quarta-feira, 1 de julho de 2015

OXI



O medo e a chantagem até podem vencer o referendo de domingo na Grécia, mas este país fez mais pela democracia do que todos os restantes Estados-membros juntos. E será este mesmo país a preencher as páginas da História que não tem o hábito de perder tempo com exercícios de pusilanimidade.

Não falo grego e até ontem desconhecia o significado da palavra “oxi” (nao), porém se fosse grega participaria no referendo do próximo domingo e sem hesitações escolheria “oxi”.

Oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi;
Oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi;
Oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi;
Oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi;
Oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi;
Oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi;
Oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi;
Oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi;
Oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi;
Oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi; oxi;

Ana Alexandra Gonçalves – Triunfo da Razão

Leia mais em Triunfo da Razão 

O ATAQUE DA EUROPA À DEMOCRACIA GREGA, por Joseph Stiglitz




Devemos ser claros: quase nenhum do enorme manancial de dinheiro emprestado à Grécia foi verdadeiramente para lá. Foi canalizado para pagar aos credores do setor privado – incluindo bancos alemães e franceses. O que a Grécia obteve foi uma ninharia, mas pagou um elevado preço para preservar os sistemas bancários desses países. Artigo de Joseph Stiglitz, Prémio Nobel da Economia.

O crescimento exponencial de disputa e conflitualidade no seio da Europa pode parecer a quem está de fora como sendo o resultado inevitável do amargo fim do jogo entre a Grécia e os seus credores. Na verdade, os líderes europeus estão finalmente a revelar a verdadeira natureza da disputa da dívida em curso, e a resposta não é agradável: é sobre poder e democracia muito mais do que dinheiro e economia.

Claro, a política económica por detrás do programa que a troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) tem impingido à Grécia há cinco anos tem sido abismal, resultando num declínio de 25% do PIB do país. Não consigo pensar em nenhuma depressão que alguma vez tenha sido tão deliberada e que tenha tido tais consequências catastróficas: a taxa de desemprego entre os jovens da Grécia, por exemplo, já ultrapassa os 60%.

É surpreendente que a troika se tenha recusado a aceitar a responsabilidade por alguma coisa destas ou admitir o quão maus tenham sido as suas previsões e modelos. Mas, o que é ainda mais surpreendente é que os líderes europeus não tenham sequer aprendido. A troika ainda exige que a Grécia alcance um excedente orçamental primário (excluindo o pagamento de juros) de 3,5% do PIB em 2018.

Economistas de todo o mundo condenaram essa meta como punitiva, porque exigi-la resultará inevitavelmente numa recessão mais profunda. Na verdade, mesmo que a dívida da Grécia seja reestruturada para além de qualquer coisa imaginável, o país permanecerá em depressão se os eleitores se comprometerem com a meta da troika no referendo, a ser realizado sob pressão este fim de semana.

No que respeita a transformar um grande défice primário num excedente, poucos países fizeram algo parecido com o que os gregos alcançaram nos últimos cinco anos. E, embora o custo em termos de sofrimento humano tenha sido extremamente elevado, as propostas recentes do governo grego fizeram um longo caminho para serem atendidas as exigências dos seus credores.

Devemos ser claros: quase nenhum do enorme manancial de dinheiro emprestado à Grécia foi verdadeiramente para lá. Foi canalizado para pagar aos credores do setor privado – incluindo bancos alemães e franceses. O que a Grécia obteve foi uma ninharia, mas pagou um elevado preço para preservar os sistemas bancários desses países. O FMI e os outros credores “oficiais” não precisam do dinheiro que está a ser exigido. Num cenário business-as-usual, o dinheiro recebido, provavelmente, serviria para ser novamente emprestado à Grécia.

Mas, novamente, o que interessa não é o dinheiro. É sobre usar "prazos" para forçar a Grécia a ceder e aceitar o inaceitável - não apenas medidas de austeridade, mas outras políticas regressivas e punitivas.

Mas por que é que a Europa está a fazer isto? Por que é que os líderes da União Europeia estão a resistir ao referendo e a recusar-se a estender, por alguns dias, o prazo de 30 de junho para o próximo pagamento da Grécia ao FMI? Não foi a Europa toda formada em cima da ideia da democracia?

Em janeiro, os cidadãos da Grécia votaram por um governo comprometido em acabar com a austeridade. Se o governo estivesse simplesmente a cumprir as suas promessas eleitorais, já teria rejeitado a proposta. Mas queria dar aos gregos uma hipótese para refletirem sobre esta questão, tão determinante para o bem-estar futuro do seu país.

