sexta-feira, 24 de abril de 2015

XENOFOBIA: TRANSFORMAR MÁGOA EM FORÇA PARA DESENVOLVIMENTO DO PAÍS




Maputo, 23 Abr (AIM) O Primeiro-Ministro (PM) moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário, instou aos moçambicanos a transformarem a mágoa gerada pela vaga de violência xenófoba na Africa do Sul em forca interna para o desenvolvimento do país.

Falando durante a visita que efectuou hoje ao centro de trânsito de Boane, na província de Maputo, que acolhe os regressados, Do Rosário reiterou que os moçambicanos não devem pautar pela retaliação aos ataques xenófobos.

Não podemos retaliar. Não queremos que tragam mágoa, deixem essa mágoa lá. Não copiemos o que de mal os sul-africanos têm. Transformem a mágoa em força interna para o desenvolvimento do país, disse o PM.

Alguns retornados e não só tem defendido a tomada de algumas medidas retaliatórias, chegando mesmo a exigir a interrupção do fornecimento de energia aquele país, entre outras.

Nós não roubamos nada lá, apenas trabalhamos, até ajudamos os sul-africanos. Pelo que presenciei, só tenho uma coisa a pedir. Em 2008 houve xenofobia, eu estive lá, quando a situação acalmou, voltei. Agora repetiu-se. Afinal, até onde somos tão santos, somos mais santos do que quem? Nossos irmãos estão a morrer, foram queimados, disse Hilário Anastácio, um dos imigrantes que chegou hoje ao centro de Boane.

Castigo Mangue, outro imigrante, pediu a criação de postos de emprego para os que regressam, de modo a que não passem por várias dificuldades.

Por seu turno, Gerson Mazive, que conta que foi a África do Sul a procura de melhores condições de vida, disse que perdeu tudo que conquistou ao longo dos anos que viveu na chamada 'terra do Rand'.

Reagindo a estes pronunciamentos, o Primeiro-Ministro voltou a apelar a calma e serenidade.

Pedem retaliação e nós insistimos que a retaliação não é o caminho certo. Vamos continuar a apelar a calma, pois a retaliação só vai provocar um ciclo de violência. Pedem para apagar energia e gás, isso não promove emprego, só promove desemprego e, por isso, devemos ser mais serenos, disse.

Carlos Agostinho do Rosário frisou que o que é mau para a África do Sul é igualmente mau para Moçambique.
A população está magoada e não é para menos. Perderam familiares, amigos, bens e presenciaram a morte de irmãos, disse o PM, vincando, porém, que a retaliação não é solução. 

(AIM) ht/sn

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