Os
países da África subsaariana deverão crescer 4,5% este ano e 5,1% em 2016, com
a Guiné Equatorial a ser o único país de língua portuguesa a enfrentar uma
recessão de 15,4% do PIB, segundo o FMI.
De
acordo com o Regional Economic Outlook referente à África subsaariana,
divulgado hoje em Washington pelo Fundo Monetário Internacional, a Guiné
Equatorial é o único país de língua portuguesa em África a enfrentar uma
recessão brutal, embora os técnicos prevejam que no ano seguinte a economia
cresça 3,7%.
Ao
longo das 123 páginas do relatório, não é avançada uma explicação para esta
previsão, que aprofunda o crescimento negativo dos últimos dois anos: em 2014 a
economia da Guiné Equatorial contraiu-se 3,1% e no ano anterior o crescimento
tinha sido negativo em 4,8%, segundo os números avançados pelo FMI.
Explica-se
apenas que "a percentagem de exportações nos países exportadores de
matérias-primas, como Angola, Guiné Equatorial ou Zâmbia, decaiu ao longo do
tempo, sublinhando a dificuldade de alargar a base de exportações em países que
confiam há muito nas exportações de matérias-primas", nomeadamente o
petróleo.
A
Guiné Equatorial, de resto, é o país africano que mais vai ver a economia
contrair-se, seguindo-se a Serra Leoa, com uma recessão estimada para este ano
em 12,8%, mas que no próximo ano deverá ter um crescimento de 8,4%.
Todos
os outros países lusófonos apresentam crescimentos este ano, com alguns casos
em que, apesar da crise financeira motiva pela descida dos preços do petróleo,
até é registado uma aceleração do PIB, como em Angola, que cresceu 4,2% em 2014
e que deverá acelerar o crescimento para 4,5% este ano, abrandando para 3,9% em
2016.
A
previsão mais otimista relativamente à expansão do PIB vai, no entanto, para
Moçambique, que depois de uma desaceleração para 6,5%, o que coloca o país ao
nível de 2009, deverá registar em 2016 uma subida de 8,1%, a maior dos últimos
dez anos.
Nos
restantes - Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe - os valores são
relativamente semelhantes aos do ano passado, mostrando que os países que não
são produtores de petróleo ou não tiveram um evento particular com impacto no
crescimento da economia, vão manter os níveis dos últimos anos.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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