segunda-feira, 8 de junho de 2015

CRÍTICOS ACUSAM GOVERNO DE HONG KONG DE EVITAR O USO DO INGLÊS




Hong Kong, China, 08 jun (Lusa) - O jornal chinês South China Morning Post acusou hoje o Governo de Hong Kong de negligenciar o uso do inglês, língua oficial juntamente com o chinês, nas suas comunicações com o público.

No artigo que faz hoje a manchete, o diário cita vários exemplos, como os blogues assinados por governantes, onde escrevem sobre política e governação e que apenas têm versão em chinês.

Nos 12 meses que terminaram em maio, o chefe do Executivo, CY Leung, proferiu 61 discursos em chinês e 28 em inglês. Apenas seis discursos foram proferidos nas duas línguas ou tiveram tradução, avança o jornal.

O número de discursos em inglês é significativamente inferior em comparação com os proferidos pelo primeiro chefe do Executivo de Hong Kong, Tung Chee-hwa, que apresentou 49 discursos nas duas línguas, ou em chinês com tradução em inglês, em 2004.

O jornal indica ainda que o portal de notícias do Governo não disponibiliza tradução em inglês dos discursos de abertura do chefe do Executivo e das discussões, em cantonês, durante as sessões de interpelação dos deputados ao Governo no Conselho Legislativo.

O antigo secretário para a Administração Joseph Wong Wing-ping considera ridículo que o Governo, "que por um lado diz promover uma cultura trilingue e Hong Kong como uma cidade internacional e financeira, por outro lado reduza o uso do inglês nas comunicações públicas".

A deputada do Partido Cívico, Claudia Mo Man-ching, aponta para o que diz ser um ato intencional do Executivo: "Tenho a sensação que o Governo está a tentar acabar com o uso do inglês para enfatizar o facto de que Hong Kong é uma cidade da China e [dizer] que o inglês é apenas uma segunda língua para as pessoas de Hong Kong. Mas isso não está certo, já que o inglês partilha do mesmo estatuto do chinês".

ISG// APN

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