O Coordenador
Humanitário da ONU para o Iêmen, Johannes Van Der Klaauw, afirmou que o
bombardeio de áreas civis pela coalizão de países liderada Arábia Saudita viola
o direito internacional.
Na semana passada, a coalizão continuou fazendo ataques aéreos contra posições
rebeldes na província de Saada, no Iêmen, que faz fronteira com a Arábia
Saudita. “O bombardeio indiscriminado de áreas povoadas, com ou sem aviso
prévio, viola o direito internacional humanitário”, disse Van Der Klaauw em um
comunicado no sábado (8).
Ele acrescentou que
está “profundamente preocupado” com o impacto dos ataques aéreos de sexta-feira
(7) em Saana. “Dezenas de civis foram mortos e milhares de pessoas forçadas a
deixar suas casas após a coalizão declarar toda a governadoria como um alvo
militar. O direcionamento de um governadoria inteira coloca inúmeros civis em risco.” Van Der
Klaauw assinalou que a situação é agravada pelo fato de que muitos civis estão
presos em Saana, uma vez que não é possível usar o transporte devido à falta de
combustível.
Iêmen tem sido envolvido em violência e impasse político desde o final de 2014,
quando os rebeldes tomaram o controle sobre grandes áreas do país, incluindo a
capital Sanaa. O Presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi foi deposto no início deste
ano.
Em 26 de março, a
coalizão liderada pelos sauditas começaram a realizar ataques aéreos no Iêmen,
tendo como alvo posições rebeldes houthis, a pedido de Hadi. Em 21 de abril, a
coalizão disse que havia terminado a operação militar e divulgou o início da
campanha Restaurar a Esperança, dizendo que iria se concentrar no combate ao
terrorismo e os esforços humanitários. Apesar do anúncio, os ataques aéreos
continuaram.
Mais de 1.400
pessoas, cerca de metade deles civis, morreram no Iêmen desde meados de março,
de acordo com as estimativas recentes da ONU.
Sputnik/ Iliya Pitalev
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