domingo, 18 de janeiro de 2015

GOVERNO DE NYUSI TOMA POSSE, OPOSIÇÃO DESCONTENTE, DHLAKAMA AMEAÇA




Posse do novo Governo moçambicano marcada para segunda-feira

Maputo, 17 jan (Lusa) - Os ministros e vice-ministros nomeados pelo Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, para constituir o novo elenco governamental tomam posse na segunda-feira, informou hoje a presidência moçambicana.

A cerimónia da tomada de posse terá lugar às 14:00 (12:00 em Portugal) no palácio da Ponta Vermelha, residência oficial do chefe de Estado, segundo um comunicado enviado à Lusa.

O Presidente da República, investido na quinta-feira, anunciou hoje a nomeação de Carlos Agostinho do Rosário, embaixador na Indonésia e Timor-Leste, para o cargo de primeiro-ministro.

Adriano Maleiane é o novo ministro da Economia e Finanças, depois de ter sido governador do Banco de Moçambique, administrador da Visabeira em Moçambique e diretor-executivo do Banco Nacional de Investimento, cargo que exercia até ao momento.

O general Atanásio Ntumuke será o titular da Defesa, Oldemiro Balói mantém-se como chefe da diplomacia e a pasta do Interior foi atribuída a Jaime Basílio Monteiro, ex-vice-comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM).

Pedro Conceição Couto, vice-ministro das Finanças do anterior executivo, vai tutelar os Recursos Minerais e Energia, enquanto José Pacheco se mantém na Agricultura e Celso Correia, ex-administrador do BCI e líder da Insitec, um dos maiores grupos empresariais moçambicanos, vai ser ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural.

O novo primeiro-ministro foi exonerado, num despacho presidencial de sexta-feira, de todos os seus cargos diplomáticos, que incluíam a representação de Moçambique, desde 2010, na Indonésia, Timor-Leste e Tailândia, além de alto-comissário para a Malásia e Singapura.

Carlos Agostinho do Rosário foi ministro da Agricultura e governador da Zambézia e ainda embaixador de Moçambique na Índia e esteve presente na cerimónia de investidura de Filipe Nyusi.

O novo executivo terá 22 ministros, menos sete do que o anterior, cumprindo uma promessa de Filipe Nyusi no discurso da tomada de posse, durante o qual garantiu também seguir o critério do mérito e profissionalismo para as suas nomeações, bem como intransigência em relação à má conduta, corrupção, nepotismo e clientelismo entre os funcionários do Estado.

Após a divulgação da lista dos novos governantes, os dois principais partidos de oposição acusaram Filipe Nyusi de contrariar o seu discurso de posse e nomear um Governo de base partidária.

HB // JLG

Oposição moçambicana acusa Nyusi de nomear Governo partidário

Maputo, 17 jan (Lusa) - Os dois principais partidos de oposição de Moçambique, Renamo e MDM, acusaram hoje o Presidente da República, Filipe Nyusi, de contrariar o seu discurso de posse, na quinta-feira, e nomear um Governo de base partidária.

Os nomes hoje divulgados "são todos da Frelimo [Frente de Libertação de Moçambique, no poder], não há nem um que não seja", disse à Lusa o porta-voz da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana, maior partido de oposição), acrescentando que "aqueles que tinham a expectativa de que Nyusi era diferente de Guebuza [anterior Presidente da República] estavam enganados".

"A promessa do Presidente da República, no seu discurso na posse, de fazer consultas à sociedade civil e aos partidos políticos para a tomada de grandes decisões foi desmentida pela prática dois dias depois", afirmou António Muchanga.

Também Lutero Simango, membro da Comissão Política Nacional do MDM (Movimento Democrático de Moçambique), terceira força no parlamento, considerou à Lusa que "o Presidente da República disse que ia formar um governo sem ter em conta as cores partidárias, mas, no final, são todos pertencentes ao partido no poder".

O ex-líder da bancada parlamentar do MDM e atual deputado admitiu que o Presidente da República tem poderes e competências para nomear quem entender, mas insistiu que "a composição do Governo é diametralmente oposta ao longo discurso inaugural na quinta-feira", desafiando Nyusi "a ter coragem para eliminar desde já todas as células partidárias no aparelho de Estado", como "um grande sinal para libertá-lo de qualquer carga ideológica".

Embora reconheça o esforço de Filipe Nyusi em reduzir o número de ministérios, Simango observou porém que a diminuição "não é significativa, uma vez que volta ao patamar existente há uns anos e já então excessivo".