Esta preocupação com a legitimidade popular é incompatível com a política da zona euro, que nunca foi um projeto muito democrático. A maioria dos seus governos não procurou aprovação do seu povo quando entregou a soberania monetária ao BCE. Quando a Suécia o fez, os suecos disseram não. Entenderam que o desemprego subiria se a política monetária do país fosse estabelecia por um banco central que incidisse única e exclusivamente sobre a inflação (e também que houvesse uma atenção insuficiente para com a estabilidade financeira). A economia sofreria, porque o modelo subjacente à zona euro se baseou em relações de poder desfavoráveis aos trabalhadores.

E, com certeza, o que estamos a ver agora, 16 anos após a zona euro ter institucionalizado essas relações, é a antítese da democracia: muitos líderes europeus querem ver o fim do governo de esquerda do primeiro-ministro Alexis Tsipras. Afinal de contas, é extremamente inconveniente ter na Grécia um governo que é tão contrário aos tipos de política que tanto fizeram para aumentar a desigualdade em muitos países avançados, e que é tão empenhado em reduzir o poder desenfreado da riqueza. Parecem acreditar que podem, eventualmente, derrubar o governo grego forçando-o a aceitar um acordo que viola o seu mandato.

É difícil aconselhar os gregos a como votar a 5 de julho. Nenhuma alternativa – aceitação ou rejeição dos termos da troika – vai ser fácil, e ambos carregam enormes riscos. Um voto sim significa depressão quase sem fim. Talvez um país empobrecido – que já vendeu todos os seus ativos e cujo povo jovem brilhante emigrou – poderá finalmente conseguir um perdão da dívida; talvez, depois de se ter transformado numa economia de rendimento médio, a Grécia poderá finalmente receber apoio do Banco Mundial. Tudo isto pode acontecer na próxima década, ou talvez na década seguinte.

Por contraste, um voto não abre, pelo menos, a possibilidade de a Grécia, com a sua forte tradição democrática, pegar no destino pelas suas próprias mãos. Os gregos poderão ganhar a oportunidade de moldar um futuro que, embora não tão próspero quanto o passado, é muito mais esperançoso que a inconcebível tortura do presente.
Eu sei como votaria.

Tradução de Fabian Figueiredo para esquerda.net

Artigo publicado em Project Syndicate.

Leia mais em Esquerda.net

A TROIKA PRETENDE ASFIXIAR A GRÉCIA POR QUALQUER MEIO



Ariel Noyola Rodríguez

As negociações entre a Grécia e o Eurogrupo não deverão avançar. A Troika insiste que o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, apresente uma proposta de reforma "plausível" para os credores. Em outras palavras, acabar com os direitos trabalhistas, intensificar a austeridade e, assim, dar prioridade para o pagamento da dívida. O tempo está se esgotando e a confiança depositada no Syriza também, portanto, em nenhum outro momento como agora está tão claro que a Grécia precisa buscar oxigênio fora dos limites da união monetária.

O Banco Central da Grécia surpreendeu a todos com a publicação do seu relatório de política monetária 2014-2015. É que além de revelar as consequências do "estrangulamento econômico" imposto por Bruxelas, concluiu que se não for possível chegar a um acordo com os seus parceiros europeus, em breve, uma crise de enormes proporções será detonada.

"A crise da dívida manejável, como a que estamos abordando atualmente com a ajuda de nossos sócios, se tornaria ma crise incontrolável, com grande risco para o sistema bancário e para a estabilidade financeira", disse [1]. Foi a primeira vez que a instituição contemplou seriamente a saída da Grécia da zona do euro.

Imediatamente, a mídia enfatizou que a maioria da população está relutante em deixar a União Monetária, cerca de 70%, de acordo com uma pesquisa recente publicada por GPO. Já que para manter a "moeda comum" debe-se adotar as normas do Tratado de Maastricht, a imprensa ocidental conclui que o próprio povo grego está disposto a aceitar as condições das autoridades europeias: a austeridade é o custo da adesão à área do euro.

No entanto, os impérios de mídia deixam de mencionar que esta mesma maioria se opõe às medidas que a Troika (formada pelo Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia) pretende impor. Além disso, essa mesma maioria está agora convencida de que o programa de resgate original de 245 bilhões de euros só proporcionou dificuldades econômicas. O aumento da desigualdade e da pobreza, falta de moradia, doenças mentais e suicídios, são a prova da "crise humanitária" que os gregos sofrem diariamente [2].

É urgente a mudança de curso na área econômica. A este respeito, o Governo grego tem insistido mais em resolver as necessidades imediatas (promoção de investimento, criação de emprego, maior distribuição de renda, etc.) e menos em questionar os termos da dívida. No entanto, Bruxelas bloqueou todo acordo que possibilite a recuperação, colocando o reembolso da dívida como a maior prioridade [3].

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, está praticamente "de mãos atadas" para implementar uma política econômica alternativa, uma situação contrária à sua vontade, diminuindo gradualmente a confiança em seu partido político, o Syriza.

