Três
cidadãos foram acusados de impedir a respiração de Jimmy Mubenga, durante uma
deportação em 2010.
Três
seguranças privados foram ontem ilibados por um tribunal britânico de homicídio
involuntário de um angolano morto durante a deportação em 2010.
Terrence
Hughes, de 53 anos, Colin Kaler, 52 anos, e Stuart Tribelnig, 39 anos, foram
acusados pelo ministério público britânico de impedir a respiração de Jimmy
Mubenga, de 46 anos, durante 36 minutos, dentro de um avião que se preparava
para descolar de Londres com destino a Angola.
Mas,
após um julgamento que durou seis semanas, os jurados deliberaram que os homens
não eram culpados.
Outros
passageiros do voo disseram ter ouvido o angolano gritar que não conseguia
respirar, mas os guardas garantiram que não ouviram as queixas.
Quando
repararam que não estava a respirar, a descolagem foi abortada e Jimmy Mubenga
levado para o hospital, mas morreu de paragem cardiorrespiratória.
Um
inquérito realizado no ano passado concluiu que Jimmy Mubenga, de 46 anos,
morrera devido ao uso de “força excessiva” por seguranças da privada G4S, que
tinha então um contrato para executar as deportações ao serviço do governo.
Mubenga,
pai de cinco filhos e residente no Reino Unido há 16 anos, estava a ser
deportado na sequência de uma pena de prisão de dois anos por agressão física.
Citada
pela BBC, a viúva do angolano, Adrienne Mubenga, apelou à presença de
funcionários nos aviões para supervisionarem as deportações e lamentou a apatia
da tripulação do avião.
“Deviam
ter salvado a vida do Jimmy. Alguém que estava a chorar, que estava a implorar:
“estou a morrer. Estou a morrer, façam algo’. Agora vêm com desculpas? O que é
que eu faço com as desculpas? Nada. Ele estava a implorar por ajuda e ninguém
ajudou”, lamentou.
Um
porta-voz do Ministério do Interior britânico reafirmou a exigência dos “mais
elevados padrões de profissionalismo” das empresas que contrata e que foram
introduzidas novas orientações para minimizar a necessidade de imobilização
durante as deportações por via aérea.
O
ministério público britânico, também citado pela BBC, disse respeitar o
veredicto, alegando que este foi um “caso difícil que envolveu acusações
graves” e reiterou a convicção de que existiam provas suficientes e interesse
público para levar os três seguranças a tribunal.
Lusa,
em Rede Angola
Leia
mais em Rede Angola
Sem comentários:
Enviar um comentário