Paula
Santos – Expresso, opinião
O
PCP marcou para o próximo dia 2 de julho ao final da tarde em Lisboa uma Marcha
contra a privatização dos transportes, a qual incluirá uma ato público de
Solidariedade com o Povo Grego.
1. Prossegue
a política privatizações. O Governo está a proceder à venda a desbarato de
empresas estratégicas para o desenvolvimento do país, como a TAP, a EGF, a CP
Carga ou a EMEF, que se não for travada juntar-se-ão à REN, EDP, CTT, PT, GALP,
BRISA, CIMPOR ou ANA, que hoje não servem os interesses do país, mas os interesses
de quem as possui.
A
política de privatizações da responsabilidade de vários governos em nada
beneficiou o país. Os processos de privatização já concluídos e os que estão em
curso só beneficiaram e beneficiarão os interesses privados. Uma auditoria do
Tribunal de Contas realizada às privatizações da REN e da EDP refere que os
interesses nacionais não foram acautelados, assim como constatou a falta de
transparência nesses processos, como aliás o PCP sempre denunciou nestes e
noutros processos de privatização.
É
o desenvolvimento do país e a nossa soberania que estão colocados em causa. As privatizações
significa a submissão da nossa economia aos interesses dos monopólios, a
degradação dos serviços prestados, o seu encarecimento, a retirada de direitos
dos trabalhadores e a destruição de postos de trabalho. Para os grupos
económicos o que importa é a obtenção de lucro e não o desenvolvimento do país,
nem a salvaguarda dos interesses públicos.
O
aceleramento dos processos de privatizações em curso só demonstra o profundo
desrespeito e desprezo deste Governo pelo património de todos nós.
Por
isso, é urgente travar as privatizações, defender o interesse nacional e isso
só é possível através do controlo público de empresas e setores estratégicos da
nossa economia.
2. É
inaceitável a pressão, a chantagem e a ingerência da União Europeia e do FMI
contra o povo grego, desrespeitando completamente as suas opções e os
princípios democráticos.
Caiu
a máscara da “União Europeia da Coesão e da Solidariedade”. A evolução da
situação, evidencia que não há solidariedade, nem a coesão, mas a intenção de
impor ao povo grego e aos trabalhadores uma política de exploração e de
extorsão dos seus recursos. Nunca estiveram verdadeiramente interessados em contribuir
para a resolução dos problemas dos trabalhadores e do povo grego. O seu
objetivo é impor uma política que vá ao encontro dos interesses do capital e do
diretório de potências da União Europeia, política que está na origem na
desastrosa situação económica e social da Grécia.
É
inaceitável também a posição assumida pelo Governo PSD e CDS-PP e do Presidente
da República, de total conivência com o processo de chantagem contra o povo
grego.
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