sábado, 21 de novembro de 2015

Frelimo pede cooperação económica a partidos aliados para garantir sobrevivência política



O líder da Frelimo e Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pediu hoje em Maputo a cinco partidos aliados da África Austral o reforço da cooperação económica para garantir a sua sobrevivência política, face às ameaças impostas pela conjuntura internacional.

"A cooperação económica irá seguramente sustentar a nossa sobrevivência política", afirmou Filipe Nyusi, na abertura da primeira cimeira dos presidentes de partidos e antigos movimentos de libertação da África Austral, entre os quais o líder do ANC (Congresso Nacional Africano) e chefe de Estado sul-africano, Jacob Zuma, e o vice-presidente do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), Roberto de Almeida.

Perante estes líderes e também representantes da Zanu-PF (União Nacional Africana do Zimbabué-Frente Patriótica), da Swapo (Organização do Povo do Sudoeste de África), da Namíbia, e do Chama Cha Mapinduzi, da Tanzânia, Nyusi referiu que estes antigos movimentos de libertação e atuais partidos no poder são chamados a ativar a vigilância, que "evite que se esteja a resvalar para um outro tipo de batalhas", quando a região se confronta com uma conjuntura económica internacional desfavorável.

"Há que juntos refletirmos sobre medidas económicas mais eficazes, de modo a que não se interrompa o ciclo de crescimento dos nossos povos", afirmou o líder da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), instando os seus pares a influenciarem os respetivos governos no sentindo de abrirem as portas a empresários e outros agentes económicos, "com vista a criar uma saída que evite o sufoco que a conjuntura parece querer impor".

Para Nyusi, se não há dúvidas sobre a irmandade e coesão político-diplomática que une estes partidos, "também não deve haver receios das relações económicas", insistindo que essa pode ser uma "saída airosa, se é verdade que nenhum destes países é pobre".

Recordando o papel dos antigos movimentos de libertação contra o colonialismo e "apartheid", o líder da Frelimo referiu-se à "nova frente económica" e apelou para a "inteligência coletiva" dos seus pares e a refletirem sobre o que tem sido o seu desempenho.

"Os nossos partidos não se igualam a pessoas, não podem nem devem envelhecer, devem, isso sim, ser cada vez mais jovens, porque os ideais que defendemos são necessários e tão legítimos, tanto ontem como hoje e para todo o sempre", declarou.

Filipe Nyusi manifestou ainda o desejo de que estes partidos continuem a partilhar posições no contexto internacional e evitem transmitir uma imagem errada.

"Queremos que o mundo não veja os partidos antigos movimentos libertadores como uma ameaça, devem tomar-nos como parceiros certos, consistentes, estáveis, visionários, que se orientam por tradições históricas e por princípios de solidariedade e democracia", afirmou.

A cimeira de hoje em Maputo decorre num período em que a África Austral se confronta com a descida das cotações internacionais das matérias-primas a descida das moedas locais face ao dólar, lançando a incerteza nas economias da região, muitas das quais, como a moçambicana, dependentes de importações e ajuda externa.

E reunião foi antecedida por encontros das organizações sociais e de secretários-gerais dos seis partidos africanos.

HB // VM - Lusa

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