Na véspera da reunião com o Eurogrupo, as acusações entre o governo grego e a Troika não se fizeram esperar. Frente a seu grupo parlamentário, Tsipras denunciou que o Fundo Monetário Internacional (FMI) tinha "responsabilidade criminal" na crise. Ele também reiterou que seu governo não claudicaria à pressão da Troika, a proposta, em suas palavras, tem o objetivo de "humilhar o povo grego." Ele prometeu que os “planos de ajuste” seriam rejeitados em todos os momentos [4].

Sob essa mesma linha de argumento, o ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, se recusou a apresentar propostas para o Eurogrupo que envolvam elevar o "superávit primário", o aumento adicionais dos impostos (IVA), o desmantelamento do sistema de pensões, etc [5].

Consequentemente, as negociações voltaram a estancar em 18 de junho de 2015. A Troika mantém a sua tentativa intransigência de impor as suas "reformas estruturais" por qualquer meio, enquanto Tsipras se recusa a trair as demandas do povo grego. Portanto, uma resolução tem sido adiada.

O governo grego tem 10 dias para resolver a questão e pagar as quatro parcelas mensais para o FMI (1,6 bilhões de euros) e abrir um novo plano de financiamento para 5 bilhões de euros. Para o mês de julho, Atenas deve pagar 3,5 bilhões de euros para o Banco Central Europeu (BCE), 465 milhões de euros ao FMI e 2 bilhões de euros para credores adicionais.

Dívida e mais austeridade acabam por impor mais dívida, situação que coloca a Grécia em uma "espiral depressiva" que parece interminável. Como, então, obter recursos suficientes para honrar seus compromissos?

Se Tsipras decidir deixar o euro, as consequências poderão ser dramáticas, tanto para a economia grega, como para o resto das economias da região [6], incluindo, naturalmente, a Alemanha e a França. Berlim teme um contágio em escala massiça. Se a Grécia cair, os especuladores apostarão contra os países com maior fragilidade financeira: Finlândia, Espanha, Itália, Países Baixos, Portugal, etc.

Diminuída pela fraqueza do crescimento econômico e pela deflação (queda de preços), a zona do euro perderia ainda mais a confiança dos investidores internacionais. A crescente "aversão ao risco" pela saída da Grécia causaria aumentos nos rendimentos dos títulos soberanos (atualmente em níveis mínimos). Em situações de pânico, as taxas de juros iriam subir rapidamente, reduzindo severamente a liquidez entre os países.

A incerteza aumentaria e os fluxos de capital sofreriam um "efeito borboleta": ligeiros aumentos da volatilidade dos mercados de dívida soberana, ligeiras quedas nos mercados de ações ou uma mudança na política monetária seriam suficientes para desencadear enormes turbulências de crédito.

Apesar de tudo, a Troika parece determinada a derrubar o programa econômico da esquerda. O Syriza abriu as portas para as derrotas eleitorais do neoliberalismo na Europa e, portanto, tornou-se o alvo preferido dos credores, dispostos a impor sua vontade a qualquer custo. No entanto, os gregos devem confiar em si mesmos, estabelecer alianças além das suas fronteiras continentais e apostar na utopia.

A democracia nasceu na Grécia Antiga e nela também deveriam estar a base de uma Europa livre da "ditadura dos credores”, pois há uma alternativa.

Ariel Noyola Rodríguez, Economista. Jornalista da revista Contralínea. – Voltaire.net (28.05)

Tradução João Aroldo -Tradutor freelance para sites como Rede Voltaire, Redecastorphoto e Tlaxcala. 


Notas
[1] «Report on Monetary Policy 2014-2015», The Bank of Greece, June 17, 2015.
[2] «Los griegos se alistan para nuevas penurias», Nektaria Stamouli & Marcus Walker, The Wall Street Journal, 16 de junio de 2015.
[3] «The Looming Austerity Package», Costas Lapavitsas, Jacobin, June 12, 2015.
[4] «Greek exit real prospect as eurozone hardens towards belligerent Athens», Larry Elliott, Ian Traynor & Helena Smith, The Guardian, June 16, 2015.
[5] «Greece will not present new reform proposals at Eurogroup: Bild», Michael Nienaber, Reuters, June 16, 2015.
[6] «Greek crisis: why policy makers in emerging markets should worry», Alan Beattie, The Financial Times, June 18, 2015.

“ASFIXIARAM OS BANCOS E AINDA QUERIAM QUE PAGÁSSEMOS AO FMI?” - Tsipras




Numa entrevista televisiva, Alexis Tsipras elogiou a calma demonstrada pelo povo grego face à chantagem externa. E manifestou confiança em que o povo responderá ao corte do financiamento que obrigou a fechar os bancos “com um ‘Não’ a mais submissão, desemprego e emigração jovem”.

