sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Angola: COMBATE À MORTALIDADE


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Jornal de Angola, editorial

A vacinação alargada  constitui uma das principais vertentes das políticas públicas que são traçadas pelo sector da Saúde e que têm em vista a erradicação de doenças que ainda prevalecem em Angola.

As campanhas de vacinação que se realizam no país têm se concentrado no grande objectivo que é a redução de situações patológicas e a diminuição de casos de mortalidade, particularmente entre as crianças. São continuados os esforços do sector da Saúde para a vacinação contra doenças que  suscitam ainda, pelo número de falecimentos que causam, muitas preocupações, estando as autoridades a actuar com medidas eficientes para conter as consequências negativas das patologias que mais afectam as populações.

Uma dessas doenças é o sarampo, com casos de óbito em Luanda, onde foram registadas no primeiro semestre do ano em curso 200 ocorrências de que resultaram 92 falecimentos. Segundo Felismina Neto, coordenadora de Luanda do Programa Alargado de Vacinação, houve um aumento de cem casos nesta província, comparativamente ao ano passado. Em face do aumento de casos de sarampo, estão a ser tomadas medidas preventivas que se consubstanciam em campanhas de vacinação, para se evitar que no país a doença continue a ser uma das principais causas de morte de crianças com menos de cinco anos de idade.

Sabe-se que se vai realizar a partir da próxima segunda-feira até ao dia 5 de Outubro uma campanha de vacinação integrada, que prevê abranger milhões de crianças em todo o país, dos quais 2,9 milhões serão da província de Luanda. A grande extensão da operação é prova de que se pretende empreender esforços para uma vasta protecção contra o sarampo, uma doença infecto-contagiosa, provocada por um vírus (o morbillvírus) e que é a principal responsável pela morte de crianças em países subdesenvolvidos.

Além das campanhas de vacinação, há a preocupação das autoridades sanitárias do país  de se levar a conhecimento das comunidades informação essencial sobre a doença, para que estas saibam que os pacientes com sarampo devem ir aos hospitais para se submeterem a tratamento adequado, em vez de recorrerem a práticas que não raras vezes resultam em danos irreparáveis.

A coordenadora provincial de Luanda do Programa Alargado de Vacinação conta que muitos encarregados de educação preferem deixar os seus educandos com sarampo em casa e submetê-los a tratamento que não produzem resultados positivos, pondo em perigo as vidas de muitas crianças. Esta atitude de encarregados de educação de renúncia ao tratamento hospitalar para a cura do sarampo justifica que se faça uma ampla divulgação sobre a natureza da doença e suas consequências e sobre a necessidade das pessoas serem tratadas em locais da Saúde apropriados.

A informação sobre o sarampo, a exemplo de outras patologias, é fundamental, na medida em que ela coloca as pessoas em condições de agirem correctamente em caso de a doença se manifestar. É preciso dizer às pessoas que se podem curar se se dirigirem a um hospital ou centro de saúde, onde hão-de encontrar pessoal preparado para lidar com o sarampo.

Muitas das pessoas que agem incorrectamente, na convicção errada de que têm soluções alternativas ao tratamento hospitalar, fazem-no porque não possuem informação sobre a doença e sobre os seus perigos. Que ninguém subestime a capacidade dos nossos hospitais ou centros de saúde para acudir aos casos de sarampo, considerada doença típica das crianças, uma vez que são dadas garantias pelas autoridades competentes de assistência imediata.

Essas garantias correspondam a um tratamento célere e eficaz, devendo-se mobilizar os meios humanos e materiais necessários para se combater a doença, suprindo-se as carências, se ainda houver, na assistência médica e medicamentosa. Lutando-se nas frentes da prevenção, com uma vacinação alargada, e da cura, podemos ter esperança de que um dia, e que este dia esteja próximo, não teremos mais casos de sarampo. A salvaguarda da saúde pública é crucial para os cidadãos que têm de estar aptos a realizar diversas tarefas que têm a ver com o nosso crescimento e desenvolvimento económico e social. Só com saúde é que podemos trabalhar em prol do nosso progresso.

Não é por acaso que o Estado faz investimentos consideráveis ao nível da criação de infra-estruturas hospitalares, destinadas a proporcionar às populações serviços de saúde excelentes. Vai começar na próxima semana uma campanha de vacinação contra o sarampo. Que haja uma ampla adesão dos cidadãos a essa campanha, no interesse de todas as comunidades.

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