terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

EXISTE PLANO B PARA A GRÉCIA? “NÃO”, APENAS O “PLANO A”, diz Bruxelas



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João Francisco Guerreiro, em Bruxelas – Jornal de Notícias

A Comissão Europeia negou, esta terça-feira, a existência de um plano alternativo, para desbloquear o impasse em que a solução para a Grécia se encontra, depois de um novo fracasso nas negociações. O principal porta-voz de Jean-Claude Juncker afirma que o plano que existe é o mesmo de sempre: "um acordo".

"O plano A da comissão é para que haja um acordo a 19. É o único plano que temos em cima da mesa", afirmou o porta-voz Margaritis Schinas.

Após o fracasso das negociações, na reunião de ontem, o ministro grego das Finanças queixou-se de uma troca de documentos e de lhe terem pedido para assinar um documento que não era o mesmo que lhe foi apresentado no início e que Varoufakis tinha considerado "formidável" como proposta.

O documento a que Yanis Varoufakis se refere é uma proposta apresentada pelo comissário europeu para o Assuntos Económicos e Monetária, que assume o papel de "mediador honesto", nas negociações entre Atenas e o eurogrupo. O documento foi divulgado na conta de Twitter do editor de economia do Channel 4, Paul Mason.

Já esta terça-feira, o porta-voz de Juncker considerou aquele documento se tratou apenas de "uma ideia", apresentada pela Comissão enquanto "facilitador" de um acordo, tendo classificado como "normal" a existência de várias versões das "dezenas de rascunhos e esboços" que foram sendo produzidos e "esse processo não é estranho nem bizarro, em negociações deste tipo".

"Todos esses papéis, como se sabe, não resultaram num acordo formal. Tudo o que houve são esboços, rascunhos que tiveram uma evolução que continua em curso e que ainda não teve resultados", afirmou, acrescentando que "neste tipo de negociações é natural que haja varias versões dos documentos", afirmou.

O Eurogrupo e a Comissão Europeia continuam a aguardar que Atenas dê "o primeiro passo" que é "o pedido de extensão, com todas as flexibilidades e compromissos e, posteriormente, durante o debate poderemos decidir o que fazer com o conteúdo, no quadro desse compromissos e flexibilidades, que estão no contrato atual", reafirmou a porta-voz do comissário para os Assuntos Económicos e Monetários, Annika Breidthardt.

Durante a reunião, a zona euro apresentou um texto, a que o JN teve acesso, que já circula na net, no qual propunha que "as autoridades gregas" indicassem a sua "intenção para concluir com sucesso o programa" que termina no final do mês, prometendo "tentar" explorar "a flexibilidade existente no âmbito do atual programa". Mas, Varoufakis rasurou o documento, manifestando a sua discordância com aquele parágrafo.

O desacordo surgiu logo no primeiro parágrafo, no qual a zona euro pretendia fazer referência aos "notáveis esforços de ajustamento levados a cabo pela Grécia e pelos gregos, durante os últimos anos". Yanis Varoufakis rasurou o documento, colocando um ponto de interrogação sobre esta parte da declaração e escreveu sobre ela a palavra "falhanço", sublinhando-a.

Varoufakis revelou que "a verdadeira razão para o desacordo substancial" prende-se com a exigência do Eurogrupo para que o governo grego concorde com um programa que "tem de contestar", segundo o mandato que lhe foi conferido nas eleições.

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