Ao excluir figuras da oposição, o novo Governo não acomoda a exigência da Renamo de um governo de gestão, com vista a ultrapassar o que alega ter sido uma fraude nas eleições gerais de 15 de outubro, mas o porta-voz do principal partido de oposição declinou fazer comentários, alegando que "não há conversações a decorrer sobre o assunto".

António Muchanga anunciou para terça-feira em Caia, província de Sofala, uma reunião do presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, com os principais quadros da força política, incluindo os 89 deputados eleitos para a Assembleia da República e que faltaram à investidura no dia 09 de janeiro, para discutir a futura estratégia do partido e que passa pela reivindicação de uma república autónoma do centro e norte de Moçambique.

O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi nomeou Carlos Agostinho do Rosário, embaixador na Indonésia e Timor-Leste, para o cargo de primeiro-ministro, informou hoje a presidência moçambicana.

Segundo um comunicado do novo chefe de Estado que apresenta o futuro elenco do executivo moçambicano, o ex-governador do Banco de Moçambique Adriano Maleiane será o ministro da Economia e Finanças, o general Atanásio Ntumuke será o titular da Defesa, Oldemiro Balói mantém-se como chefe da diplomacia e Jaime Basílio Monteiro, ex-vice-comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), ficará com o Interior.

Pedro Conceição Couto, vice-ministro das Finanças do anterior executivo, vai tutelar os Recursos Minerais e Energia, enquanto José Pacheco se mantém na Agricultura e Celso Correia, ex-administrador do BCI e líder da Insitec, um dos maiores grupos empresariais moçambicanos, vai ser ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural.

O elenco do novo Governo terá 22 ministros, menos sete do que o anterior, e seis nomes transitam do executivo de Armando Guebuza para o novo de Filipe Nyusi.

HB // JPF

Dhlakama promete reagir numa semana se Frelimo rejeitar governo de gestão em Moçambique

Tete, Moçambique, 17 jan (Lusa) - O líder da Renamo, maior partido de oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama, prometeu hoje, num comício em Tete, centro do país, reagir numa semana caso a Frelimo, no poder, não aceite a sua proposta de um governo de gestão.

"Eu não vou ajoelhar-me à Frelimo [Frente de Libertação de Moçambique] porque não fui eu que roubei votos, mas os ladrões e comunistas da Frelimo é que se vão ajoelhar a mim, porque vou responder-lhes dentro de uma semana, caso eles continuem a brincar com o povo", declarou o presidente da Renamo [Resistência Nacional Moçambicana], no dia em que o Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou o novo elenco governativo do país.

Num comício bastante concorrido, Dhlakama voltou a falar num governo de gestão, como forma de ultrapassar o que alega ter sido uma fraude nas eleições gerais de 15 de outubro, mas não deu indicações sobre a resposta que pretende dar caso a sua exigência continue a ser recusada.

"O povo está comigo e, se quisermos, podemos tomar este país, mas não é isso que eu pretendo. A Renamo não quer mais voltar à guerra", afirmou o líder histórico do principal partido de oposição e candidato derrotado nas últimas presidenciais.

Dhlakama pediu à assistência para não se preocupar com a posse de Nyusi, realizada na quinta-feira, porque "quem tomou posse foi um presidente da Frelimo", para liderar "um governo composto por ladrões e não um governo vindo da vontade do povo".

"Nenhum presidente neste país pode competir com o Dhlakama, o que a Frelimo está a fazer é uma brincadeira e desta vez nós vamos reagir porque o povo esta connosco", afirmou.

O porta-voz da Renamo anunciou hoje à Lusa a realização de uma reunião, na terça-feira em Caia, província de Sofala, de Dhlakama com os principais quadros do partido, incluindo os 89 deputados que faltaram à cerimónia de posse da Assembleia da República no dia 09 de janeiro, para discutir a estratégia do partido e que passa pela criação da república autónoma do centro e norte de Moçambique.

O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, nomeou Carlos Agostinho do Rosário, embaixador na Indonésia e Timor-Leste, para o cargo de primeiro-ministro, informou hoje a presidência moçambicana.

O elenco do novo Governo terá 22 ministros, menos sete do que o anterior, e seis nomes transitam do executivo de Armando Guebuza para o novo de Filipe Nyusi.

Antes do comício de Dhlakama, tanto o porta-voz da Renamo, António Muchanga, como o membro da Comissão Política do MDM (Movimento Democrático de Moçambique) Lutero Simango tinham acusado Nyusi de contrariar o seu discurso de posse, na quinta-feira, e nomear um Governo de base partidária

HB // JLG

*Título PG

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