Na entrevista à estação pública de TV, Alexis Tsipras insistiu que só a vitória do ‘Não’ poderá dar mais poder negocial ao seu governo para prosseguir as negociações em Bruxelas. Tsipras afirmou que o corte de liquidez do BCE para obrigar ao encerramento da banca grega foi uma estratégia destinada a condicionar a escolha democrática no referendo.

Quanto ao pagamento do reembolso ao FMI marcado para esta terça-feira, Alexis Tsipras lembrou que a Grécia tem muito dinheiro a receber por parte das instituições credoras desde agosto passado. “Depois de asfixiarem os bancos ao recusarem o pedido de prolongamento do acordo, acha que é razoável esperar que o pagamento ao FMI seja feito amanhã?”, perguntou Tsipras aos entrevistadores.

O primeiro-ministro grego voltou a atacar as “medidas ideológicas” das instituições e lembrou as palavras da administração Obama, que veio publicamente afirmar que qualquer acordo terá de incluir a restruturação da dívida. Esta medida também foi defendida pelo FMI, mas nem BCE nem Bruxelas aceitaram colocar na proposta que vai a referendo no domingo. “Os credores não querem o colapso da zona euro, querem o fim da esperança de que esta zona euro pode mudar”, prosseguiu.

“Recusaram-nos a extensão do acordo que deram ao anterior governo para fazer eleições”
Tsipras revelou ainda que quando informou Merkel e Hollande da realização do referendo e do seu pedido para prolongar o atual acordo até depois da votação, não houve qualquer sinal negativo dos líderes da França e Alemanha. “Fiquei surpreendido por ver que o Eurogrupo não nos concedeu o prolongamento. Até porque o concedeu ao anterior governo para fazer eleições”, recordou.

O primeiro-ministro quis ainda deixar claro que o referendo é às medidas de austeridade adicionais que a proposta do Eurogrupo contém e não à permanência na zona euro. “O governo grego não tem por objetivo uma saída da zona euro, mas devemos fazer tudo para assegurar a sobrevivência do povo grego”, garantiu.

Quando questionado sobre o que fará em caso de vitória do ‘Sim’, Tsipras afirmou que irá respeitar a vontade do povo grego. “Se os gregos quiserem escolher ficar sob os memorandos daqui para a frente, respeitaremos a sua decisão, mas não poderemos servir esse mandato”, afirmou o primeiro-ministro.

InfoGrécia

Leia mais em InfoGrécia

PERITOS DOS DIREITOS HUMANOS DA ONU SAÚDAM REFERENDO GREGO




Numa declaração publicada na página do Alto Comissariado dos Direitos Humanos das Nações Unidas, Alfred de Zayas e Virginia Dandan saudaram a decisão de Atenas de optar pelo processo democrático para encontrar um caminho para o país sair da crise sem agravar a situação humanitária.

“Todas as instituições e organismos ligados aos direitos humanos deviam saudar o referendo grego enquanto expressão clara de autodeterminação do povo da Grécia”, diz a declaração subscrita pelos dois peritos independentes da ONU para a promoção de uma ordem internacional democrática e equitativa.

Os peritos da ONU dizem que “é lamentável que o FMI e a UE tenham fracassado em chegar a uma solução que não preveja mais medidas retrógradas de austeridade. Alguns líderes expressaram o seu desagrado com a ideia de fazer um referendo na Grécia. Mas porquê? Os referendos estão entre as melhores tradições de governança”, dizem Alfred de Zayas e Virginia Dandan.

“De facto, a democracia significa autodeterminação e a autodeterminação passa muitas vezes por referendos – também na Grécia”, concluem os peritos independentes das Nações Unidas, refutando assim a opinião divulgada esta quarta-feira pelo secretário-geral do Conselho da Europa.

O norueguês Thorbjørn Jagland afirmou à Associated Press que “o referendo foi convocado com pouca antecedência, o que representa um grande problema” não apenas para a divulgação da pergunta em causa, mas porque impede, segundo ele, o envio de observadores internacionais para monitorizar o referendo.

InfoGrécia

Leia mais em InfoGrécia

BANQUEIROS ANGLO-SAXÕES ORGANIZARAM A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL



Valentin Katasonov

Por ocasião do 70º aniversário da vitória sobre o nazismo publicamos um estudo de Valentine Katasonov sobre o financiamento do partido nazista e rearmamento do Terceiro Reich . O autor, com base em documentos publicado em 2012 que confirmam que os banqueiros americanos e britânicos organizaram a Segunda Guerra Mundial, com a cumplicidade do presidente norte-americano Franklin Roosevelt e o primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain e com a esperança de acabar com a União Soviética. Este estudo sugere uma série de perguntas que serão objecto de um artigo futuro.

