Posse
do novo Governo moçambicano marcada para segunda-feira
Maputo,
17 jan (Lusa) - Os ministros e vice-ministros nomeados pelo Presidente da
República de Moçambique, Filipe Nyusi, para constituir o novo elenco
governamental tomam posse na segunda-feira, informou hoje a presidência
moçambicana.
A
cerimónia da tomada de posse terá lugar às 14:00 (12:00 em Portugal) no palácio
da Ponta Vermelha, residência oficial do chefe de Estado, segundo um comunicado
enviado à Lusa.
O
Presidente da República, investido na quinta-feira, anunciou hoje a nomeação de
Carlos Agostinho do Rosário, embaixador na Indonésia e Timor-Leste, para o
cargo de primeiro-ministro.
Adriano
Maleiane é o novo ministro da Economia e Finanças, depois de ter sido
governador do Banco de Moçambique, administrador da Visabeira em Moçambique e
diretor-executivo do Banco Nacional de Investimento, cargo que exercia até ao
momento.
O
general Atanásio Ntumuke será o titular da Defesa, Oldemiro Balói mantém-se
como chefe da diplomacia e a pasta do Interior foi atribuída a Jaime Basílio
Monteiro, ex-vice-comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM).
Pedro
Conceição Couto, vice-ministro das Finanças do anterior executivo, vai tutelar
os Recursos Minerais e Energia, enquanto José Pacheco se mantém na Agricultura
e Celso Correia, ex-administrador do BCI e líder da Insitec, um dos maiores
grupos empresariais moçambicanos, vai ser ministro da Terra, Ambiente e
Desenvolvimento Rural.
O
novo primeiro-ministro foi exonerado, num despacho presidencial de sexta-feira,
de todos os seus cargos diplomáticos, que incluíam a representação de
Moçambique, desde 2010, na Indonésia, Timor-Leste e Tailândia, além de
alto-comissário para a Malásia e Singapura.
Carlos
Agostinho do Rosário foi ministro da Agricultura e governador da Zambézia e
ainda embaixador de Moçambique na Índia e esteve presente na cerimónia de
investidura de Filipe Nyusi.
O
novo executivo terá 22 ministros, menos sete do que o anterior, cumprindo uma
promessa de Filipe Nyusi no discurso da tomada de posse, durante o qual
garantiu também seguir o critério do mérito e profissionalismo para as suas
nomeações, bem como intransigência em relação à má conduta, corrupção,
nepotismo e clientelismo entre os funcionários do Estado.
Após
a divulgação da lista dos novos governantes, os dois principais partidos de
oposição acusaram Filipe Nyusi de contrariar o seu discurso de posse e nomear
um Governo de base partidária.
HB
// JLG
Oposição
moçambicana acusa Nyusi de nomear Governo partidário
Maputo,
17 jan (Lusa) - Os dois principais partidos de oposição de Moçambique, Renamo e
MDM, acusaram hoje o Presidente da República, Filipe Nyusi, de contrariar o seu
discurso de posse, na quinta-feira, e nomear um Governo de base partidária.
Os
nomes hoje divulgados "são todos da Frelimo [Frente de Libertação de
Moçambique, no poder], não há nem um que não seja", disse à Lusa o
porta-voz da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana, maior partido de
oposição), acrescentando que "aqueles que tinham a expectativa de que
Nyusi era diferente de Guebuza [anterior Presidente da República] estavam
enganados".
"A
promessa do Presidente da República, no seu discurso na posse, de fazer consultas
à sociedade civil e aos partidos políticos para a tomada de grandes decisões
foi desmentida pela prática dois dias depois", afirmou António Muchanga.
Também
Lutero Simango, membro da Comissão Política Nacional do MDM (Movimento
Democrático de Moçambique), terceira força no parlamento, considerou à Lusa que
"o Presidente da República disse que ia formar um governo sem ter em conta
as cores partidárias, mas, no final, são todos pertencentes ao partido no
poder".
O
ex-líder da bancada parlamentar do MDM e atual deputado admitiu que o
Presidente da República tem poderes e competências para nomear quem entender,
mas insistiu que "a composição do Governo é diametralmente oposta ao longo
discurso inaugural na quinta-feira", desafiando Nyusi "a ter coragem
para eliminar desde já todas as células partidárias no aparelho de
Estado", como "um grande sinal para libertá-lo de qualquer carga
ideológica".
Embora
reconheça o esforço de Filipe Nyusi em reduzir o número de ministérios, Simango
observou porém que a diminuição "não é significativa, uma vez que volta ao
patamar existente há uns anos e já então excessivo".
Ao
excluir figuras da oposição, o novo Governo não acomoda a exigência da Renamo
de um governo de gestão, com vista a ultrapassar o que alega ter sido uma fraude
nas eleições gerais de 15 de outubro, mas o porta-voz do principal partido de
oposição declinou fazer comentários, alegando que "não há conversações a
decorrer sobre o assunto".
