segunda-feira, 27 de abril de 2015

“Não posso esquecer a amizade que Moçambique concedeu a mim e aos meus companheiros”




Jacob Zuma responde a Mia Couto

O presidente sul-africano, Jacob Zuma, respondeu à carta aberta do escri­tor Mia Couto contra a xenofo­bia. Jacob Zuma diz que o povo sul-africano não se esqueceu da solidariedade de Moçambique durante a era do Apartheid e garante que o seu governo tudo está a fazer para resolver o pro­blema.

Numa carta aberta a Jacob Zuma, datada de 17 de Abril cor­rente, o escritor Mia Couto con­denou a onda de xenofobia con­tra cidadãos africanos na África do Sul e criticou a fraca resposta das autoridades. Na carta, Mia Couto pediu medidas duras e imediatas para travar os ataques e lembrou a Jacob Zuma os seus dias como refugiado político em Moçambique.

“Imaginei, muitas vezes, os te­mores que o senhor deveria sen­tir na sua condição de persegui­do pelo regime do Apartheid. Imaginei os pesadelos que atra­vessaram as suas noites ao pensar nas emboscadas que congemina­vam contra si e contra os seus companheiros de luta, mas não me recordo de o ter visto com guarda-costas. Na verdade, éra­mos nós, os moçambicanos, que servíamos de seu guarda-costas. Durante anos, demos-lhe mais do que um refúgio. Oferecemos­-lhe uma casa e demos-lhe segu­rança à custa da nossa própria segurança. É impossível que se tenha esquecido desta generosi­dade”, escreveu Mia Couto.

William Mapote – O País (mz)

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