Angola
conduz um processo de consolidação da paz baseado na inclusão que permite
ultrapassar incompreensões, restabelecer confiança entre as pessoas e lançar
bases para uma paz duradoura, afirmou, nas Nações Unidas, o secretário de
Estado das Relações Exteriores.
Manuel
Augusto, que discursava no debate aberto do Conselho de Segurança subordinado
ao tema “Desenvolvimento Inclusivo para a Manutenção da Paz e da Segurança
Internacional”, disse que “Angola desenvolve um programa económico e social de
reintegração de segmentos da população vitimas do conflito armado,
especialmente ex-combatentes e famílias”.
No debate, que teve como moderadora a Presidente do Chile, Michele Bachelet, e no qual participou o Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, o secretário de Estado disse que “nos países que emergem de conflitos armados, a consolidação da paz deve realizar-se no quadro de um processo inclusivo que permita ultrapassar incompreensões, restabelecer a confiança e lançar as bases para uma paz duradoura”.
Manuel Augusto considerou importante a aplicação de políticas adequadas, com impacto positivo, nomeadamente nos domínios da educação, do diálogo social e da inclusão social e económica.
O secretário de Estado, que está desde domingo
“Uma governação inclusiva é o melhor garante para se obterem ganhos de representatividade e de efectividade para o desenvolvimento económico, a harmonia social e um desenvolvimento humano efectivo”, referiu. O diplomata considerou que a exclusão territorial “é o ponto de partida para a existência de forças centrífugas que podem levar à fragmentação territorial dos Estados.”
Manuel Augusto disse ser necessário que “todas as regiões que compõem um determinado país sejam tratadas de igual modo, assim como os seus habitantes, para reforçar a identidade nacional e salvaguardar a integridade territorial”. A inclusão nacional, realçou, contribui decisivamente para a coesão e a harmonia social e consequentemente para a mobilização efectiva dos cidadãos, para os grandes desígnios ligados à paz e ao desenvolvimento harmonioso.
“É nos países de carácter multiétnico que os desafios da inclusão se revelam de maior complexidade. Para a ultrapassagem da tendência natural à exclusão do outro, baseada na diferença, é fundamental que os Estados abordem os problemas da etnicidade com particular sensibilidade, de modo a não permitir que qualquer grupo seja marginalizado, promovendo a plena convivência e a igualdade de oportunidades para todos”, disse.
Inclusão cultural
O secretário de Estado declarou que outro aspecto que merece atenção é a inclusão cultural e social.
Manuel Augusto disse que a inclusão social compreende a cultura da paz, da tolerância e da plena aceitação da diferença inerente à pluralidade social, bem como de género na formulação das políticas nacionais.
O orador acentuou que “a exclusão económica geralmente é a causa dos conflitos” e que a inclusão económica, “enquanto expressão da participação de todo o tecido social no usufruto da riqueza nacional, revela-se um bem tangível de importância crucial para a consolidação do sentimento de pertença e para a participação efectiva de todos no trabalho e no usufruto do trabalho de cada um”. O diplomata disse ser preciso identificar e agir com celeridade sempre que em determinado país se manifestem sinais de exclusão.
Nessa sessão do Conselho de Segurança, presidido este mês pelo Chile, os mais de 70 intervenientes, incluindo Estados não membros do órgão da ONU, foram unânimes sobre a necessidade da observância da inclusão a todos os níveis da sociedade.
Jornal
de Angola
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