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O
líder da UNITA, Isaías Samakuva, “convidou” o Presidente José Eduardo dos
Santos a deixar a liderança do MPLA para servir o país de “forma apartidária”,
à semelhança da decisão sobre o Governo da Província de Luanda. Admitindo-se,
em tese, que o pedido seja aceite, isso não significa em termos pragmáticos
que o país passe a ser governado de “forma apartidária”. Um paradigma é, ou
deve ser, outro.
O
presidente da UNITA falava em conferência de imprensa, no 25.09, convocada
para abordar as medidas administrativas anunciadas pelo Presidente angolano
para a gestão da província de Luanda.
Entre
outras medidas de “desconcentração administrativa” na província capital, o
também titular do poder Executivo anunciou, na segunda-feira, o fim da
“acumulação do cargo do governador provincial com o de primeiro secretário do
Comité Provincial do MPLA [partido no poder desde 1975, presidido por José
Eduardo dos Santos]”.
“É
pena que o senhor Presidente da República tenha reconhecido só agora que um
governador ou administrador de uma grande cidade não deve acumular essas
funções com o cargo de primeiro secretário do MPLA. Convidamos o senhor Presidente
a alargar esta medida para todo o país”, disse Isaías Samakuva.
O
Governo Provincial de Luanda é liderado há uma semana por Graciano Francisco
Domingos, designado para as funções por José Eduardo dos Santos, tendo, por
sua vez, nomeado novos administradores municipais para toda a província.
José
Eduardo dos Santos está no poder em Angola há 35 anos, o mesmo tempo em que
lidera o MPLA, logo após da morte do primeiro Presidente angolano, Agostinho
Neto. Foi eleito de forma indirecta em 2012, pela última vez, para um mandato
que termina dentro de três anos.
Para
o líder da UNITA, enquanto se aguarda que a Assembleia Nacional aprove a Lei
das Autarquias Locais, os governadores provinciais devem concentrar-se
“apenas em questões de governação”.
“Que
governem para todos os cidadãos e deixem de actuar como agentes promotores da
intolerância e da exclusão”, defendeu Samakuva, para lançar o mesmo repto ao
chefe de Estado, que acusou de “dar meio passo” com as mudanças em Luanda.
“E,
não seria de mais sugerir, que este exemplo venha de cima. Convidamos por
isso o senhor Presidente da República a libertar-se também das funções
partidárias para servir o país de forma apartidária e como presidente de todos
os angolanos”, rematou o líder da UNITA.
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