sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Portugal. Carlos César: diálogo à esquerda "será conclusivo quando for finalizado"



O líder parlamentar do PS responde às declarações de Jerónimo de Sousa, sobre conversas "inconclusivas", com a garantia de uma "procura de convergência". Compromissos internacionais são para cumprir de acordo com programa socialista. César subscreve algumas das "considerações" de Cavaco Silva.

Carlos César, líder da bancada socialista, diz desconhecer, de forma detalhada, as declarações do secretário-geral do Partido Comunista - que admitiu que as negociações foram, até ao momento, "inconclusivas" -, mas adianta, no entanto, que o PS está a desenvolver um "trabalho de procura de convergência, que será conclusivo quando for finalizado".

Carlos César diz que, por agora, as conversas tendo em vista a criação de uma alternativa de governo estão a "correr bem".

E acrescenta: "O PS não deixa o país sem governo e, portanto, se este governo for derrubado, e tudo indica que sim, será substituído por uma alternativa com apoio parlamentar e uma alternativa estável e duradoura".

"Uma coisa é cumprir e outra é estar de acordo"

Depois de ouvir o presidente da República insistir na necessidade de Portugal mostrar "fidelidade" aos compromissos internacionais, o líder parlamentar do PS e presidente do partido afirmou que os socialistas se comprometem a cumprir esses compromissos, mas que, "uma coisa é cumprir" e que outra, diferente "é estar de acordo".

Carlos César garante, no entanto, que nas conversas à esquerda é ponto assente que a questão europeia e dos compromissos internacionais vai ser seguida de acordo com o programa eleitoral do PS.

"Em matérias de compromissos internacionais e europeus, o que releva [nas negociações] é aquilo que resulta do programa de Governo do PS. E nisso somos claros. Não recebemos lições, no nosso país, sobre o nosso compromisso europeu", afirma Carlos César.

Em declarações na Assembleia da Republica o líder parlamentar do PS disse ainda concordar com algumas das "considerações" de Cavaco Silva sobre as "fragilidades" do país, do ponto de vista económico, social e financeiro.

Carlos César entende que as palavras do chefe de Estado contrastam com a "promessa do amanhecer feito, durante a campanha, pela direita".

O dirigente socialista referiu-se ainda ao executivo de Pedro Passos Coelho, que hoje tomou posse, como tendo um "potencial de instabilidade", salientando que "é importante ter noção de que o nosso país sem estabilidade não tem governabilidade".

João Alexandre – TSF – foto Manuel de Almeida / Lusa

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