A
Praça Cibeles e a Porta do Sol, em Madrid, pintaram-se de roxo, de bandeiras de
Espanha e da Grécia, numa "Marcha da Mudança" que juntou dezenas de
milhares de pessoas com uma palavra de ordem: "Sim, Podemos!".
Homens
e mulheres de todas as idades - bebés em carrinhos, crianças, jovens e idosos,
incluindo em cadeiras de rodas - acorreram ao apelo do Podemos e protestaram
nas ruas de Madrid por uma política diferente daquela que tem sido seguida
desde há três anos pelo executivo de Mariano Rajoy.
Empunhando
cartazes com palavras de ordem como "Se queremos, Podemos" e outros
bastante mais ofensivos, os apoiantes do partido de Pablo Iglesias vieram de
todas as partes de Espanha.
Angel
tem 37 anos e veio de Alicante, com a família. Para ele, Espanha tem de mudar,
já.
"Há
que operar uma mudança neste país. Há outra maneira de fazer as coisas, que
beneficie mais as pessoas e menos as empresas e os bancos, como até aqui",
contou à agência Lusa.
Para
Angel, as eleições na Grécia não são comparáveis com as eleições do final do
ano em Espanha, mas o "caminho que o Syriza abriu será importante".
"Mas
será difícil, sobretudo combater a indiferença", disse.
Das
ideias de Pablo Iglesias e do Podemos para a economia e o governo de Espanha
sabe pouco, preferindo salientar que "é preciso uma varridela na
política".
"É
preciso uma renovação da casta política, controlar os monopólios. E que a
sociedade comece a mudar, para melhorar este país", disse, acrescentando,
no entanto, que não acredita que o Podemos ganhe as próximas eleições gerais em
Espanha.
Sondagens
recentes colocam o Podemos a dois pontos percentuais do partido no poder, o PP,
mas Angel considera mais realista que quando o país for a votos, no outono, o
partido ganhe força no parlamento.
"Não
vai ser de hoje para amanhã. Mas vamos meter a cabeça no Congresso dos
Deputados (Parlamento)", disse, bem disposto.
Vestidos
com o roxo tradicional do Podemos, com palavras de ordem em catalão, em
castelhano, em basco ou em galego, os manifestantes estenderam-se por toda a
rua de Alcala, desde a Praça Cibeles até à Porta do Sol, e muitos até
ironizavam quanto ao que os media e o PP vão dizer da "Marcha da
Mudança".
"Logo
direis que somos cinco ou seis", entoaram em uníssono, convencidos do
êxito do protesto.
Jornal
de Notícias - Foto: EPA / Chema Moya
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