TSF
O secretário-geral
da UGT reiterou hoje que quer negociar o aumento do salário mínimo nacional
ainda este ano, mas rejeitou fazê-lo antes das eleições europeias ou da saída
da 'troika'. A CGTP disse não aceitar que o aumento do SMN sirva como moeda de
troca para mais cortes e alterações na legislação laboral.
«O
primeiro-ministro desafiou a UGT. A UGT reafirmou não estar em condições de
fazer qualquer acordo de concertação antes das eleições europeias ou da saída
da 'troika'. Para nós, isto está óbvio. Não queremos que haja um qualquer
aproveitamento a favor ou contra o Governo ou qualquer partido político. O
movimento sindical tem que ser imune a esta matéria», disse Carlos Silva.
Carlos Silva falava
em S. Bento, em Lisboa, após uma reunião com o primeiro-ministro Pedro Passos
Coelho, que recebe hoje os parceiros sociais no âmbito da conclusão do Programa
de Assistência Financeira.
A UGT transmitiu,
assim, a Pedro Passos Coelho - numa reunião em que participaram também os
ministros Pedro Mota Soares e Carlos Moedas - que não há qualquer intenção da
estrutura sindical em participar «no folclore eleitoral». A UGT «não quer
confundir as questões» e, por isso, afasta a possibilidade de um acordo em
Concertação Social sobre esta matéria antes de 25 de maio.
De acordo com
Carlos Silva, a intenção do Governo é iniciar a partir da próxima semana uma
ronda bilateral com todos os parceiros sociais antes de ser agendada uma
reunião de Concertação Social sobre este tema.
O sindicalista
acredita que haverá condições para assinar um acordo em relação ao aumento do
salário mínimo nacional em junho e que o valor deverá ser imediatamente
atualizado dos atuais 485 para os 500 euros.
O
primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou no domingo que o Governo está
disponível para discutir a melhoria do salário mínimo nacional já este ano.
Em relação à saída
do programa de assistência financeira, Carlos Silva afirmou que «ainda não há
decisão em relação a adoção ou não de um programa cautelar depois de maio», mas
segundo lhe terá sido transmitido por Pedro Passos Coelho, a decisão será
tomada o mais tardar até dia 5 de maio.
Por seu turno, a
CGTP disse não aceitar que o aumento do salário minimo nacional sirva como
moeda de troca para mais cortes e alterações na legislação laboral.
«Não se pode passar
para outro processo sem encerrar este», disse o secretário-geral da estrutura
sindical», disse Arménio Carlos.
«Não faz sentido
abrir um outro processo misturando o trigo com o joio, o trigo objetivamente é
o salário mínimo nacional, que tem que ser atualizado no 1 de junho para 515
euros. Misturar esta com outras matérias na concertação social é o mesmo que
dizer que nós, para aceitarmos a subida de 15 ou 30 euros, seríamos
confrontados com propostas que retirariam 150 a 200 euros aos trabalhadores na
sua retribuição», disse.
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