sexta-feira, 27 de junho de 2014

Paulo Bento, o decalque de maus exemplos de Cavaco, Passos e associados



Bocas do Inferno

Mário Motta, Lisboa

É comum dizer-se que os exemplos vêm de cima. Deve ser verdade. Bons e maus exemplos passam de pais para filhos, assim como de governantes para governados ou de outras figuras públicas para a população. Diz-se também que é mais fácil copiar os maus exemplos do que os bons. É provável que seja verdade. No caso concreto de Portugal a coisa bate certa. A frase mais comum de quem durante mais ou menos tempo faz borrada e comete erros a eito no desempenho de funções é dizer que não se demite, procurando fazer-se perdurar no caminho dos desempenhos de trampa que prejudicam Portugal e os portugueses. O último a dizer que não se demite foi o selecionador nacional Paulo Bento. Os exemplos vêm de cima, dos ditos altos magistrados e acólitos. Neste caso também Cavaco não se demite e Passos Coelho muito menos. Paulo Portas ainda fez a rábula da demissão mas depois deu o dito por não dito.

No futebol e no desastre da seleção de Portugal Paulo Bento devia colocar-se frente ao espelho e reparar na sua real dimensão quanto ao seu desempenho no cargo de selecionador. A pequenez de Paulo Bento veio sendo manifestada ao longo da campanha Mundial2014. Chegado ao Brasil já era anão, sem possibilidades de crescer – nem com tratamentos de choque. Foi aí que o rebuscado milagre, tão português, passou a ser aquilo a que ele, os jogadores, a panóplia dos futebois e os portugueses mais crentes se agarraram com unhas e dentes. Nem assim resultou. Sendo verdade que não há almoços grátis também não há milagres quando a teimosia, o absolutismo e a incompetência ocupam o volume da sabedoria e da modéstia. O céu não é dos presunçosos mas eles estão a ocupar e a tramar Portugal.

E aqui temos. Um PR (antes primeiro-ministro), altamente presunçoso que muita trampa já fez e tem feito mas que não se demite. Um primeiro-ministro coadjuvado por seus compinchas do CDS e do PSD, cuja presunção causa vómitos, mas que não se demitem… Mais. Um Ricardo Salgado do empório Espírito Santo que não se queria demitir e que só o fez quando devidamente encostado à parede (esse tal que se “esqueceu” de declarar muitos milhões ao fisco e o seu mal foram batatas). E outros que tais da mesma espécie, arrogantes, presunçosos, prejudiciais aos interesses de Portugal e dos portugueses. Mas não se demitem, preferem arrastar para as fossas abissais tudo e todos, sem assumirem a trampa que fazem, mudarem de rumo, darem espaço e oportunidade a outros que façam melhor para um Portugal melhor. É tempo de dizer a esta espécie de empedernidos carregados de soberba que basta. Que chega. Por favor não nos lixem mais nem empatem o país.

SADISMO DO FMI, DO GOVERNO E DE CAVACO

Já sabíamos que o FMI é uma doença global que ataca países e povos que se não morrem da doença morrem da cura. Mais grave é sabermos que o FMI – que uns quantos interessados adulam – anda sempre a brincar com países e povos onde exerce o seu contágio, onde penetra com clara intenção de deixar mazelas e mais mazelas, sendo a mais grave a miséria de vasta maioria e o enriquecimento de uns poucos eleitos que servem ao capitalismo internacional na perfeição.

Veio agora o FMI dizer que “afinal teria sido melhor reestruturar a dívida de Portugal” (ler em Dinheiro Vivo). Mas não só de Portugal, também a Grécia e a Irlanda. Agora é que diz, agora é que reconhece. Agora é que os iluminados doutores da mula-ruça daquelas coisas da economia concluíram que foi um erro “não se ter renegociado a dívida grega no início do primeiro resgate. E agora, este técnicos mostram que Portugal e a Irlanda teriam saído a ganhar "se tivesse havido uma renegociação”. Diabólica hipocrisia. É que até o Zé da Esquina, quase analfabeto, sabia e sabe que com a reestruturação da dívida países e povos sairiam a ganhar e não teriam tanto de andar a comer o pão que o diabo amassou. Em Portugal só os das ilhargas e do governo malfadado e malvado de Passos, Portas e Cavaco é que alinhavam pelo diapasão da não reestruturação. Cavaco, aquele que afirma que nunca se engana e raramente tem dúvidas, deixou que a tortura dos portugueses se ampliasse, dando o seu ámen ao governo que protege, em vez de dar um murro na mesa e proteger os interesses do país e da população. Puro sadismo.

HUMOR CAVACAL 

Nem sei se é humor negro mas creio que foi uma simples ironia. Desde ontem à noite – após a eliminação de Portugal do Mundial2014 – e até esta manhã, o Página Global fez correr no topo um scrolling que anunciava a demissão de Cavaco Silva sustentado na tese de que a seleção espanhola quando foi eliminada o rei abdicou e que o PR Cavaco seguiria o exemplo do rei espanhol porque a seleção de Portugal também foi eliminada. Mas, claro, que o anúncio não corresponde à realidade, era a brincar. Ironia, ficção. Mais que um rei, Cavaco é viciado no poder e o mais que é tratado em escrito acima.

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