Desalojados
da Ilha do Cabo em Luanda continuam sem ajuda no Zango 1
Manuel
José – Voz da América
A
caminho de seis anos desde que foram desalojados da Ilha do Cabo na cidade de
Luanda, as mais de três mil famílias colocadas em tendas no Zango 1, por lá
continuam e dizem que a sua situação piorou.
Adolescentes
que tinham apenas 14 anos quando viram as suas casas demolidas em 2009 e com
suas famílias transferidos para as tendas no Zango 1, hoje são adultos de 20
anos de idade, já com as suas próprias famílias com esposa e filhos, porém o
cenário mantém-se como há seis anos.
Estes
jovens deixam recados ao Governo, tentando apelar ao lado humano dos
governantes.
"Se eles acham que aqui vivem pessoas porque acredito que se um deles (do governo) viesse viver aqui durante um mês só, não resistiria, morreria. Se acham que há pessoas humanas aqui, não passam aqui porque?” interrogou um jovem que não quis ser identificado.
"Se eles acham que aqui vivem pessoas porque acredito que se um deles (do governo) viesse viver aqui durante um mês só, não resistiria, morreria. Se acham que há pessoas humanas aqui, não passam aqui porque?” interrogou um jovem que não quis ser identificado.
“Até
as igrejas não passam por aqui para pregar a palavra de Deus porquê? Estamos
num bairro esquecido, de bairro das tendas devia se chamar bairro
abandonado" , acrescentou.
Outro dos residentes que pediu também anonimato queixou-se amargamente da sua situação afirmando que a expulsão da sua casa que “até agora carrego no peito”.
“É
um insulto, desumano, seis anos depois, praticamente fomos deitados aqui na rua
como se fôssemos cães", acrescentou.
Os jovens disseram que o nível de gravidez precoce aumentou, "cresceu o desemprego, muitas mortes trágicas acontecem aqui sobretudo por incêndio, isto está pior".
Pretendem estudar mas a falta de condições não permite.
“Eu
por exemplo terminei o ensino médio mas não consigo ingressar para a faculdade
por falta de condições, e sem cursos técnicos sem formação nenhuma nem da para
entrar no mercado de emprego", disse um deles.
A
nossa reportagem tentou mas sem obter qualquer sucesso ouvir a administração
local.
Sem comentários:
Enviar um comentário