segunda-feira, 9 de junho de 2014

PC Chinês considera que "a democracia estilo ocidental é uma armadilha"




Pequim, 09 jun (lusa) - O mais influente jornal chinês proclamou hoje que a "democracia-estilo ocidental é uma armadilha", afirmando que a defesa daquela forma de governo "se tornou numa grande bengala para alguns países exercerem hegemonia e um novo intervencionismo".

"Copiar a democracia estilo ocidental conduzirá provavelmente ao desastre" e "a política de rua conduz habitualmente à desordem interna e até à guerra civil", refere um comentário difundido pelo Diário do Povo, jornal do órgão central do Partido Comunista Chinês.

O texto de opinião, difundido menos de uma semana após o 25.º aniversário da sangrenta repressão militar do movimento pró-democracia da Praça Tiananmen, reconhece que "a democracia é boa", mas sustenta que "deve ser alcançada de diferentes formas em diferentes países".

"Para os Estados Unidos da América e outros países ocidentais, tudo o que esteja de acordo com os seus interesses e aceite a sua manipulação é democracia, enquanto os que não se enquadram na norma não são", diz o Diário do Povo.

Segundo o jornal, "alguns países na Ásia Ocidental e norte de África caíram na mania da democracia-estilo ocidental, o que provocou irreparáveis divisões e intermináveis lutas internas, e não felicidade ou estabilidade".

O texto exorta a população chinesa a "estar muito alerta contra a armadilha da democracia-estilo ocidental" e "manter-se firme na via de desenvolvimento político com características chinesas".

No plano económico, o PCC já defende a abertura da China ao capital privado e aos "avançados métodos de gestão ocidentais", mas não abdica do "seu papel dirigente".

O movimento pró-democracia da Praça Tiananmen, iniciado por estudantes e esmagado pelo exército no dia 04 de junho de 1989, é visto pelas autoridades como "uma rebelião contrarrevolucionária".

Centenas de pessoas morreram e milhares de outras foram presas ou exilaram-se, mas 25 anos depois, o PCC considera que o sucesso económico alcançado entretanto pela China justificam as "firmes medidas" então tomadas.

AC // PJA - Lusa

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