domingo, 5 de julho de 2015

Jerónimo de Sousa apela à derrota da direita e defende que PS não é alternativa




O secretário-geral do PCP defendeu hoje a necessidade de derrotar os partidos e as políticas de direita nas próximas eleições legislativas, considerado ainda que o PS não constitui uma alternativa, mas apenas uma alternância de partidos no poder

"Este Governo precisa de ser derrotado, tendo em conta o que fez, mas tendo também em conta o que propõe. Dizem que está tudo no bom caminho, mas enviaram um documento para Bruxelas a dizer que vão continuar com políticas de austeridade, designadamente cortando mais 600 milhões de euros nas reformas e pensões", alegou.

Numa passagem por Resende, onde está a decorrer um passeio de mulheres organizado pela CDU, Jerónimo de Sousa sublinhou que o Governo está a mentir quando vem dizer "que vai tudo bem em Portugal e que valeu a pena tanto sacrifício".

"Aliás, se mandássemos fazer um balanço destes quatro anos, poderíamos, em síntese, dizer que o país hoje está mais endividado, mais dependente do estrangeiro e tem mais desemprego, com 470 mil postos de trabalho liquidados em quatro anos. O país tem mais pobres, 800 mil a acrescer aos 2 milhões que já existiam, para além de as injustiças e as desigualdades sociais se acentuarem", acrescentou.

Sobre o PS, o líder comunista evidenciou que não se apresenta como uma alternativa ao Governo da coligação PSD- CDS/PP.

"Olhando para as suas propostas, para aquilo que diz e muitas vezes para aquilo que não diz, o PS não é alternativa, quer ser mera alternância, quer ir para o lugar dos outros nesta dança do vira o disco e toca o mesmo, que já dura há 38 anos", sustentou.

No seu entender, os socialistas não respondem ou respondem mal a matérias fundamentais que preocupam os portugueses.

"O PS não é capaz de explicar como é que nós vamos pagar uma dívida e um serviço de dívida tão grande, em que só este ano são precisos 9 mil milhões de euros para pagar o serviço da dívida, que não é para abater, mas para juros. Não é preciso ser economista para ver que, se vamos ter de pagar o serviço da dívida, não vamos ter dinheiro para investir na produção e na criação de riqueza nacional, mas a resposta do PS é: procurem-na", apontou.

Sobre a necessidade de redução do défice, respeitando as medidas impostas pela União Europeia, "o PS diz que é preciso fazer-se uma gestão inteligente, uma aplicação inteligente".

"Sei que devemos ter caras de parvos, ignorantes e não somos tão inteligentes como o PS, mas isso não resolve", referiu.

Jerónimo de Sousa aproveitou ainda para criticar as propostas do PS em relação à Segurança Social, que vão "no sentido de aumentar a idade de reforma e concretizar um plafonamento".

"Trocado por miúdos, isto significa que sairiam da Segurança Social os que descontam mais: uma ideia peregrina de ter uma Segurança Social para os pobrezinhos. O PS propõe que se baixe a Taxa Social Única, mas não diz que depois, como descontaram menos, a sua reforma será mais baixa: é dar hoje para tirar amanhã", disse.

Ao longo do seu discurso, apelou ainda a "um reforço da CDU na eleição de deputados, no aumento do número de votos", contribuindo para derrotar as políticas que ao longo dos últimos 38 anos, "ora por mãos do PS, ora do PSD com ou sem o CDS, têm levado o país à situação em que se encontra".

"Vamos travar uma batalha difícil, onde todos os votos contam, onde existe possibilidade de romper este caminho para o desastre e encontrar uma política alternativa. A CDU tem uma proposta alternativa, patriótica e de esquerda: uma política que visa a renegociação da dívida, porque mesmo como devedores temos direitos e devemos fazer tudo para renegociar a dívida", concluiu.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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