sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

AUSTRÁLIA VIOLOU ÁGUAS INDONÉSIAS AO EVITAR ENTRADA DE ILEGAIS

 

17 de Janeiro de 2014, 12:29
 
A Austrália violou a soberania da Indonésia em várias ocasiões durante operações para impedir a entrada de barcos com imigrantes ilegais no país, admitiu hoje o ministro da Imigração, Scott Morrison.

O Governo australiano pediu desculpas a Jacarta pelas ações que aconteceram "involuntariamente e sem conhecimento ou aprovação por parte do Governo australiano" devido a "erros posicionais", explicou Scott Morrison em conferência de imprensa.

O responsável pela imigração australiana indicou que o chefe da Armada, Ray Griggs, apresentou quinta-feira explicações ao seu homólogo indonésio e que a ministra dos Negócios Estrangeiros, Julie Bishop, chamou o embaixador indonésio, Marty Natelagawa, para apresentar desculpas "sem condições".

Scott Morrison acrescentou também que o Governo australiano irá, através da sua embaixada em Jacarta, apresentar desculpas formais à Indonésia.

Na quarta-feira o Governo de Camberra foi informado que a armada violou águas territoriais indonésias várias vezes, após a revisão das informações de rotina.

O general Angus Campbell, que comanda os operacionais que procuram impedir a chegada à Austrália de barcos com imigrantes ilegais, disse hoje que o pessoal da Armada "não sabia que estava a violar as águas indonésias no momento" e assegurou que será aberta uma investigação.

Um porta-voz do Governo indonésio confirmou que está a investigar informações das operações australianas sobre recondução dos barcos com imigrantes ilegais para o país, principal ponto de embarque do tráfico de pessoas.

O Governo do primeiro-ministro Tony Abbott mantém segredo sobre as operações contra a imigração ilegal justificando não querer dar informações aos traficantes de pessoas, uma política que a oposição compara com a do "regime estalinista".

A imigração ilegal para a Austrália, que alegadamente será feita maioritariamente a partir de ilhas na Indonésia, tem sido um foco de tensão nas relações com a Indonésia.

Lusa
 

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