Está
cada vez mais complicado o relacionamento entre os titulares dos órgãos de
soberania eleitos em abril do ano passado. Depois da polémica que culminou com
a demissão de Domingos Simões Pereira como primeiro-ministro, está na forja mais
uma e será desta vez entre o Presidente da República José Mário Vaz e o
Presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá. A meio estará o
Partido de Renovação Social (PRS) que o Presidente invocará como testemunha na
sua ação judicial contra o presidente do hemiciclo guineense.
Como
motivo desta ação intentada, está um dito por não dito. O Presidente da
República (PR) tem na sua posse, através do PRS, informações em como o
presidente da ANP terá afirmado algures com um vice-presidente do PRS muito
próximo a Alberto Nambeia que havia um plano para eliminá-lo fisicamente. Nessa
mesma eliminação, também, estaria o presidente do PAIGC – o primeiro-ministro
demitido, Domingos Simões Pereira. O plano conforme informações que o
presidente do PRS alegadamente transmitiu a José Mário Vaz não terá sido
concretizado, porque Alberto Nambeia não concordou e impediu.
Alberto
Nambeia, como apurou o “Jornal Última Hora” (UH), quando recebeu essas
informações através de um dos seus vice-presidente pediu audiência ao Chefe de
Estado para manifestá-lo sua preocupação com a situação. Para o encontro, o
presidente do PRS levou consigo toda a direção do Partido. No encontro, como
contou ao UH quem presenciou, José Mário Vaz mostrou-se indignado e ao mesmo
tempo com a alegada atitude do presidente da ANP, prometeu denunciar
publicamente o ocorrido. Vaz adimitiu ainda que, a par da denúncia, irá
instruir seus advogados no sentido de avançarem com ação judicial para o
presidente da ANP provar o que disse.
O
PR pediu aos dirigentes do PRS para não abordarem o assunto, enquanto ele (José
Mário Vaz) não confrontar Cipriano Cassamá com o mesmo. O PRS por sua vez
prometeu respeitar o compromisso, mas Alberto Nambeia terá garantido ao Chefe
de Estado que o Partido promoveria uma conferência de imprensa para se
posicionar face ao assunto. Nambeia qualificou alegadas denúncias de Cipriano
Cassamá de extremamente graves e disse não poder ficar calado, por se tratar de
questões de vida ou morte.
O
Jornal Última Hora tentou contactar Cipriano Cassamá sobre o assunto, mas não
foi possível, porque o mesmo estava em missão de serviço no Togo.
O
que se sabe é que as relações entre o PR e o presidente da ANP são tensas, uma
vez que, José Mário Vaz acusa Cipriano Cassamá de ser um dos principais
mentores da crise política que o país vive há três meses. Segundo o PR, quando
Cipriano Cassamá confirmou aos deputados que José Máio Vaz tinha, sim,
intenções de derrubar o Governo, tornou público um assunto que requeria a
reserva como homem do Estado.
Jornal Última Hora, em O Democrata
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