A
Polícia moçambicana libertou oito homens da guarda da Renamo, presos
sexta-feira durante a invasão da casa do líder do partido, Afonso Dhlakama, na
Beira, Sofala, centro de Moçambique, disse hoje á Lusa fonte oficial.
Daniel
Macuacua, porta-voz do comando da Polícia de Sofala, disse que na noite de
sexta-feira a Polícia libertou os homens - que tinham sido recolhidos da
residência de Afonso Dhlakama para uma viatura blindada da Unidade de
Intervenção Rápida (UIR) e posteriormente transportados para as celas do
comando da Polícia -- assegurando que não haverá nenhum procedimento criminal
contra o grupo.
"Durante
a operação não houve detenções, como tal, mas algumas retenções e todas as
pessoas que estavam na casa foram libertadas, todas elas, ontem a noite"
declarou Daniel Macuacua, sem detalhes sobre a operação e os motivos da
retenção da guarda da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), maior partido
da oposição.
Forças
especiais da polícia moçambicana -- Unidade de Intervenção Rápida (UIR) e Grupo
Operativo Especial (GOE) - invadiram sexta-feira de manhã a casa do presidente
da Renamo, num bairro de elite na Beira, e prenderam guardas do partido de
oposição.
A
invasão da casa de Afonso Dhlakama no bairro das Palmeiras aconteceu um dia
depois de ter reaparecido na serra da Gorongosa, ao fim de quase duas semanas
em lugar desconhecido, após ter desaparecido no dia 25 de setembro em Gondola,
província de Manica, durante confrontos entre os homens armados da oposição e
as forças de defesa e segurança.
Entretanto,
a Renamo também confirmou hoje à Lusa a libertação dos homens da sua guarda,
que continuam a proteger, desarmados, a casa de Afonso Dhlakama.
"A
Polícia libertou durante a noite os oito homens que foram detidos durante a
operação de invasão da casa do presidente Afonso Dhlakama na Beira", disse
Antónío Muchanga, porta-voz do líder da Renamo.
Afonso
Dhlakama tinha convocado para hoje uma conferência de imprensa, que entretanto
cancelou, assegurando que será remarcada ao longo da próxima semana.
Antes
dos acontecimentos de sexta-feira na Beira, registaram-se três incidentes em
três semanas com a Renamo, dois dos quais envolvendo a comitiva do presidente
do partido.
A
12 de setembro, a caravana de Dhlakama sofreu uma emboscada perto do Chimoio,
província de Manica, num episódio testemunhado por jornalistas e que permanece
por esclarecer.
A
25 do mesmo mês, em Gondola, também na província de Manica, a guarda da Renamo
e forças de defesa e segurança protagonizaram uma troca de tiros, que levou ao
desaparecimento do líder da oposição para lugar desconhecido.
A
Renamo disse que sofreu uma emboscada, enquanto a polícia acusou Dhlakama e os
seus homens de terem iniciado o incidente ao abrirem fogo sobre uma viatura
civil, matando o motorista, e disse que terão de responder criminalmente por
homicídio.
Uma
semana mais tarde, forças de defesa e segurança e Renamo confrontaram-se
novamente em Gondola, com as duas partes a responsabilizarem-se mutuamente pelo
começo do tiroteio.
Moçambique
vive novos momentos de incerteza política, provocada pela recusa da Renamo em
reconhecer os resultados das eleições gerais de 15 de outubro do ano passado e
pela sua proposta de governar nas seis províncias onde reclama vitória, sob
ameaça de tomar o poder pela força.
Lusa,
em Notícias ao Minuto - ontem
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