Mário Motta, Lisboa
A
educação, as escolas, os compêndios escolares e restante material didático são
a bagagem para o futuro que é adquirida pelas crianças de todo o mundo com o apoio dos
professores(as). O desenvolvimento das crianças, futuros adultos e futuro das
nações, depende essencialmente disso. O Estado angolano tem por
princípio legal que os manuais escolares sejam entregues gratuitamente
aos alunos desde o pré-primário. Com essa deliberação o Estado angolano apostou
e aposta no futuro, possibilita a todos que desde crianças desfrutem de iguais
oportunidades na aquisição de conhecimento, de instrução, de cultura, da
sabedoria que representa o desenvolvimento dos futuros homens e mulheres que vão
possibilitar uma sociedade mais equilibrada, justa, criativa, sã, culta e
preparada para produzir desenvolvimento nos vários setores da economia. O
interesse coletivo é que todos aprendam com igualdade de oportunidades. Quantos
mais, melhor. Entre outros objetivos essa foi a meta traçada pelo Estado
angolano quando não negou às crianças, cujos pais têm menores recursos (ou nem têm
recursos nenhuns), a oportunidade de aprenderem do mesmo modo que aqueles que
vivem sem problemas de recursos financeiros. O Estado angolano foi justo na sua
deliberação.
Tudo
estaria bem se acabasse em bem.
Mas não está bem. Em Angola, apesar da deliberação e esforço
do Estado, os manuais escolares não chegam à maioria dos alunos cujos pais não
têm recursos para garantirem a aprendizagem dos seus filhos. Os manuais
escolares que superiormente foi decidido serem de distribuição gratuita estão a
ser vendidos na candonga porque existe uma máfia organizada que reduz as
tiragens tipográficas dos manuais gratuitos para assim causar a procura no
chamado mercado negro. Escusado será dizer que são vendidos a preços
exorbitantes, o que leva muitos pais a terem de fazer sacríficios enormes para
os comprar. Os pais que os conseguem ainda comprar. São aos milhares as
crianças que não têm os referidos manuais que em principio deviam ser
gratuitos.
Como
é explicado por aqueles que em Angola conhecem todas as “maroscas” do “polvo”:
“A
cada ano que passa o estado angolano que garante a distribuição gratuita de
livros escolares para a pré e a primária, cobrindo o universo de alunos
"de Cabinda ao Cunene e do mar ao leste", se vê esvaziado nos seus
legítimos propósitos:
os editores-distribuidores e as gráficas que deveriam corresponder, produzem
abaixo das necessidades e possibilitam ao polvo que os domina, a venda no
"mercado informal" duma parte dessa produção. Tudo isso é feito com o
fito de enriquecer o polvo-sabotador e anti-patriótico, um polvo disposto a
tudo, à custa de milhões de crianças angolanas.”
Neste
tema a realidade convida a que seja mostrado à sociedade angolana e a todo o
mundo como associação ou associações criminosas se permitem ser um estado
dentro do próprio Estado. Ter tanto ou mais poder que o Estado. Aumentando de
ano para ano maior escassez de manuais escolares que deviam ser gratuitos para
produzir e vender mais manuais no chamado “mercado negro” a preços proibitivos.
A mola real é a ganância de uns quantos que se sobrepõe ao interesse coletivo
de um país, comprometendo, neste caso, o futuro dos angolanos. É isso que está
em causa e também a legalidade. É o governo de Angola que tem por obrigação
fazer cumprir o disposto por si em prol dos interesses das crianças angolanas. É
ao Estado que compete proteger os cidadãos. Principalmente as crianças. Proteger
o futuro de Angola e dos angolanos.
Este
tema não encerra aqui. O Página Global continuará com esta abordagem em agenda. Se necessário com maior incidência no quem é quem de um polvo que tem nome,
para além de poderosos e compridos tentáculos que urge amputar. Para bem das
crianças angolanas. No inalienável interesse da sociedade e de Angola.
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