“Quem
escolhe a via da força para tomar o poder ou usa meios anti-constitucionais,
não é democrata”, disse José Eduardo dos Santos.
Borralho
Ndomba – Rede Angola (ao)
O Presidente
da República, José Eduardo dos Santos, disse hoje que os angolanos não
devem ser expostos a situações dramáticas idênticas a de 27 de Maio de 1977,
data em que milhares de militantes do MPLA foram mortos, incluindo Nito
Alves, supostamente por tentar um golpe de Estado.
“Não
se deve permitir que o povo angolano seja submetido a mais uma situação dramática,
como a que viveu em 27 de Maio de 1977, por causa de um golpe de
Estado”, afirmou José Eduardo dos Santos, comentando o caso que
envolve a prisão de 15 activistas acusados pela Procuradoria Geral da República
de estarem a preparar um atentado contra o presidente e outros membros dos
órgãos de soberania.
Falando
na abertura da terceira sessão extraordinária do Comité Central do MPLA, que
está a decorrer no complexo Futungo II, em Luanda, o também presidente do
partido, aconselhou os cidadãos interessados a conquistar o poder formando um
partido político e concorrendo às eleições.
“Quem
quer alcançar a Presidência da República e formar o governo que crie, se não
tiver, um partido político nos termos da Constituição e da Lei, e se candidate
às eleições”, sugeriu o chefe de Estado, naquela que é a sua primeira
declaração pública desde a prisão dos activistas no dia 20 de Junho.
“Quem
escolhe a via da força para tomar o poder ou usa meios anti-constitucionais,
não é democrata. É tirano ou ditador. Acusaram o MPLA e os seus militantes de
intolerantes, mas a mentira tem pernas curtas, hoje todos sabem onde estão os
intolerantes e nem é preciso dizer os seus nomes”, concluiu José Eduardo dos
Santos.
Ao
todo, 15 pessoas foram detidas. O Ministério Público alega que a conduta
dos suspeitos configura actos preparatórios para o cometimento do crime de
rebelião, tendo sido decretada a prisão preventiva “por inconveniência da
liberdade provisória”.
Na
versão dos jovens activistas, associados ao designado Movimento Revolucionário,
estes encontravam-se regularmente para discutir a intervenção política e
cívica, inclusive com acções de formação.
Numa
destas reuniões, a 20 de Junho, foram detidos pelo Serviço de Investigação
Criminal (SIC) 13 elementos, em Luanda, o mesmo acontecendo, nos dias
seguintes, com outros dois.
Luaty
Beirão, um dos detidos, iniciou no domingo uma greve de fome, soube o Rede
Angolaatravés de fonte próxima ao defensor de direitos humanos. O mesmo alega
que se estão a violar os direitos dele enquanto cidadão, e se lhe tiram o
direito de estar livre, não comerá. Continue a ler aqui.
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