REGIME
QUER BANDARRA PARA BRANQUEAR A SUJEIRA MONÁRQUICA
O
regime de Eduardo dos Santos quer que a portuguesa TVI envie em “reportagem” a
Angola o seu maior especialistas em branqueamentos, Victor Bandarra. E até
promete ser generoso. De facto, generosidade é coisa que não falta…
Cita,
aliás, o trabalho recente de Victor Bandarra que, como todos sabemos, é sério
candidato ao Prémio Pulitzer. Nesse trabalho, o vendedor da TVI foi ao Huambo
descobrir a pólvora, dando tempo de antena às verdades oficiais já que, como
se viu, não conseguiu ouvir um só testemunho do lado dos seguidores de
Kalupeteca, dos partidos da oposição, ou das organizações não-governamentais,
da Igreja Católica, da Amnistia Internacional, da União Europeia ou das Nações
Unidas. Segundo o especialista em lixívia e seus sucedâneos da TVI, a ter havido
um massacre no Monte Sumi na Caála (Huambo), as vítimas foram apenas e só os
elementos da Polícia que foram mortos por esses terroristas dos Kalupetecas.Do
ponto de vista da propaganda, reconheça-se que foi um brilhante trabalho. Do
ponto de vista do jornalismo foi pura e simplesmente uma, mais uma, sabujice…
certamente bem remunerada. Regressemos ao empenho do regime para que Victor
Bandarra regresse ao nosso país. De facto, quem melhor do que ele para provar
ao mundo que os jovens activistas detidos e não detidos são mesmo uns terroristas
da pior espécie?Quem melhor do que Victor Bandarra para provar ao mundo que os
jovens foram mesmo apanhados com o dedo no gatilho quando se preparavam para
uma actividade criminosa, consubstanciada em – citemos o despacho do Ministério
Público do regime – “actos preparatórios para a prática de rebelião e atentado
contra o Presidente da República”? Nesse flagrante delito, descobrirá
certamente o sipaio Victor Bandarra, os jovens tinham em seu poder diverso material
bélico, altamente letal, a saber: 12 esferográficas BIC (azuis), um lápis de
carvão (vermelho), três blocos de papel (brancos) e um livro sobre como
derrubar as ditaduras. Mas haverá mais. Com a perspicácia lixiviosa que se
lhe reconhece, o mundo ficaria a saber que os jovens activistas tinham mísseis
escondidos nas lapiseiras, Kalashnikovs camufladas nos telemóveis e outro
armamento pesado e letal disfarçado nos blocos de apontamentos.
Dirá
Victor Bandarra que os jovens estavam no seu quartel-general, por sinal uma
residência em Luanda, numa reunião dos seus estrategas militares que planeavam
o golpe a partir da leitura do livro “Da ditadura à democracia — Uma estrutura
conceptual para a libertação”, do norte-americano Gene Sharp.Acrescentará que
todo o rigor que, no quintal, debaixo de uma mangueira, o exército mobilizado
por esses jovens (talvez uns milhões de guerrilheiros) afinava os códigos para
lançamento dos mísseis e, talvez, até de ogivas nucleares contra a residência
de Eduardo dos Santos.Acredita a equipa de Eduardo dos Santos que, paralelamente,
Victor Bandarra demonstrará que as vigílias feitas em homenagem aos activistas
detidos sempre foram apoiadas pelo regime, e que – inclusive – representantes
do Presidente se juntaram a elas em actos de sincera solidariedade.
Provará
ainda que as igrejas nunca foram invadidas por elementos da Polícia que,
contudo, estiveram junto aos tempos para garantir a segurança dos participantes
contra os arruaceiros. Contará para isso com testemunhos imparciais da
Polícia, bem como com os depoimentos dos primos da tia da empregada que conhece
o pai da vizinha de Luaty Beirão.Além disso, como profissional feito à medida
da TVI, Victor Bandarra ainda terá tempo para dar uma ajudinha ao Ministério
Público (MP) do regime, provando que a seita “A luz do mundo”, inclusive o seu
líder, praticou crimes de homicídio, no caso que em Abril terminou em
confrontos mortais de ambos os lados com a polícia, no Huambo. Bandarra documentará
que em causa estão as provas de que os homens com idades entre os 18 e os 54
anos, na qual José Julino Kalupeteka é o principal visado, são autores do
crime de homicídio qualificado consumado, crime de homicídio qualificado
frustrado e ainda crimes de desobediência, resistência e posse ilegal de arma
de fogo e por último, mas não menos relevante, pelo crime de rebelião e tentativa
de golpe de Estado.
Folha
8 digital
1 comentário:
So quem não conhece o trabalho do Vitor Bandarra poderá tecer comentários com este teor!!!!!
Efetuem pesquisa e verão que o Vitor Bandarra em direto na TV portuguêsa (ja passaram uns anitos) interrompeu o progranma que estava a fazer e assumiu um problema com a toxicdependencia ...mas referiu então que era um problema generalizado ....tendo até dito que envolvia magistrados!!!!
Teve coragem de em direto assumir uma "doença" socialmente e profissionalmente estigmatizante (toxicodependencia)indo mais longe e apontando o dedo a alguns setores " intocáveis"da sociedade, nomeadamente a alguns magistrados de também eles estarem envolvidos e dessa forma um dos alicerces fundamentaais de um Estado Democrático estar seriamente em risco, tudo isto em direto.
Deixem as instituições funcionar se hà provas apresentem-nas, mostrem-nas ao mundo!!!!
Estes blogues servem também para isso!!! Sinal de que exsite pluralidae de informação no entanto não devem servir para de uma forma sistematizada e metodica, levantar suspeitas constantes sem que exibam as respectivas provas das suas afirmações.
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