O
número de famílias sobreendividadas que recorreu à DECO estava no final de
outubro próximo do nível verificado no mesmo período de 2014, numa altura em
que a taxa de poupança dos particulares está em mínimos desde 1995.
Até
27 de outubro, tinham chegado à DECO 26.035 pedidos de famílias
sobreendividadas, o mesmo que em igual período de 2013 e de 2014, e 59% dessas
famílias estavam a trabalhar, 26% estavam no desemprego e 15% na reforma.
"A
situação não está melhor este ano do que no anterior", afirmou a
coordenadora do Gabinete de Apoio ao Sobreendividado (GAS), Natália Nunes,
explicando que, por um lado, o número de pedidos de ajuda é idêntico ao de 2014
e, por outro, a maioria é de famílias que vivem com um ou dois salários mínimos
nacionais por mês.
"Muitas
das famílias que estavam a trabalhar [59%] são pessoas que foram confrontadas
com cortes salariais e desemprego mas que conseguiram este ano voltar ao
mercado de trabalho, mas com rendimentos correspondentes ao salário mínimo
nacional", adiantou Natália Nunes.
Estes
dados surgem numa altura em que a taxa de poupança das famílias continua em
níveis mínimos desde pelo menos 1995, o primeiro ano para o qual o Instituto
Nacional de Estatística (INE) disponibiliza estes dados, tendo fechado o ano de
2014 nos 6,9% do rendimento disponível.
De
acordo com os dados do INE, a taxa de poupança, que em 2009 era de 10,9%, caiu
para os 7,7% em 2011, o ano em que Portugal recorreu a ajuda financeira externa,
tendo depois iniciado um processo de recuperação, ainda que moderado.
Em
2012, as famílias portuguesas pouparam 8,2% do seu rendimento disponível e, no
ano seguinte, a taxa de poupança subiu ligeiramente, para os 8,3%. No entanto,
em 2014, a tendência inverteu-se e, nesse ano, a taxa de poupança das famílias
foi de 6,9%.
Os
números mais recentes indicam que este indicador continuou a cair no segundo
trimestre de 2014, atingindo os 5% do rendimento das famílias no ano terminado
em junho deste ano.
Segundo
o Banco de Portugal (BdP), os depósitos dos particulares nos bancos comerciais,
um dos instrumentos de poupança mais comuns, estão acima dos 130 mil milhões de
euros desde novembro de 2012, mês em que as famílias tinham depositado 130.158
milhões de euros.
Os
números mais recentes são de agosto deste ano e indicam que os portugueses
tinham depósitos no valor global de 136.759 milhões de euros nesse mês, mais
2.992 milhões de euros do que em agosto de 2014.
O
Dia Mundial da Poupança celebra-se hoje, 31 de outubro, e foi criado em 1924,
no I Congresso Internacional de Economia, realizado na cidade italiana de Milão.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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