Hong
Kong, China, 08 jun (Lusa) - O jornal chinês South China Morning Post acusou
hoje o Governo de Hong Kong de negligenciar o uso do inglês, língua oficial
juntamente com o chinês, nas suas comunicações com o público.
No
artigo que faz hoje a manchete, o diário cita vários exemplos, como os blogues
assinados por governantes, onde escrevem sobre política e governação e que
apenas têm versão em chinês.
Nos
12 meses que terminaram em maio, o chefe do Executivo, CY Leung, proferiu 61
discursos em chinês e 28 em
inglês. Apenas seis discursos foram proferidos nas duas
línguas ou tiveram tradução, avança o jornal.
O
número de discursos em inglês é significativamente inferior em comparação com
os proferidos pelo primeiro chefe do Executivo de Hong Kong, Tung Chee-hwa, que
apresentou 49 discursos nas duas línguas, ou em chinês com tradução em inglês,
em 2004.
O
jornal indica ainda que o portal de notícias do Governo não disponibiliza
tradução em inglês dos discursos de abertura do chefe do Executivo e das
discussões, em cantonês, durante as sessões de interpelação dos deputados ao
Governo no Conselho Legislativo.
O
antigo secretário para a Administração Joseph Wong Wing-ping considera ridículo
que o Governo, "que por um lado diz promover uma cultura trilingue e Hong Kong
como uma cidade internacional e financeira, por outro lado reduza o uso do
inglês nas comunicações públicas".
A
deputada do Partido Cívico, Claudia Mo Man-ching, aponta para o que diz ser um
ato intencional do Executivo: "Tenho a sensação que o Governo está a
tentar acabar com o uso do inglês para enfatizar o facto de que Hong Kong é uma
cidade da China e [dizer] que o inglês é apenas uma segunda língua para as
pessoas de Hong Kong. Mas isso não está certo, já que o inglês partilha do
mesmo estatuto do chinês".
ISG//
APN
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