O
candidato às eleições presidenciais Sampaio da Nóvoa defendeu hoje, em Vila
Nova de Gaia, que um Presidente da República deve ser "independente e
imparcial", lamentando que o país esteja a viver "fraturas inúteis e
desnecessárias".
"Quero
referir-me a um clima geral que se instalou nas últimas semanas, como se estas
fraturas fossem inevitáveis, como se, de repente, tivéssemos voltado a um clima
de uma linguagem verbal excessiva, a uma oposição entre os portugueses que não
é bem-vinda", afirmou, no decorrer de uma visita à Associação de Moradores
de Vila D' Este, em Vila Nova de Gaia.
Sampaio
da Nóvoa lembrou que, "desde o primeiro dia, disse que vinha a este combate
para unir, para juntar, para agregar, para não permitir que houvesse esta
fratura, esta crispação excessiva. É isso que quero fazer até ao limite das
minhas possibilidades".
"Se
alguma coisa percebemos nestas últimas semanas, meses, é a importância de um
Presidente da República independente, imparcial, que possa unir os portugueses.
Portugal não pode estar dividido, não pode estar fraturado", sublinhou.
O
candidato disse constatar que "muitas vezes na vida política portuguesa se
tomaram decisões de forma tendenciosa, a partir da defesa de um lado contra o
outro, sem se atender verdadeiramente a uma análise do que era o interesse e a
vontade dos portugueses".
"Creio
que hoje todos temos que perceber que há na Assembleia da República uma maioria
parlamentar, que o conjunto dos portugueses tomaram uma decisão no dia 04 de
outubro que é preciso respeitar", disse.
Sampaio
da Nóvoa lembrou que, "desde a primeira hora", foi "o candidato
que disse isso com toda a clareza".
"Parecia-me
absolutamente óbvio, muita gente andou para trás, para a frente, com muitas
hesitações, e eu estou absolutamente convencido de que no final deste processo
se vai fazer aquilo que eu disse que se devia fazer no primeiro dia, havendo um
acordo de maioria parlamentar tem de se dar posse a um governo que resulte
desse acordo, seja ele qual for, à esquerda, à direita, ao centro ou noutro
lugar qualquer", referiu.
Em
seu entender, "é muito importante que se ouça, que se pondere, mas não
vale a pena estar a atrasar decisões que possam criar instabilidade e
mal-estar".
"Já
chamei a atenção, há vários anos, para os 'portugais' que estavam a existir
dentro de Portugal. O país precisa de muita diversidade, de muita maneira
diferente de pensar, mas não precisa de fraturas e destas agressividades",
acrescentou.
Sampaio
da Nova disse ainda aguardar que se "ponha fim rapidamente a este
momento" da vida da nacional.
"Que
possamos concentrar-nos nas presidenciais que são um tempo extraordinariamente
importante para todos, como se percebe pelo que se passou nas últimas
semanas", afirmou.
Sobre
o número de candidatos à Presidência da República, Sampaio da Nóvoa considerou
que "a diversidade é sempre boa" e que em nenhum momento o ouvirão
dizer "o que quer que seja, nem contra a liberdade, nem contra a diversidade,
nem contra as escolhas das pessoas".
Para
o candidato, "o que seria absolutamente lamentável para a Democracia era
que isto já estivesse decidido, que se fizesse de conta que não era preciso
eleições presidenciais que isto era tudo um pequeno detalhe e uma pequena
formalidade".
"Percebemos
hoje, por tudo o que resulta dos últimos dias e da sondagem de ontem
[sexta-feira], que está muita coisa em jogo. Os portugueses têm de decidir se
querem mais do mesmo, se querem candidatos de continuidade ou se querem um
candidato diferente que venha da cidadania, que venha da independência, que não
tenha vinculações partidárias e que se comprometa até ao limite das suas
possibilidades a atuar com isenção e com imparcialidade", frisou.
O
candidato relativizou o resultado da sondagem divulgada pelo semanário
Expresso, que mostra que pode haver uma segunda volta, dando a vitória a
Marcelo Rebelo de Sousa (48%), seguido de Maria de Belém (18,9%) à frente
Sampaio da Nóvoa (16,7%).
"O
que é importante e relevante nestas sondagens é que as eleições não estão
ganhas, nem estão decididas e que há muito trabalho e muito debate a fazer.
Parece que muita gente já achava que já estavam resolvidas, que isto era um
pró-forma, que não tinha grande importância", disse, afirmando que
"único resultado" que lhe interessa "é a vitória".
A
sondagem feita pela Eurosondagem para o Expresso e a Sic tem um universo de
1.510 entrevistas telefónicas, foi realizada entre 13 e 18 de novembro e tem um
erro máximo de 2,25% para um grau de probabilidade de 95%.
PM
// JLG - Lusa
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