Bento Kangamba é
acusado de financiar uma rede de tráfico de mulheres brasileiras. Mas isso não
parece afetar o clube que preside, o Kabuscorp. O empresário diz ter contratado
um dos melhores jogadores africanos atuais.
Trésor Mputo Mabi
assinou um contrato de um ano com o Kabuscorp do Palanca, de acordo com o clube
angolano. A transferência terá custado ao Kabuscorp um milhão de dólares.
Trésor, 28 anos,
foi uma das peças mais importantes das últimas conquistas do TP Mazembe, da
República Democrática do Congo, nomeadamente na Liga dos Clubes Campeões
Africanos em 2009 e 2010. O atacante congolês democrático disputou também a
última edição do Campeonato Africano das Nações (CAN), na África do Sul, mas a
seleção do seu país não conseguiu ir além da primeira fase da competição.
Pelo seu talento,
Trésor Mputu não é apenas a maior referência futebolística do Congo
Democrático, ele é também o jogador mais bem pago. Segundo a imprensa
congolesa, Trésor auferia um ordenado de 540 mil dólares por ano, valores que
podem estar na base da desistência de alguns clubes europeus que mostraram
interesse no jogador.
Trésor Mputu não
será o único reforço Kabuscorp para a época. O empresário angolano Bento
Kangamba fez outras contratações de vulto dentro e fora do país na perspetiva
de um bom resultado na Liga dos Clubes Campeões Africanos de futebol.
Informações
contraditórias
Mas há informações
contraditórias sobre a contratação de Trésor Mputu. O presidente do TP Mazembe,
Moïse Katumbi, disse que o jogador continuava a fazer parte do seu clube. Num comunicado publicado a 23 de dezembro na página oficial, o
dirigente desportivo diz que "o Kabuscorp nunca nos contactou".
Bento Kangamba nega
que Trésor Mputu ainda esteja na equipa congolesa. Citado pela agência de
notícias Angop, o empresário diz que o jogador acabou o contrato no TP Mazembe
e se mudou para o Kabuscorp.
Caso sobre tráfico
de mulheres
Tudo isto acontece
numa altura em que Kangamba é acusado,
no Brasil, de ter financiado uma rede de tráfico de mulheres para Angola e
outros países. Kangamba, que continua na lista de procurados pela Interpol, já
negou a acusação, afirmando que as brasileiras foram contratadas para eventos
em Angola.
O assunto faz
correr muita tinta nas páginas dos jornais angolanos, mas nem por isso mexeu
com o clube angolano, diz Dinho Soares, comentador futebolístico.
"Para já, do que nos é dado a perceber, isso em nada afetou a pujança do Kabuscorp nas contratações e naquilo que tem sido o afirmar das ambições do clube do Palanca de chegar o mais longe possível na Liga dos Campeões", refere.
Deutsche Welle – Autoria:
António Carlos (Luanda) – Edição: Guilherme Correia da Silva / António Rocha
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