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João
Francisco Guerreiro, em Bruxelas – Jornal de Notícias
A
Comissão Europeia negou, esta terça-feira, a existência de um plano
alternativo, para desbloquear o impasse em que a solução para a Grécia se
encontra, depois de um novo fracasso nas negociações. O principal porta-voz de
Jean-Claude Juncker afirma que o plano que existe é o mesmo de sempre: "um
acordo".
"O
plano A da comissão é para que haja um acordo a 19. É o único plano que temos
em cima da mesa", afirmou o porta-voz Margaritis Schinas.
Após
o fracasso das negociações, na reunião de ontem, o ministro grego das Finanças
queixou-se de uma troca de documentos e de lhe terem pedido para assinar um
documento que não era o mesmo que lhe foi apresentado no início e que
Varoufakis tinha considerado "formidável" como proposta.
O
documento a que Yanis Varoufakis se refere é uma proposta apresentada pelo
comissário europeu para o Assuntos Económicos e Monetária, que assume o papel
de "mediador honesto", nas negociações entre Atenas e o eurogrupo. O
documento foi divulgado na conta de Twitter do editor de economia do Channel 4,
Paul Mason.
Já
esta terça-feira, o porta-voz de Juncker considerou aquele documento se tratou
apenas de "uma ideia", apresentada pela Comissão enquanto
"facilitador" de um acordo, tendo classificado como
"normal" a existência de várias versões das "dezenas de rascunhos
e esboços" que foram sendo produzidos e "esse processo não é estranho
nem bizarro, em negociações deste tipo".
"Todos
esses papéis, como se sabe, não resultaram num acordo formal. Tudo o que houve
são esboços, rascunhos que tiveram uma evolução que continua em curso e que
ainda não teve resultados", afirmou, acrescentando que "neste tipo de
negociações é natural que haja varias versões dos documentos", afirmou.
O
Eurogrupo e a Comissão Europeia continuam a aguardar que Atenas dê "o
primeiro passo" que é "o pedido de extensão, com todas as
flexibilidades e compromissos e, posteriormente, durante o debate poderemos
decidir o que fazer com o conteúdo, no quadro desse compromissos e
flexibilidades, que estão no contrato atual", reafirmou a porta-voz do comissário
para os Assuntos Económicos e Monetários, Annika Breidthardt.
Durante
a reunião, a zona euro apresentou um texto, a que o JN teve acesso, que já
circula na net, no qual propunha que "as autoridades gregas"
indicassem a sua "intenção para concluir com sucesso o programa" que
termina no final do mês, prometendo "tentar" explorar "a
flexibilidade existente no âmbito do atual programa". Mas, Varoufakis
rasurou o documento, manifestando a sua discordância com aquele parágrafo.
O
desacordo surgiu logo no primeiro parágrafo, no qual a zona euro pretendia
fazer referência aos "notáveis esforços de ajustamento levados a cabo pela
Grécia e pelos gregos, durante os últimos anos". Yanis Varoufakis rasurou
o documento, colocando um ponto de interrogação sobre esta parte da declaração
e escreveu sobre ela a palavra "falhanço", sublinhando-a.
Varoufakis
revelou que "a verdadeira razão para o desacordo substancial"
prende-se com a exigência do Eurogrupo para que o governo grego concorde com um
programa que "tem de contestar", segundo o mandato que lhe foi
conferido nas eleições.
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