quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Referendo sobre sufrágio universal em Macau vai ser totalmente eletrónico




Macau, China, 20 ago (Lusa) - A votação no referendo civil sobre a introdução do sufrágio universal em Macau vai realizar-se apenas com meios eletrónicos, anunciaram hoje os promotores, reagindo à proibição de ocupar o espaço público reiterada pelo Tribunal de Última Instância (TUI).

O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais proibiu a utilização do espaço público para a colocação de mesas de voto - proibição, essa, confirmada pelo TUI. Mesmo assim, as três associações promotoras da iniciativa - Sociedade Aberta de Macau, Consciência de Macau e Juventude Dinâmica - garantem que os votos vão ser recolhidos na rua, através de 'tablets'.

"Não vamos ter objetos a ocupar o espaço público", sublinha Jason Chao, presidente de duas das associações.

A organização mantém as cinco zonas de voto pensadas anteriormente. A diferença é que, agora, os votos vão ser expressos em 'tablets' disponibilizados por voluntários.

Chao admite que o método pode dificultar a adesão dos residentes mais idosos, mas garante que os organizadores estarão prontos para esclarecer todas as dúvidas. A grande vantagem, diz o ativista, é que os votos não serão contados manualmente, tornando o processo mais rápido e simples.

O ativista espera conseguir angariar cinco mil votos, de modo a ter mais representatividade que o colégio eleitoral que elege o chefe do Executivo. A partir deste ano, o colégio é composto por 400 membros (mais 100 que anteriormente), os quais, por sua vez, são eleitos por cerca de cinco mil representantes de associações.

"Se o nosso resultado exceder os cinco mil votos, quer dizer que é mais representativo que a votação real", comenta.

Os promotores vão também apresentar na sexta-feira um pedido de processamento de dados ao Gabinete para a Proteção de Dados Pessoais, garantindo que estes são tratados de acordo com a lei. "Respeitando esses preceitos legais, os dados pessoais da população ficam seguros connosco. Depois da votação, os dados vão ser apagados e ninguém saberá quem votou", explica Chao.

O referendo não oficial decorre entre os dias 24 e 31 deste mês, terminando no mesmo dia em que é realizada a eleição para o novo chefe do Executivo do território, corrida em que está apena um candidato, o atual líder do governo, Chui Sai On.

ISG // EL - Lusa

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