O
líder parlamentar do PS responde às declarações de Jerónimo de Sousa, sobre
conversas "inconclusivas", com a garantia de uma "procura de
convergência". Compromissos internacionais são para cumprir de acordo com
programa socialista. César subscreve algumas das "considerações" de
Cavaco Silva.
Carlos
César, líder da bancada socialista, diz desconhecer, de forma detalhada, as
declarações do secretário-geral do Partido Comunista - que admitiu que as
negociações foram, até ao momento, "inconclusivas" -, mas adianta, no
entanto, que o PS está a desenvolver um "trabalho de procura de
convergência, que será conclusivo quando for finalizado".
Carlos
César diz que, por agora, as conversas tendo em vista a criação de uma
alternativa de governo estão a "correr bem".
E
acrescenta: "O PS não deixa o país sem governo e, portanto, se este
governo for derrubado, e tudo indica que sim, será substituído por uma
alternativa com apoio parlamentar e uma alternativa estável e duradoura".
"Uma
coisa é cumprir e outra é estar de acordo"
Depois
de ouvir o presidente da República insistir na necessidade de Portugal mostrar
"fidelidade" aos compromissos internacionais, o líder parlamentar do
PS e presidente do partido afirmou que os socialistas se comprometem a cumprir
esses compromissos, mas que, "uma coisa é cumprir" e que outra,
diferente "é estar de acordo".
Carlos
César garante, no entanto, que nas conversas à esquerda é ponto assente que a
questão europeia e dos compromissos internacionais vai ser seguida de acordo
com o programa eleitoral do PS.
"Em
matérias de compromissos internacionais e europeus, o que releva [nas
negociações] é aquilo que resulta do programa de Governo do PS. E nisso somos
claros. Não recebemos lições, no nosso país, sobre o nosso compromisso
europeu", afirma Carlos César.
Em
declarações na Assembleia da Republica o líder parlamentar do PS disse ainda
concordar com algumas das "considerações" de Cavaco Silva sobre as
"fragilidades" do país, do ponto de vista económico, social e
financeiro.
Carlos
César entende que as palavras do chefe de Estado contrastam com a
"promessa do amanhecer feito, durante a campanha, pela direita".
O
dirigente socialista referiu-se ainda ao executivo de Pedro Passos Coelho, que
hoje tomou posse, como tendo um "potencial de instabilidade",
salientando que "é importante ter noção de que o nosso país sem estabilidade
não tem governabilidade".
João
Alexandre – TSF – foto Manuel de Almeida / Lusa
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