quarta-feira, 9 de abril de 2014

UGT indisponível para «folclore eleitoral», CGTP recusa negociar como «moeda de troca»



TSF

O secretário-geral da UGT reiterou hoje que quer negociar o aumento do salário mínimo nacional ainda este ano, mas rejeitou fazê-lo antes das eleições europeias ou da saída da 'troika'. A CGTP disse não aceitar que o aumento do SMN sirva como moeda de troca para mais cortes e alterações na legislação laboral.

«O primeiro-ministro desafiou a UGT. A UGT reafirmou não estar em condições de fazer qualquer acordo de concertação antes das eleições europeias ou da saída da 'troika'. Para nós, isto está óbvio. Não queremos que haja um qualquer aproveitamento a favor ou contra o Governo ou qualquer partido político. O movimento sindical tem que ser imune a esta matéria», disse Carlos Silva.

Carlos Silva falava em S. Bento, em Lisboa, após uma reunião com o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que recebe hoje os parceiros sociais no âmbito da conclusão do Programa de Assistência Financeira.

A UGT transmitiu, assim, a Pedro Passos Coelho - numa reunião em que participaram também os ministros Pedro Mota Soares e Carlos Moedas - que não há qualquer intenção da estrutura sindical em participar «no folclore eleitoral». A UGT «não quer confundir as questões» e, por isso, afasta a possibilidade de um acordo em Concertação Social sobre esta matéria antes de 25 de maio.

De acordo com Carlos Silva, a intenção do Governo é iniciar a partir da próxima semana uma ronda bilateral com todos os parceiros sociais antes de ser agendada uma reunião de Concertação Social sobre este tema.

O sindicalista acredita que haverá condições para assinar um acordo em relação ao aumento do salário mínimo nacional em junho e que o valor deverá ser imediatamente atualizado dos atuais 485 para os 500 euros.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou no domingo que o Governo está disponível para discutir a melhoria do salário mínimo nacional já este ano.

Em relação à saída do programa de assistência financeira, Carlos Silva afirmou que «ainda não há decisão em relação a adoção ou não de um programa cautelar depois de maio», mas segundo lhe terá sido transmitido por Pedro Passos Coelho, a decisão será tomada o mais tardar até dia 5 de maio.

Por seu turno, a CGTP disse não aceitar que o aumento do salário minimo nacional sirva como moeda de troca para mais cortes e alterações na legislação laboral.

«Não se pode passar para outro processo sem encerrar este», disse o secretário-geral da estrutura sindical», disse Arménio Carlos.

«Não faz sentido abrir um outro processo misturando o trigo com o joio, o trigo objetivamente é o salário mínimo nacional, que tem que ser atualizado no 1 de junho para 515 euros. Misturar esta com outras matérias na concertação social é o mesmo que dizer que nós, para aceitarmos a subida de 15 ou 30 euros, seríamos confrontados com propostas que retirariam 150 a 200 euros aos trabalhadores na sua retribuição», disse.

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