Da esquerda para a direita (na foto), Hjalmar Schacht, o ministro das Finanças de Hitler, com seu bom amigo Montagu Norman, governador do Banco da Inglaterra de 1920 a 1944. De acordo com documentos do Banco da Inglaterra revelou, em 2012, o ouro foi depositado na Tchecoslováquia Londres, em uma sub-conta para o Banco de Compensações Internacionais (BIS). Quando os nazistas entraram em Praga março 1939, imediatamente mandaram soldados para o Banco Nacional. Os administradores foram encomendados, sob ameaça de morte, de emitir duas ordens de transferência. O primeiro ordenou a transferência BPI 23,1 toneladas de ouro desde a sua subconta da Checoslováquia no Banco da Inglaterra para a subconta do Reichsbank, também no Banco de Inglaterra. A segunda ordem instruiu o Banco da Inglaterra para transferir cerca de 27 toneladas de ouro do Banco Nacional da Checoslováquia para a sub BIS no Banco da Inglaterra.

A Segunda Guerra Mundial não foi causada por um Fuhrer raivoso que tomou conta da Alemanha. A Segunda Guerra Mundial é o trabalho de uma oligarquia global, ou mais precisamente dos plutocratas anglo-americanas.

Usando instrumentos como a Reserva Federal dos EUA e o Banco de Inglaterra, estes elementos começaram a se preparar para a próximo conflito de escala planetária imediatamente depois da Primeira Guerra Mundial. Seu alvo era a União Soviética.

Os planos Dawes e young a criação do Banco de Compensações Internacionais (BIS) [1], a suspensão do pagamento pela Alemanha de reparações de guerra impostas pelo Tratado de Versalhes e a aceitação daquela decisão pelos ex-aliados da Rússia, o investimento estrangeiro maciço na economia do Terceiro Reich, a militarização da economia alemã e violações do Tratado de Versailles são estágios no caminho que conduzem a guerra.

Por trás dessa trama as figuras-chave foram: os Rockefellers, os Morgans, Lord Montagu Norman (governador do Banco da Inglaterra) e Hjalmar Schacht (presidente do Reichsbank e ministro da Economia do governo de Hitler). O programa estratégico do Rockefeller e Morgan foi economicamente subjugar a Europa, e saturar Alemanha de investimentos e empréstimos estrangeiros e que a empurraria a desferir um golpe mortal na Rússia Soviética para que esta última se voltasse ao capitalismo na qualidade de colônia.

Montagu Norman (1871-1950) desempenhou um papel importante como intermediário no diálogo entre os meios financeiros dos EUA e os chefes de empresas alemãs. Hjalmar Schacht organizou a reconstrução ligada à defesa da economia alemã. O funcionamento dos plutocratas contava com a cobertura que lhe ofereciam políticos como Franklin Roosevelt, Neville Chamberlain e Winston Churchill. Na Alemanha, os executores daqueles projetos eram Hitler e Hjalmar Schacht. De acordo com vários historiadores, Hjalmar Schacht desempenhou um papel mais importante do que Hitler, mas permaneceu na sombra.

Após a Primeira Guerra Mundial, o Plano Dawes foi destinado a comprometer a Tríplice Entente e recolher reparações de guerra a ser pago pela Alemanha. O Plano Daves proposto pela Comissão presidida por Charles G. Dawes- designada uma tentativa feita em 1924 para resolver o problema das reparações de guerra, que estavam minado a política internacional desde o fim da Primeira Guerra Mundial e a assinatura do Tratado de Versalhes,reticente, França levou mais de 50% do montante dos reparos. Entre 1924 e 1929, a Alemanha recebeu 2500 milhões dólares e 1,5 bilhões Grã-Bretanha no âmbito do Plano Dawes. São consideráveis somas correspondentes a 1 bilhão dólares de hoje.

Hjalmar Schacht desempenhou um papel ativo na implementação do Plano Dawes. Em 1929, ele resumiu os resultados do plano de afirmando que a Alemanha tinha recebido em cinco anos mais empréstimos estrangeiros do que os EUA nos 40 anos anteriores à Primeira Guerra Mundial. Portanto, em 1929, Alemanha tornou-se a segunda potência industrial do mundo, à frente da Grã-Bretanha.

Durante a década de 1930, a Alemanha continuou a receber investimentos e empréstimos. Escrito em 1929 e adotado oficialmente em 1930, chamado de Plano Dawes era um programa para garantir o pagamento de dívidas de guerra que a Alemanha deve pagar no final da Primeira Guerra Mundial. Ele foi apresentado pela comissão presidida (1929-1930) por industrial americano Owen D. Young, fundador e primeiro presidente da RCA (Radio Corporation of America). Naquela época, Young também foi membro do conselho da Fundação Rockefeller e também tinha sido um dos representantes envolvidos no redesenhar um dispositivo de reparações de guerra, o Plano Dawes 1924.

