terça-feira, 1 de outubro de 2024

OS VELHOS DO RESTELO, OS MULOS E AS MULAS LUSAS

Bom dia. A seguir vão desembocar no Curto do Expresso onde a novela orçamento é vedeta eleita pela direita ressabiada ao toque da extrema-direita política e em plena e descarada atividade com tricas e laricas até do professor Marcelo Cata-Vento. O ‘Velho do Restelo’ alapou-se no palácio em Belém com um contentor gigante de diz que disse recheado de intrigalhada e baralhada nada digna de um Presidente da República. Ele ‘fala-caro mas não engana os atentos’. O que não significa que milhões de portugueses embarquem nas loas e na dramatização se não houver orçamento geral do estado amigo dos grandes empresários, das escandalosamente grandes empresas e seus correligionários. Tretas gravosas de um Marcelo guinado ao seu partido (PSD) e ao extremismo do Chega, do CDS e seus apaniguados da auto-apelidada de “Maioria Silenciosa” que correspondeu à lavra dos minoritários golpistas Champalimauds, Melos e outros que tais em 28 de Setembro de 1974 na tentativa de um golpe de Estado de retorno ao passado salazarista e fascista que foi travado pelas forças progressistas e democráticas… Nesse período os portugueses não deixaram que o tempo voltasse para trás. Nem Spínola, nem ELP e seus escabrosos nazi-fascistas-bombistas e assassinos se safaram. O povo defendeu destemidamente a liberdade e a democracia. Democracia que há muitos anos vem sendo atacada e definhada pé ante pé. Hoje já só sobrevivemos numa pseudo-democracia e sob a canga de manipuladores, ladrões, vigaristas e fascistas que avançam ocultando as suas botas cardadas e reais intenções encostados ao populismo, por enquanto. Só por enquanto, mas visando o regresso ao passado fascista e salazarista da modernidade enganosa e dita capacitada e sofisticada. O desprezo aos que trabalham e produzem no duro é flagrante e gritante. Não se ganha para pagar uma renda de casa... 

Tenham vergonha seus abutres das finanças, do grande empresariado e da política!

Agora é o Orçamento Geral do Estado por pretexto e nas ilhargas. Sub-repticiamente esses tais energúmenos, adversários da democracia de facto, das liberdades e dos direitos dos portugueses vão avançando e submetendo-nos à canga das suas vontades, dos seus lucros exponenciais, do seu fascismo social, económico, financeiro, político e de contenção dos direitos, liberdades e garantias democráticas e justas…

E assim vai Portugal, como quase todos os países da União Europeia e do mundo…

A Terceira Guerra Mundial já está em curso. As gigantescas corporações armamentistas e de multi-interesses económico-financeiros são quem mandam, os políticos sabujos comem as sobras dos milhares de milhões que estão em jogo. Um jogo mortal, para os povos. E o nuclear para quando, a sério e devastador?

Abram os olhos mulas! – dizia Policarpo, carroceiro de uma parelha, quando se desviava do caminho numa carroça repleta de verduras destinadas à Praça da Ribeira, em Lisboa. Quando lá chegado exclamava o seu característico aiiióó!

Basta. Já vamos longos.

Segue-se o Curto do Expresso, desta feita sob a autoria de Pedro Lima, prestimoso trabalhador do tio Balsemão Impresa e Correlativos.

Boa semana, se conseguirem… Pois, pois.

MM | Redação PG

Desconcertados

Pedro Lima, Editor-adjunto de Economia | Expresso (curto)

Bom dia,

Começamos por lhe fazer um convite: quarta-feira, às 14h, "Junte-se à Conversa" com David Dinis e Liliana Valente para falar sobre "Orçamento: o PS está a ser “radical”?". Inscreva-se aqui.

Enquanto lá fora o mundo vai estando suspenso dos avanços militares de Israel no Líbano ou da radicalização política que vai fazendo caminho em vários países, com as eleições nos EUA à porta, por cá são as negociações do Orçamento do Estado para o próximo ano que vão centrando as atenções. A poucos dias da entrega do documento, PSD e CDS-PP iniciaram ontem jornadas parlamentares conjuntas, que se estendem para hoje, com o mote "Um Orçamento do Estado para resolver os problemas das pessoas". E a mensagem dos ministros que vão discursando vai sendo a mesma: o governo da Aliança Democrática pede que o deixem governar.

A sessão de encerramento está prevista para as 12h com os líderes dos dois partidos, Luís Montenegro e Nuno Melo, mas antes o primeiro-ministro vai assinar o acordo de concertação social – o Acordo Tripartido de Valorização Salarial e Crescimento Económico. O Governo suavizou a sua posição mantendo a intenção de reduzir o IRC mas já não se compromete em descê-lo em dois pontos percentuais e admite a proposta do PS de descida de 20% das tributações autónomas.

Será uma aproximação ao PS mas aparentemente PS e PSD estão longe de um entendimento e o presidente da República lá vai pressionando para que se concertem porque os tempos difíceis que aí estão e os que se avizinham a isso obrigam. Hoje há Conselho de Estado para analisar a situação económica a nível nacional e internacional e será mais uma oportunidade para Marcelo Rebelo de Sousa apelar ao consenso entre os dois maiores partidos.

Mas a troca de recados prossegue e o país continua portanto sem saber se vai ter Orçamento ou eleições antecipadas. Ouviu-se dizer nas jornadas parlamentares que o PS andou a “enganar” o país e que o Chega anda aos “ziguezagues” e os ministros saíram em defesa das medidas polémicas que deverão fazer parte do Orçamento, dizendo que o IRS Jovem não é “discriminatório” e que a descida de IRC “atrai investidores”. Já o líder do PS diz que o seu partido não aceitará medidas “que violentem" o seu "projeto de sociedade”. Pedro Nuno Santos afirmou também que as medidas do Governo é que são “radicais”.

