Montemor-o-Novo,
27 set (Lusa) - O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse hoje que a
situação do país está “ameaçadora”, tal “como o tempo”, alertando que, após
“três anos trágicos”, se perspetivam mais “cerca de sete mil milhões de euros
de cortes”.
Montemor-o-Novo,
27 set (Lusa) – O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse hoje que a
situação do país está “ameaçadora”, tal “como o tempo”, alertando que, após
“três anos trágicos”, se perspetivam mais “cerca de sete mil milhões de euros
de cortes”.
A
situação de Portugal “está como o tempo, ameaçadora”. É certo que, “depois da
trovoada, depois do mau tempo”, virá “o bom tempo”, mas os portugueses não
devem esperar “só pela natureza”, afirmou.
Segundo
o líder do PCP, que discursava em Santiago do Escoural, Montemor-o-Novo, sempre
com o barulho dos trovões como som de fundo, é preciso que os portugueses sejam
“também construtores desse futuro que, um dia”, irá “prevalecer em Portugal,
com progresso, democracia, justiça social, reforma agrária, direitos do povo”.
“Acreditamos
que isso é possível. Com a ajuda da natureza, sem dúvida, mas com a nossa
luta”, sublinhou, já no final da intervenção e numa alusão ao mau tempo, com chuva
e trovoadas, que se faz sentir hoje pelo país, sem que Escoural seja exceção.
O
secretário-geral do PCP deslocou-se hoje àquela povoação do concelho alentejano
de Montemor-o-Novo para participar numa romagem, seguida de comício, para
evocar “os 35 anos do assassinato de Caravela e Casquinha e do ataque à Reforma
Agrária”.
A
cerimónia no cemitério, de homenagem aos dois trabalhadores rurais mortos pela
GNR numa herdade local, nos ‘tempos’ da Reforma Agrária, ainda foi com tempo
seco, mas o discurso, já no centro de Escoural, decorreu debaixo de chuva.
Lembrando
as conquistas do 25 de Abril, Jerónimo de Sousa realçou que Caravela e
Casquinha foram “o exemplo da ferocidade da repressão desencadeada contra a
Reforma Agrária”, que “acabou por ser destruída”.
Mas
esta destruição, afiançou, “não pôs fim ao sonho, nem à necessidade e
atualidade de, nas atuais circunstâncias, se concretizar uma Reforma Agrária”
em Portugal.
O
país vive hoje “tempos muito difíceis” e os últimos três anos foram marcados
pela “contínua degradação económica e social” e pelo “empobrecimento do povo”,
criticou.
“Três
anos trágicos que querem prolongar, ampliando o sofrimento de milhões de
portugueses, agora com um novo pretexto, o do cumprimento do Tratado Orçamental
que, mais uma vez, uniu os três do costume, PS, PSD e CDS”, disse.
Os
partidos do arco governativo, alertou o líder do PCP, preparam-se para, “nos
próximos cinco anos”, avançarem com “mais cerca de sete mil milhões de euros de
cortes”.
“Interromper
este rumo de destruição e de contínuo empobrecimento é um imperativo nacional e
isso exige continuar a luta”, incentivou.
RRL
// PJA - Lusa
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