Segundo o plano, o Banco de Compensações Internacionais (BIS) foi criado em 1930 para que a Alemanha pagar reparações aos vencedores. Na verdade, o dinheiro tomou um caminho muito diferente: Ele saiu dos Estados Unidos e a Grã-Bretanha para aterrizar na Alemanha.

O capital da maioria das empresas alemãs estrategicamente importantes eram parcial ou completamente americanos. Uma parte estava sob controle de investidores britânicos. Setores como refinarias de petróleo e processo de liquefação de carvão da economia alemã estava nas mãos da Standard Oil pertencente ao Rockefeller. O gigante da indústria química Farbenindustrie AG ficou sob o controle do grupo Morgan. 40% da rede de telefonia e 30% das ações da Focke Wulf estavam sob o controle da empresa norte-americana ITT. A rádio e os gigantes da indústria elétrica AEG, Siemens e Osram passaram para o controle da General Electric, dos Estados Unidos. ITT e General Electric eram parte do império Morgan. 100% das ações da Volkswagen pertenciam a Ford, também dos Estados Unidos.

No momento da ascensão de Hitler ao poder, o capital financeiro dos EUA controlava, como vemos, quase todos os setores estrategicamente importantes da indústria alemã -refinarias de petróleo, produção de combustíveis líquidos a partir do carvão, química, construção de veículos automotivo, engenharia elétrica, e rádio, assim como grande parte da indústria de engenharia mecânica (278 empresas no total). Os grandes bancos alemães, incluindo o Deutsche Bank, o Dresdner Bank, Donat Bank e outros, estavam sob o controle dos Estados Unidos.

A 30 de janeiro de 1938, Hitler tornou-se chanceler da Alemanha. Mas antes, os banqueiros americanos haviam estudado a sua candidatura com muito cuidado. Hjalmar Schacht tinha viajado para os Estados Unidos no outono de 1930 para discutir esta nomeação com vários colegas americanos. A nomeação de Hitler foi finalmente aprovado durante uma reunião secreta de personalidades das finanças na América. Em 1932, Schacht passou o ano convencendo os banqueiros alemães de que o melhor candidato ao cargo de chanceler era Hitler. E ele conseguiu.

Em meados de novembro de 1932, 17 dos mais poderosos banqueiros e industriais alemães dirigiram ao presidente Hindenburg uma carta exigindo que fora nomeado Hitler chanceler. A última sessão de trabalho dos financistas alemães antes das eleições teve lugar no dia 04 de janeiro de 1933 em Colônia, na residência do banqueiro Kurt von Schroder. O partido nazista chegou ao poder imediatamente. As relações económicas e financeiras com o anglo-saxão Alemanha, em seguida, tornou-se ainda mais próximas.

Hitler anunciou imediatamente a sua recusa em pagar reparações de guerra. Ele duvidou que a Grã-Bretanha e a França poderia pagar suas próprias dívidas, acumuladas durante a Primeira Guerra Mundial, aos Estados Unidos. Ele se reuniu com o presidente Franklin Roosevelt e os grandes banqueiros americanos para solicitar uma linha de crédito de 1 bilhão de dólares.

Em junho do mesmo ano, Hjalmar Schacht viajou para Londres para se encontrar com Montagu Norman. O britânico concordou em conceder um empréstimo de 2 bilhões de dólares. Eles não levantou objeções à decisão da Alemanha de suspender o pagamento de sua dívida.

Segundo alguns historiadores, os EUA e a Grã-Bretanha foram tão conplacentes porque, desde 1932, a União Soviética tinha implementado o seu plano quinquenal de desenvolvimento econômico ,destinado a alcançar novos objetivos como uma potência industrial. No campo da indústria pesada que tinham emergido milhares de empresas e a dependência da União Soviética ds importações de produtos industriais diminuiu consideravelmente. Como resultado, as chances de estrangular economicamente União Soviética tinha sido reduzida praticamente a zero. Foi então decidido ir para a guerra e, com base nesse objetivo, levar a militarização acelerada da Alemanha.

Para esta última, a obtenção de crédito nos Estados Unidos não apresentaram praticamente nenhum problema. Hitler chegou ao poder na Alemanha no mesmo período que Franklin Roosevelt nos Estados Unidos. Banqueiros que apoiaram Hitler em 1931 são precisamente aqueles que apoiaram a eleição de Roosevelt. Uma vez no cargo, o novo presidente não podia fazer outra coisa que conceder generosos créditos para a Alemanha. Na verdade, muitos notaram a grande semelhança entre the New Deal of Roosevelt e da política econômica do Terceiro Reich. Não havia nada de surpreendente nisso, uma vez que eram os mesmos que estavam garantindo com seus conselho a salvação dos dois governos. E, representavam principalmente, os meios financeiro dos EUA.

New Deal de Roosevelt não tardou a apresentar problemas. Em 1937, os Estados Unidos estavam afundando na crise econômica. Em 1939, a economia dos EUA operando a 33% de sua capacidade industrial (19% nos piores momentos da crise registrada em 1929-1933).