António
Muchanga anunciou para terça-feira em Caia, província de Sofala, uma reunião do
presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, com os principais quadros da força
política, incluindo os 89 deputados eleitos para a Assembleia da República e
que faltaram à investidura no dia 09 de janeiro, para discutir a futura
estratégia do partido e que passa pela reivindicação de uma república autónoma
do centro e norte de Moçambique.
O
Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi nomeou Carlos Agostinho do
Rosário, embaixador na Indonésia e Timor-Leste, para o cargo de
primeiro-ministro, informou hoje a presidência moçambicana.
Segundo
um comunicado do novo chefe de Estado que apresenta o futuro elenco do
executivo moçambicano, o ex-governador do Banco de Moçambique Adriano Maleiane
será o ministro da Economia e Finanças, o general Atanásio Ntumuke será o
titular da Defesa, Oldemiro Balói mantém-se como chefe da diplomacia e Jaime
Basílio Monteiro, ex-vice-comandante-geral da Polícia da República de
Moçambique (PRM), ficará com o Interior.
Pedro
Conceição Couto, vice-ministro das Finanças do anterior executivo, vai tutelar
os Recursos Minerais e Energia, enquanto José Pacheco se mantém na Agricultura
e Celso Correia, ex-administrador do BCI e líder da Insitec, um dos maiores
grupos empresariais moçambicanos, vai ser ministro da Terra, Ambiente e
Desenvolvimento Rural.
O
elenco do novo Governo terá 22 ministros, menos sete do que o anterior, e seis
nomes transitam do executivo de Armando Guebuza para o novo de Filipe Nyusi.
HB
// JPF
Dhlakama
promete reagir numa semana se Frelimo rejeitar governo de gestão em Moçambique
Tete,
Moçambique, 17 jan (Lusa) - O líder da Renamo, maior partido de oposição em
Moçambique, Afonso Dhlakama, prometeu hoje, num comício em Tete, centro do
país, reagir numa semana caso a Frelimo, no poder, não aceite a sua proposta de
um governo de gestão.
"Eu
não vou ajoelhar-me à Frelimo [Frente de Libertação de Moçambique] porque não
fui eu que roubei votos, mas os ladrões e comunistas da Frelimo é que se vão
ajoelhar a mim, porque vou responder-lhes dentro de uma semana, caso eles
continuem a brincar com o povo", declarou o presidente da Renamo
[Resistência Nacional Moçambicana], no dia em que o Presidente da República,
Filipe Nyusi, anunciou o novo elenco governativo do país.
Num
comício bastante concorrido, Dhlakama voltou a falar num governo de gestão,
como forma de ultrapassar o que alega ter sido uma fraude nas eleições gerais
de 15 de outubro, mas não deu indicações sobre a resposta que pretende dar caso
a sua exigência continue a ser recusada.
"O
povo está comigo e, se quisermos, podemos tomar este país, mas não é isso que
eu pretendo. A Renamo não quer mais voltar à guerra", afirmou o líder
histórico do principal partido de oposição e candidato derrotado nas últimas
presidenciais.
Dhlakama
pediu à assistência para não se preocupar com a posse de Nyusi, realizada na
quinta-feira, porque "quem tomou posse foi um presidente da Frelimo",
para liderar "um governo composto por ladrões e não um governo vindo da
vontade do povo".
"Nenhum
presidente neste país pode competir com o Dhlakama, o que a Frelimo está a
fazer é uma brincadeira e desta vez nós vamos reagir porque o povo esta
connosco", afirmou.
O
porta-voz da Renamo anunciou hoje à Lusa a realização de uma reunião, na
terça-feira em Caia, província de Sofala, de Dhlakama com os principais quadros
do partido, incluindo os 89 deputados que faltaram à cerimónia de posse da
Assembleia da República no dia 09 de janeiro, para discutir a estratégia do
partido e que passa pela criação da república autónoma do centro e norte de
Moçambique.
O
Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, nomeou Carlos Agostinho do
Rosário, embaixador na Indonésia e Timor-Leste, para o cargo de
primeiro-ministro, informou hoje a presidência moçambicana.
O
elenco do novo Governo terá 22 ministros, menos sete do que o anterior, e seis
nomes transitam do executivo de Armando Guebuza para o novo de Filipe Nyusi.
Antes
do comício de Dhlakama, tanto o porta-voz da Renamo, António Muchanga, como o
membro da Comissão Política do MDM (Movimento Democrático de Moçambique) Lutero
Simango tinham acusado Nyusi de contrariar o seu discurso de posse, na
quinta-feira, e nomear um Governo de base partidária
HB
// JLG
*Título
PG
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