas do Estado para a prática
de raptos contra o nosso povo. São companheiros que se colocaram claramente ao
serviço do nosso inimigo - o crime organizado”, acrescentou.
Paulino, que falava
na abertura da segunda sessão do Conselho Coordenador da Procuradoria-Geral da
República (PGR), que decorre no edifício-sede da instituição, na capital do
país, disse que a resposta do Estado ao fenómeno dos raptos que grassa as
cidades de Maputo, Matola e Beira tarda para as expectativa dos seus agentes e
muito mais para “as expectativas dos cidadãos”.
Recorde-se que, de
2011 (período em que inicia a onda de raptos) a esta parte, já foram reportados
mais de quatro de dezenas de casos de raptos.
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