domingo, 31 de maio de 2015

Moçambique. CORRUPÇÃO COLOCA PROFESSORES EM RISCO DE DESEMPREGO




Maputo, 30 Mai (AIM) Um número ainda não especificado de professores recém-contratados no distrito de Mandlakaze, na província meridional de Gaza, está em risco de perder emprego, caso seja comprovado que a sua entrada no sector público não foi por vias lícitas.

O facto deve-se às crescentes queixas levantadas por cidadãos anónimos sobre possíveis vícios que enfermam o processo de contratação de professores.

No sentido de apurar a veracidade dos factos, uma comissão multidisciplinar independente foi constituída para examinar o processo de contratação do corpo docente, que se suspeita fraudulento, através de cobranças ilícitas. O governo distrital já anulou o processo.

A Televisão de Moçambique (TVM), canal público, noticiou recentemente que para o presente ano em curso o sector de educação em Mandlakaze foi autorizado, pelo governo, a admitir 60 novas professores para o preenchimento do corpo docente nas categorias de N1, N2 e N3.

Citado pelo mesmo canal, o director dos Serviços Distritais de Educação e Tecnologia, Cristiano Adriano, não desmente nem confirma as cobranças ilícitas na admissão de professores, por parte do júri, ora destituído.

Nós queremos cortar o mal pela raiz. Se houve pagamentos e há indicações, juntos vamos proteger as pessoas para poderem nos ajudar a localizar essas pessoas, porque mancham todo o sistema de administração pública, vincou o director.

Segundo explicou a fonte, a não separação das listas de contratação de professores, em função das Zonas de Influência Pedagógica (ZIPs), pode ter contribuído para o
barulho, uma vez que os resultados de admissão foram colocados em pauta única.

Adriano explicou ainda que, se tratando de uma única pauta, mas ZIPs diferentes, era normal que aparecesse um concorrente com nota alta, mas, porque a ZIP era muito concorrida, e não ser admitido, e, outro concorrente, cuja ZIP era menos concorrida, teve nota baixa e entrou.

Era pauta única. Então, a pessoa, vendo-se com uma nota alta e não entrou, e outro com uma nota baixa e que entrou, este é que foi o ponto de entrada do barrulho, frisou a fonte.

Contudo, a comissão encarregue de avaliar o processo já produziu uma nova lista, provisória, e já fixada na vitrina dos serviços distritais de educação.

Jorge Tinga é um dos professores que pode perder o vínculo contractual com o Estado, a qualquer momento, porque na nova lista afixada nas instalações o nome consta como reprovado.

Eu vim cá substituir um professor que desistiu. Tinha que dar Educação Visual. Não passei por nenhum processo fraudulento, explicou o professor mostrando-se, preocupado com a morosidade do processo que vai culminar com a solução do problema.

Caso se confirme a corrupção no processo, além da rescisão do contracto com os candidatos que entraram fraudulentamente, os funcionários corruptos serão, igualmente, sancionados.


(AIM) ALM/le

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