Rexford G. Tugwell, um economista da premiada Brain Trust, uma equipe de acadêmicos da Universidade de Columbia criada por Franklin Roosevelt e que contribuiu para as recomendações políticas que levaram ao New Deal do presidente, escreveu em 1939 que a administração tinha falhado. A situação permaneceu inalterada até Hitler invadir a Polônia. Apenas os fortes ventos de guerra poderia dissipar a névoa. Todas as iniciativa de Roosevelt estavam condenadas ao fracasso [2]. A única coisa que poderia salvar o capitalismo americano era uma guerra mundial. Em 1939, os plutocratas recorreram a todos os meios à sua disposição para pressionar Hitler e levá-los a desencadear uma guerra em grande escala na Europa Oriental.

O já mencionado Banco de Compensações Internacionais (BCI) teve um papel importante na Segunda Guerra Mundial. Verdadeiro cabeça de ponte dos interesses americanos na Europa, o BCI garantia os laços empresariais dos Estados Unidos e Grã-Bretanha com empresas alemãs. Era uma espécie de zona franca que protegia a capital cosmopolita frente as iniciativas políticas, guerras, sanções, etc.

O Banco de Compensações Internacionais foi criada sob a forma de uma entidade comercial pública. Sua imunidade a interferência governamentais e, por exemplo, os impostos, foram garantidos pelo acordo internacional assinado em Haia, em 1930.

Os banqueiros do Federal Reserve Bank de Nova Iorque -muito ligados à Morgan, a Montagu Norman (governador do Banco de Inglaterra) e aos financeiros alemães como o alemão Hjalmar Schacht (de quem já falamos e que ele era presidente do Reichsbank e ministro da Economia do Governo Hitler), Walther Funk (que substituiu a Hjalmar Schacht como presidente do Reichsbank) e Emil Puhl- todos desempenharam um papel importante na fundação do BCI. Entre seus fundadores figuravam os bancos centrais da Grã-Bretanha, França, Itália, Alemanha e Bélgica, bem como alguns bancos privados.

O Federal Reserve Bank de Nova York fez o melhor que podia, mas não estava entre os estabelecimentos fundadores do BCI. Estados Unidos foi representado pelo First National Bank of New York, JP Morgan and Company, First National Bank de Chicago, todos pertencentes ao império Morgan. O Japão também foi representado por bancos privados. Em 1931-1932, 19 bancos centrais europeus se juntaram ao Banco de Compensações Internacionais. Gates W.McGarrah ,banqueiro do clã dos Rockefeller, foi o primeiro presidente do conselho do BCI. Em seguida, ele foi substituído por Leon Fraser, representante do clã Morgan. Durante a guerra, o presidente do BCI foi Thomas H. McKittrick, dos Estados Unidos.

Muito tem sido escrito sobre as atividades do BCI que serviram aos interesses do Terceiro Reich. Entre outras coisas, ele estava envolvido em operações com diferentes países, incluindo aqueles com que a Alemanha estava em guerra.

Depois de Pearl Harbor, o Banco de Compensações International estava atuando como correspondente do Federal Reserve Bank de Nova York. E durante a guerra esteve sob o controle nazista, embora o seu presidente era o norte americano Thomas Huntington McKittrick. Enquanto os soldados morriam nos campos de batalha, a direção do BCI, se reunia na Basileia com banqueiros da Alemanha, Japão, Itália, Bélgica, Grã-Bretanha e os Estados Unidos. Representantes das potências beligerantes trabalharam tranquilamente, em um clima de compreensão mútua, no oásis de paz suíço.

Foi na Suíça, onde a Alemanha depositou, para mantê-lo em um lugar seguro, o ouro do qual havia se apoderado nos quatro cantos da Europa. Em março de 1938, quando Hitler tomou Viena, parte do ouro da Áustria havia sido transferido para os cofres da BCI. O mesmo aconteceu com o ouro do Banco Nacional da Checoslováquia (US $ 48 milhões). Quando irrompeu a guerra, ouro entrava constantemente para o Banco de Compensações Internacionais. Alemanha o se apoderava dele nos campos de concentração e saqueando os países ocupados, incluindo tudo o que pertencia aos civis: jóias, cigarreiras, utensílios de todos os tipos … dentes de ouro. Foi tudo isso que foi chamado de ” o ouro nazista”. Este ouro era fundido transformado em lingotes e era armazenado no Banco de Compensações Internacionais na Suíça ou fora da Europa.

Em seu livro de Negociação Com o Inimigo: Uma Exposição do Dinheiro Nazi-Americano Plot 1933-1949, Charles Higham escreve que durante a guerra os nazistas transferiram 378 milhões dólares para as contas do Banco de Compensações Internacionais.

