São Tomé e Príncipe
Por
causa do artigo, publicado pelo Téla Nón no dia 25 de Março passado sob o
título “Forças de Bloqueio”, o Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos de
Roberto Raposo quer interpelar o Jornal Téla Nón.
O
artigo sustentado, mostrou claramente onde estão retidos os diplomas aprovados
pelo anterior governo e promulgados pelo Presidente da República, no entanto
sem a devida publicação no Diário da República. Os diplomas em causa ligam o
Estado são-tomense à empresa chinesa Guangxi Hidroelectric Construction
Bureaux. Por sinal a mesma empresa com a qual o actual Governo se reuniu na
última semana, anunciado a sua instalação para breve no país.
Nesta
terça-feira, por volta das 11 horas, o Director do Jornal Téla Non Abel Veiga,
recebeu um telefonema do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, a marcar
para a próxima quinta – feira, a sessão de interpelação ao Director do Jornal
Téla Nón, por causa do artigo publicado, mais concretamente o teor da conversa
que o Téla Nón teve com o funcionário do Centro de Reprografia e Informática. A
instituição que tem competência para publicar o Diário da República.
A
chamada telefónica foi feita pela Directora de Gabinete do Ministro Roberto
Raposo. A directora de gabinete solicitou a audiência para interpelação do director
do Téla Nón, e indicou esta quinta – feira. Disse que em consequência da
notícia divulgada pelo Jornal, foi aberto um inquérito interno no Ministério da
Justiça e dos Direitos Humanos, que tutela o Centro de Reprografia e
Informática.
O
Téla Nón, mais concretamente o seu Director, Abel Veiga, não é funcionário do
Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, pelo que recusou imediatamente
ser submetido a interrogatórios por parte dos possíveis enviados do ministério
de Roberto Raposo.
A
notícia veiculada pelo Téla Nón, sobre as Forças de Bloqueio, é demasiadamente
clara, objectiva e bastante sustentada, para provocar dúvidas no Ministério da
Justiça e dos Direitos Humanos. O artigo cumpriu com o seu objectivo. Mostrou e
confirmou a denúncia feita semanas antes pelo Primeiro-ministro Patrice
Trovoada, sobre as forças de bloqueio, que imperam investimentos privados
estrangeiros no país.
Daí
que na conversa com a directora de Gabinete do Ministro Roberto Raposo, o
director do Téla Nón, remeteu a mesma para o artigo publicado, com destaque
para o conteúdo da conversa que o Téla Nón teve in loco, com o funcionário do
Centro de Reprografia e Informática.
O
Téla Nón nunca deixou de seguir as movimentações do Ministério da Justiça e dos
Direitos Humanos, após a publicação do artigo, “Forças de Bloqueio”. O Téla Nón
sabe que logo após a publicação do artigo, o próprio Ministro Roberto Raposo,
convocou uma reunião com todos os funcionários do Centro de Reprografia e
Informática, para saber se Abel Veiga esteve de facto naquela instituição como
relatou a notícia.
O
Téla Nón sabe que está em maus lençóis, o funcionário que atendeu o Director do
Téla Nón, no dia em que o jornal provou in loco, que o Centro de Reprografia
não publicou os diplomas aprovados pelo anterior Governo e promulgados pelo
Presidente da República.
Mas,
ainda na última semana o Director do Téla Nón esteve no Centro de Reprografia e
Informática do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, para verificar se
os diplomas retidos que ligam o Estado são-tomense e a empresa Guangxi
Hidroelectric Construction Bureaux tinham finalmente conhecido a luz do dia
através do Diário da República.
Desta
vez a presença do jornalista deixou os funcionários em pânico. Ninguém
abriu a boca para responder a solicitação feita pelo jornalista do Téla Nón, no
sentido de adquirir a publicação dos diplomas no Diário da República. O mesmo
procedimento como o jornal tinha feito em Março passado.
Uma
das funcionárias, teve coragem de abrir a boca para apenas dizer que ia
informar o director do Centro de Reprografia e Informática. O jornalista do
Téla Nón ficou a espera. No regresso a funcionária disse «olha o director não
está neste momento».
O
jornalista do Téla Nón, respondeu — «está bem»…e retirou-se do local.
Uma
novela que nasce da denúncia pelo primeiro-ministro sobre as “Forças de
Bloqueio”. Fenómeno que ao que tudo indica teima em persistir.
Os
relatos desses factos registados mais uma vez pelo Téla Nón nas instalações do
Centro de Reprografia e Informática do Ministério da Justiça e dos Direitos
Humanos, podem gerar mais inquéritos e a necessidade de interrogatório ao Téla
Nón, que nunca temerá. Nunca enquanto respirar, deixará de fazer o seu
trabalho, que é a razão da sua existência.
Abel
Veiga – Téla Nón (st)
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