“A
escola é mais importante que a Igreja!…” a frase é do J. L. Prates
Se
a frase não for forte, ninguém a ouve nem se sentirá sensibilizado com a sua
mensagem.
A
escola deve direcionar-se para a sociedade, para o progresso, para o presente
e o futuro, para a vida profissional, para a realização dos jovens no
futuro e assumir o papel de escola inclusiva.
Tendo
em conta o panorama atual, a escola precisa de mais segurança, que os
estabelecimentos bancários, porque a escola possui uma riqueza incomensurável,
absolutamente indispensável à nação, ao futuro dos jovens e à grandeza
dos professores. Para que isso seja realidade é preciso que ela beneficie de
uma real atenção do ministério de tutela, dos governantes, dos políticos e de
todos.
Todavia,
todos os dias assistimos ou somos confrontados com situações e atos que
empobrecem e fragilizam ainda mais a tal escola digna que todos esperávamos ter
nas nossas comunidades. As escolas são vandalizadas, professores desrespeitados
pelos pivetes, pais, encarregados de educação, e pela própria direção do
estabelecimento escolar.
Enquanto
não houver verbas para melhoria das escolas, enquanto houver professores
ganhando uns trocados, que com os mesmos pagam o transporte todos os dias
para se deslocarem ao trabalho, nem resta para um cafezinho, estaremos a
conviver com uma escola desestruturada, mal gerida e consequentemente
promotora de má formação das crianças e jovens, uma escola
promotora das desigualdades…
Mas
afinal, qual é o plano nacional de Educação? Conhecem?
Não
conheço! Peço desculpas pela minha ignorância.
Na
ignorância, deixo a modesta sugestão: não é a solução, a construção de
dezenas de escolas novas e apetrechadas, enquanto continuarem com vagabundos
feitos alunos, vândalos, professores desautorizados, mal formados,
desvalorizados, interferência dos pais, por serem senhor fulanos e tal
(responsáveis pela não educação dos seus filhos),assim estaremos a trabalhar em
vão.
Hoje
uns pivetes fazem o que bem entendem na sala de aula, os professores chegam a
ser a segunda figura na sala de aula e os badernas tomam conta da sala, todos
com telemóveis, uns enviando sms, jogando e se o professor retirar o telemóvel,
vai o pai à escola, vai a mãe Joana à escola, e aquele professor que se faz
respeitar é persona no grata por todos, inclusive pelos próprios colegas de
profissão que deveriam ser os primeiros a segui-lo.
Até
quando?
Até
quando os professores terão a consciência de que são eles verdadeiramente os
formadores dos destinos, do futuro e da grandeza da pátria?
Muito
simples, apenas têm que se unir e fazerem -se respeitar de acordo com os
estatutos. Fazerem o bom uso do estatuto do aluno e ética escolar, que
estabelece os direitos e os deveres do aluno dos ensinos básico e secundário e
o compromisso dos pais ou encarregados de educação e dos restantes membros da
comunidade educativa.
O
professor deve, em primeiro lugar, gostar e acreditar naquilo que faz, ele
servirá de modelo para seus alunos e nunca se envolver em situações que o
descredibiliza e o faz perder a autoridade, enquanto professor/educador. O
objetivo da educação não é simplesmente prover informação, mas estimular
consciência interna.
A
escola, a comunidade escolar é formada por professores e profissionais que
atuam na escola, por alunos que frequentam as aulas regularmente e por pais
e/ou responsáveis dos alunos. A comunidade escolar, fazendo parte dela a
comunidade local, onde a polícia de segurança pública é parte integrante e como
tal é chamada a intervir em situações pontuais, como assegurar o bom
funcionamento da escola, atuar contra os vândalos, assumindo a segurança
e prevenção da violência extrema.
O
projeto da escola, deve incluir entre outros aspetos: a identificação das
situações problemas, através de metodologias abertas e participadas de
diagnóstico a três níveis, respetivamente do aluno, da organização e gestão
escolar e da comunidade, envolvendo diversos parceiros do processo educativo,
devendo os resultados ser sempre tidos em consideração.
Quanto
a segurança nas escolas, tive a oportunidade de ouvir, não há muito, um
desabafo de um aluno do ensino secundário, membro de uma associação
estudantil manifestar a sua indignação a um órgão de comunicação social
são-tomense sobre o vandalismo e a insegurança no Liceu Nacional.
Ao
referir-se ao assunto, destacou algumas atitudes reprováveis de pessoas que
envergavam fardas, quer da polícia quer militar que, ao invés de contribuírem
para uma escola segura, deslocavam à referida escola para impressionar
garotas acabando por provocar desacatos e instalar um clima de insegurança
maior.
Perante
esta atitude, interrogo-me, será que os responsáveis /administração escolar
compactua com esse tipo de atitudes ou são incompetentes e não conseguem dar
uma resposta adequada para travar a insegurança?
A
razão do meu sussurro é por isso e muito mais coisas que deviam merecer maior
atenção.
Por
isso e muito mais que sublinho: sem boas escolas, escolas seguras, sem bons
professores não há futuro para a pátria e consequentemente não haverá
empreendedores, não haverá técnicos…
Ps:
autor deste artigo foi professor de geografia durante uma década, onde lecionou
5.º ao 9.º ano, nas escolas de São João, Patrice Lumumba, Liceu e do Príncipe.
Reação
de um observador atento aos males que debilitam o verdadeiro papel da escola
e a sua gestão .
Machado
Marques – Téla Nón (st)
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