Pequim, 05 dez
(Lusa) - O vice-presidente norte-americano, Joe Biden, disse hoje que a nova
zona de identificação de defesa aérea que a China declarou no Mar da China
Oriental causou "apreensão significativa" e instou o país a reduzir
as tensões na Ásia-Pacífico.
Joe Biden, que
falava para cerca de 60 empresários norte-americanos na China, expressou
preocupação quanto à decisão do país de expandir a sua influência militar no
espaço aéreo sobre o Mar da China Oriental, e disse que tinha discutido o
assunto durante mais de quatro horas com o Presidente chinês, Xi Jinping.
"O anúncio
recente e súbito do estabelecimento de uma nova zona de identificação de defesa
aérea tem, obviamente, causado significativa apreensão na região", disse
Joe Biden, frisando: "Fui bastante direto sobre a nossa posição firme e
expectativas na minha conversa com o Presidente Xi".
A China declarou a
23 de novembro o estabelecimento unilateral de uma "zona de identificação
de defesa aérea" sobre uma área na costa sudeste que inclui o arquipélago
das Diaoyu/ Senkaku, cuja soberania disputa com o Japão.
Na sequência da
declaração dessa zona, que irritou os países vizinhos e os Estados Unidos,
Pequim requer agora que os aviões que sobrevoam a área se identifiquem
previamente e comuniquem os seus planos de voo.
Dias depois do
anúncio de Pequim, dois bombardeiros B-52 norte-americanos, que levantaram da
ilha de Guam no Pacífico, atravessaram a zona sem avisar as autoridades
chinesas.
As advertências de
Joe Biden surgiram no final da sua visita a Pequim.
O tema da nova zona
de identificação de defesa aérea dominou a agenda do vice-presidente
norte-americano na viagem à Ásia, que passou por Tóquio, no início desta
semana, e que continuará em Seul, a partir do final do dia de hoje.
Um alto funcionário
da Casa Branca, que falou aos jornalistas, em Pequim, na quarta-feira no final
do dia de reuniões dos líderes, reiterou que os Estados Unidos não reconhecem a
decisão da China, mas que era determinante que Pequim não tomasse nenhuma ação
ligada à área que aumentasse as tensões na região.
"Nós também
deixámos claro que não só os Estados Unidos, mas também outros países, esperam
medidas para diminuir as tensões e que isso inclui evitar ações que poderiam
levar a uma crise", disse o mesmo responsável, sob a condição de
anonimato, citado pela AFP.
FV // DM - Lusa
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