PRS,
CASA e Unita dizem que MPLA procura desculpas para evitar ou falsificar
eleições autárquicas.
Coque
Mukuta – Voz da América
A
oposição angolana manifestou dúvidas de que uma nova Lei de Registo Eleitoral
possa levar à realização das eleições autárquicas.
A
lei, que foi aprovada pelo Conselho de Ministros e que vai agora ser submetida
ao parlamento, prevê entre outras medidas o “registo oficioso” e
automático dos cadernos eleitorais de todos os cidadãos menores de 18
anos possuidores de bilhete de identidade, regulamentação da base de dados
assim como a eliminação de eleitores já falecidos.
O
secretário de Estado da Administração do Território Adão do
Nascimento disse que o processo ainda terá de ser melhorado,
particularmente no que diz respeito à sua aplicação para possíveis eleições
autárquicas.
A
oposição, na generalidade, não acredita que haja qualquer intensão de realizar
as autárquicas.
Para
Joaquim Navoia, porta-voz do PRS, o MPLA não está interessado em realizar as
eleições autárquicas.
“Não
creio que com essa lei possa haver eleições autárquicas porque o Presidente
José Eduardo dos Santos não está interessado na realização das eleições
autárquicas e o que se disse sobre a lei é apenas para baixar a pressão uma vez
que a oposição e a sociedade está a preparar uma mega manifestação para
pressionar a marcação da data das eleições autárquicas”, disse.
Leonel
Gomes, deputado da Casa-CE, afirma que a realização das eleições autárquicas
não passa pela aprovação de leis, mas sim pela vontade política do MPLA.
“Leis
do registo devem ser uma preocupação meramente administrativa, quando o cidadão
nacional completa 18 anos vai para área de sua jurisdição e faz o
registo”, disse.
Adalberto
Costa Júnior, vice-presidente da bancada parlamentar da UNITA, afirmou que a
realização das autarquias passa pela mobilização de toda sociedade para exigir
a sua efectivação.
O
deputado do Galo Negro avisou que o governo se está a preparar para reduzir a
importância das autarquias.
“O
que vamos ter um dia é ver algo implementado que não tem nada ver com o poder
local”, disse.
“Aqui
o problema é do país é de todos nós e não só da oposição” acrescentou afirmando
ainda que “se não haver exercício de cidadania nada vai mudar”.
A
oposição continua a defender a realização das eleições autárquicas em 2015,
enquanto o MPLA mantém a sua posição que elas só poderão ser realizadas depois
de 2017, como disse no seu discurso o presidente José Eduardo dos Santos sobre
o Estado da Nação em Outubro.
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