A apresentação do Orçamento está marcada para 10 de outubro.

Do lado dos parceiros sociais, o presidente da CIP mostrou-se desagradado com a oposição do PS à descida do IRC: “Preocupa-me quando o líder de um partido estabelece como princípio orientador da duas base programática ser radicalmente contra a descida do imposto sobre as empresas”, disse Armindo Monteiro. A CIP era um dos parceiros em dúvida na assinatura do acordo de concertação social mas acabou por anunciar que afinal sempre o vai subscrever.

OUTROS ASSUNTOS

Guerra no Médio Oriente Israel intensificou ontem os bombardeamentos em Beirute e confirmou ataques terrestres "limitados e direcionados" contra o Hezbollah depois de durante o dia ter circulado a informação de que estaria a preparar uma operação terrestre. O presidente dos EUA, Joe Biden, manifestou-se contra essa hipótese. O líder interino do Hezbollah, Naim Qassen, afirmou que o grupo radical islâmico estaria preparado caso os israelistas entrassem por terra. Entretanto o Irão disse que não vai enviar soldados para combater Israel no Líbano ou na Palestina porque, segundo o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, os governos dos dois países têm a capacidade e o poder para fazer frente aos israelitas. E a ONU contabiliza a fuga de 100 mil pessoas do Líbano para a Síria, cerca de 60% dos quais serão menores de 18 anos.

Ucrânia A Rússia quer recrutar mais 133 mil russos no outono e decidiu elevar o orçamento da defesa em 30% com vista a reforçar a guerra na Ucrânia.

Presidenciais nos EUA Donald Trump disse que Kamala Harris, a sua adversária nas eleições de 5 de novembro, é “deficiente mental”, um dia depois de a vice-presidente democrata ter visitado a fronteira sul e ter prometido apertar as normas para o acolhimento e asilo e reforçar a segurança, bem como aplicar penas mais duras a quem se entre ilegalmente no país.

Áustria A vitória do FPÖ, de extrema-direita, nas eleições de domingo lançou a Áustria num impasse. O ÖPV, de centro-direita, recusa-se integrar um governo que tenha o líder do FPÖ como chanceler e o presidente austríaco sinaliza que não dará posse a alguém que recorre a expressões que eram usadas por Adolf Hitler, o ditador que lançou a Europa na Segunda Guerra Mundial.

Incêndios O Presidente da República e o primeiro-ministro sobrevoaram as zonas ardidas pelos incêndios que começaram a 15 de setembro. O Governo prometeu rapidez nos apoios.

Inflação O índice de preços do consumidor voltou a subir em setembro em Portugal – passou de 1,9% para 2,1% -, após quedas em junho, julho e agosto. Se contarmos com os gastos dos turistas - o indicador que conta para a comparação europeia - a subida foi ainda mais pronunciada.

Contas públicas Pelo segundo mês consecutivo as contas públicas registaram, em agosto, um saldo positivo, embora o excedente tenha registado um recuo face a julho.

Pensões O Governo vai rever a lei para permitir a atualização das pensões no ano seguinte ao da sua atribuição, confirmou ontem a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Ramalho. Desde 2006, a lei estabelece que as pensões e reformas da Caixa Geral de Aposentações ou Segurança Social só são atualizadas a partir do segundo ano da sua atribuição.

Efacec Numa auditoria feira à Efacec, o Tribunal de Contas concluiu que a nacionalização foi feita sem justificação, os objetivos ficaram por cumprir, a vida na esfera do Estado foi feita sem controlo significativo e a venda à Mutares teve fragilidades.

FRASES

"Havemos de perseguir a EDP até pagar os seus impostos e perseguir a Autoridade Tributária até cobrar cada cêntimo que a EDP deve pelo pagamento destes impostos" – Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, a propósito do pagamento de impostos sobre as barragens

“Eu tenho visto muito reacionário ter empatia por revolucionários. Espantoso. E moderados não terem empatia nenhuma entre si” – Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República

PODCASTS

Expresso da manhã Incursões terrestres israelitas no Líbano: em que sustenta Netanyahu esta escalada na guerra?

Economia dia a dia O Instituto Nacional de Estatística publicou os números provisórios da inflação relativos a setembro. Como evoluíram os preços dos bens e serviços?

O QUE ANDO A LER

“O homem mais rico de sempre” conta-nos a história de Jakob Fugger, também conhecido como ‘Fugger o rico’, banqueiro alemão que viveu entre 1459 e 1525. “Pioneiro do Renascimento e banqueiro de Papas e Imperadores, os seus métodos abriram caminho a cinco séculos de capitalismo”, conta-nos o autor do livro, Greg Steinmetz.

Fez fortuna na mineração e na banca, vendeu têxteis, especiarias, jóias e relíquias, foi odiado por muitos devido à sua obsessão pelo dinheiro e à forma como conseguia ganhá-lo: “era um homem de negócios agressivo, que se esforçou por fazer tanto dinheiro quanto possível e por todos os meios ao seu alcance”.

“Obteve favores de políticos, usou o dinheiro para mudar as regras a seu favor, rodeou-se de advogados e contabilistas e recorreu a meios sofisticados para obter informações”, escreve Greg Steinmetz, acrescentando que “foi o primeiro dos homens de negócios da era moderna por ter sido o primeiro a perseguir a riqueza pela riqueza, sem receio de ser condenado ao inferno”.

Obrigado por estar desse lado. Continue na nossa companhia em www.expresso.pt.

Ler o Expresso

Sem comentários:

Mais lidas da semana