Pequim,
09 jun (lusa) - O mais influente jornal chinês proclamou hoje que a
"democracia-estilo ocidental é uma armadilha", afirmando que a defesa
daquela forma de governo "se tornou numa grande bengala para alguns países
exercerem hegemonia e um novo intervencionismo".
"Copiar
a democracia estilo ocidental conduzirá provavelmente ao desastre" e
"a política de rua conduz habitualmente à desordem interna e até à guerra
civil", refere um comentário difundido pelo Diário do Povo, jornal do
órgão central do Partido Comunista Chinês.
O
texto de opinião, difundido menos de uma semana após o 25.º aniversário da
sangrenta repressão militar do movimento pró-democracia da Praça Tiananmen,
reconhece que "a democracia é boa", mas sustenta que "deve ser
alcançada de diferentes formas em diferentes países".
"Para
os Estados Unidos da América e outros países ocidentais, tudo o que esteja de
acordo com os seus interesses e aceite a sua manipulação é democracia, enquanto
os que não se enquadram na norma não são", diz o Diário do Povo.
Segundo
o jornal, "alguns países na Ásia Ocidental e norte de África caíram na
mania da democracia-estilo ocidental, o que provocou irreparáveis divisões e
intermináveis lutas internas, e não felicidade ou estabilidade".
O
texto exorta a população chinesa a "estar muito alerta contra a armadilha
da democracia-estilo ocidental" e "manter-se firme na via de
desenvolvimento político com características chinesas".
No
plano económico, o PCC já defende a abertura da China ao capital privado e aos
"avançados métodos de gestão ocidentais", mas não abdica do "seu
papel dirigente".
O
movimento pró-democracia da Praça Tiananmen, iniciado por estudantes e esmagado
pelo exército no dia 04 de junho de 1989, é visto pelas autoridades como
"uma rebelião contrarrevolucionária".
Centenas
de pessoas morreram e milhares de outras foram presas ou exilaram-se, mas 25
anos depois, o PCC considera que o sucesso económico alcançado entretanto pela
China justificam as "firmes medidas" então tomadas.
AC
// PJA - Lusa
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