Um
deles é o deputado municipal João Camargo, do Bloco de Esquerda, que apenas
exercia as suas funções de fiscalizar a atuação da polícia, em mais um dia de
demolições. Polícia de choque impede acesso ao bairro.
A
PSP prendeu na manhã desta quinta-feira o deputado municipal João Camargo e um
jovem ativista no bairro de Santa Filomena, no concelho da Amadora, em mais um
dia de demolições no bairro. Camargo estava identificado com o cartão de
deputado municipal e exercia as suas funções de fiscalização, interpelando a
PSP sobre a sua atuação, recordando que o Provedor de Justiça se pronunciou
contra as demolições e questionando se a PSP obedecia à Câmara Municipal da
Amadora ou à Nação.
Intervenção
policial
Ativistas
e moradores tinham levantado durante a noite uma barricada em torno dobulldozer usado
nas demolições, com o objetivo de impedir o acesso à viatura que o abastece de
combustível. Além da barricada, um cordão de ativistas tentou impedir a
deslocação da máquina quando o seu motor foi ligado.
A
polícia deteve então o deputado municipal, algemando-o e retirando-o do local.
Se nessa prisão não foi usada violência, o mesmo não se pode dizer do que se
passou em seguida, com encontrões, empurrões e a prisão violenta de um jovem
ativista. Libertada a máquina, passou a trabalhar, por enquanto ainda a
recolher entulho. No local podia-se verificar a presença de polícias municipais
à paisana, e de seguida chegou a Polícia de Choque que passou a impedir o
acesso ao bairro.
Provedor
de Justiça recomendou suspensão
Recorde-se
que o Provedor de Justiça recomendou a suspensão das demolições, começadas em
pleno inverno. Disse o Provedor que “revestir-se-ia de toda a utilidade que nos
elucidasse acerca das razões de interesse público que possam justificar que, no
atual contexto económico, em que todos os programas de apoio social se
encontram suspensos, se opte pela erradicação de todo o bairro em detrimento da
sua reconversão”.
A
deputada Helena Pinto voltou ao local na manhã desta quinta-feira. A deputada
do Bloco de Esquerda acusa a Câmara da Amadora de não ter tomado as medidas
necessárias para realojar as pessoas que viram as suas casas demolidas.
Esquerda.net
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