quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Angola: DIVERSIFICAÇÃO E RESULTADOS



Jornal de Angola, editorial

Diversificar a produção implica avançar para concretização de projectos exequíveis, aproveitando-se todas as nossas potencialidades para dar vitalidade a sectores produtivos que podem constituir alavancas que assegurem o crescimento da economia.

É verdade que temos ainda sectores que carecem de aproveitamento e que importa desenvolver para podermos contar com uma diversidade de produtos. É certo que um aproveitamento das nossas potencialidades, traduzidas na existência de recursos naturais, requer a execução de uma política de investimento que possa fazer surgir capacidade humana e técnica para se levarem a bom porto projectos produtivos. 

Agora que decidimos diversificar a economia, temos de pensar em começar logo a trabalhar e bem para os projectos terem pernas para andar. Antes de nos lançarmos na realização de uma empreitada, sobretudo quando sabemos que pode levar muito tempo, temos de escolher bem os caminhos que pretendemos trilhar.

Se os especialistas dizem que a diversificação da economia não se faz de um dia para outro, convém ouvi-los para sabermos o que têm para dizer em relação a um processo longo, que tem de ser transversal para abarcar várias áreas da nossa economia. 

A diversificação da economia veio colocar-nos perante vários problemas nada fáceis de superar, pelo que temos de criar modelos que sirvam melhor os nossos interesses, sem prejuízo de aplicação, se necessário for, de experiências de outros países que conheceram grandes sucessos, apostando em diversos sectores da actividade económica. No processo de diversificação, temos de potenciar vários sectores produtivos, mas devemos concentrar-nos especialmente nas áreas em que podemos ter vantagens competitivas a fim de colocarmos os nossos produtos no mercado internacional com a qualidade e quantidade que permitam realizar exportações em grande escala. As exportações ajudam a “aquecer” a economia.   

Temos de desenvolver as nossas capacidades produtivas com olhos postos na competição e na perspectiva de a vencermos no que diz respeito a produtos que podemos fazer com elevada qualidade. Angola já foi grande exportador de produtos diversos e nessa altura o petróleo não figurava na primeira linha. É preciso recordar que Angola já exportou produtos agrícolas e outros que saíam das indústrias transformadoras, como a farinha de peixe.

É uns trabalhos gigantescos o que temos pela frente para podermos revitalizar o sector empresarial, que tem de ser o motor das transformações na nossa estrutura económica. A necessidade que temos de diversificar a economia, determinada pela volatilidade do preço de petróleo, vai obrigar-nos a grandes esforços que vale a pena empreender.

A queda dos preços do crude não deve ser encarada como uma desgraça. Podemos encontrar alternativa a conjunturas menos boas no futuro. Não devemos deixar que os momentos difíceis nos paralisem. Pelo contrário. Nestes momentos, devemos usar a inteligência para superar os desafios. Nem sempre a vida é “um mar de rosas”. Devemos estar preparados para situações imprevistas. Temos de  ter a cultura da prevenção. Não devemos deixar, na medida do possível, que os problemas aconteçam. Temos de trabalhar no sentido de se evitarem situações que possam afectar o nosso crescimento económico.

Que sejam retiradas as devidas lições da conjuntura actual da queda significativa dos preços do crude e que actuemos doravante de modo a construirmos escudos que nos protejam de eventuais crises.  Importa a propósito fazer referência ao sector mineiro que se está a organizar de modo a dar robustez a pequenas e média empresas, por via de um fundo de investimento. O ministro da Geologia e Minas, Francisco Queirós, afirmou que o seu pelouro continua empenhado na criação de instrumentos de fomento e financiamento de projectos mineiros.

Percebe-se que o Ministério da Geologia e Minas quer que haja uma classe empresarial nacional estável e forte no sector mineiro, que tem também grandes oportunidades de negócios. O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, apelou à criatividade neste momento em que há uma redução de receitas públicas em virtude da queda do preço do petróleo.  A criatividade deve traduzir-se na concepção de projectos sólidos e que gerem efectivamente resultados. A diversificação da economia ceve estar associada à procura de resultados. São afinal os bons resultados que fazem que a nossa vida melhore.

Sem comentários:

Mais lidas da semana