É importante mencionar o ouro da Checoslováquia. Algumas informações que vieram à luz após a abertura dos arquivos do Banco da Inglaterra, em 2012, [3]. Em março de 1939, a Alemanha ocupou Praga. Os nazistas exigiram 48 milhões de dólares das reservas nacionais de ouro. Eles foram informados de que este montante foi transferido para o Banco de Compensações Internacionais. Por decisão de Berlim o ouro foi transferido para a conta do Reichsbank no mesmo Banco de Compensações Internacionais. Posteriormente, o Banco da Inglaterra foi envolvido em transações por ordem do Reichsbank para o Banco de Compensações Internacionais. Essas ordens foram retransmitidas para Londres. Portanto, havia cumplicidade entre o Reichsbank alemão, o Banco de Compensações Internacionais e o Banco da Inglaterra. Em 1939, um escândalo estourou na Grã-Bretanha quando se descobriu que o Banco da Inglaterra executadas operações com ouro Checo como solicitados, mas não segundo as ordens do governo tcheco mas atendendo ordens de Berlim ou da Basiléia. Por exemplo, em junho de 1939, três meses antes do início da guerra entre a Inglaterra e a Alemanha, o Banco da Inglaterra ajudou os nazistas a transferir para a conta da Alemanha o ouro equivalente a 440 000 £( libras esterlinas) e a enviar parte do ouro a New York -Alemanha garantia assim a neutralidade dos Estados Unidos em caso de intervenção alemã na Polônia.

Essas transações ilegais com ouro Checo foram realizados com o consentimento tácito do governo da Grã-Bretanha, que estava bem ciente do que estava acontecendo. O primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain, o ministro das Finanças Sir John Simon e outros altos funcionários britânicos fizeram o seu melhor para esconder a verdade, apelando até mesmo para a mentira mais descarada ao dizer que o ouro tinha sido restituido ao seu legítimo proprietário ou que nunca tinha sido transferido para o Reichsbank.

Os documentos publicados recentemente pelo Banco da Inglaterra revelam os fatos e demostram que as autoridades do governo mentiram para se proteger e para encobrir as atividades do Banco da Inglaterra e o Banco deCompensações Internacionais. A coordenação dessas atividades criminosas era uma coisa fácil já que o diretor do Banco da Inglaterra Montagu Norman também presidia o Conselho de Administração do Banco de Compensações Internacionais. Mesmo porque, Montagu Norman nunca escondeu sua simpatia para com os fascistas.

A Conferência de Bretton Woods, oficialmente Conferência Monetária e Financeira das Nações Unidas reuniu 730 delegados de 44 países aliados no Hotel Mount Washington, em Bretton Woods (New Hampshire), Estados Unidos, com vista a regulamentar a vida monetária e financeira internacional quando terminou a Segunda Guerra Mundial. Esta conferência foi realizada de 1 a 22 de julho de 1944. O Banco de Compensações Internacionais de repente foi colocado por sob os holofotes. Foi dito que havia colaborado com a Alemanha fascista. Sem entrar em detalhes, vou apenas dizer que, após uma série de incidentes, alguns delegados dos Estados Unidos se opuseram à moção – os delegados concordaram que o BCI deveria ser fechado. Essa decisão da conferência internacional nunca foi aplicada. Foi enterrado tudo o que poderia desacreditar atividades do BCI durante a Segunda Guerra Mundial. O que contribui, ainda hoje, a distorcer a história da Segunda Guerra Mundial.

Finalmente, vale a pena dizer algumas palavras sobre Hjalmar Schacht (1877-1970), ex-presidente do Reichsbank e ministro de Economia do governo fascista da Alemanha. Em 1945, Schacht foi julgamento em Nuremberg, mas foi absolvido em 1 de Outubro de 1946. Assim, escapou ele das acusações de assassinato.

Por razões que nunca foram explicadas, Hjalmar Schacht não estava na lista dos principais criminosos de guerra de 1945. O interessante é voltou a sua vida profissional como se nada tivesse acontecido e fundou a firma de Schacht GmbH em Dusseldorf. Este detalhe pode parecer insignificante. Mas mais uma vez, confirma que os plutocratas anglo-americanos e seus representantes plenipotenciários da Alemanha haviam preparado e, em certa medida, influenciado todo o processo da Segunda Guerra Mundial.

Agora, os plutocratas querem reescrever a história da II Guerra Mundial e também alterar os resultados.



Notas
[1] Também conhecido como BIS, sigla correspondente ao Bank for International Settlements, ou BRI, sigla em francês correspondente aBanque des Règlements Internationaux e BIZ, iniciais alemães correspondentes ao Banco für Internationalen Zahlungsausgleich. Baseia-se na cidade suíça de Basileia. Nota da Rede Voltaire.
[2] P. Tugwell, The Roosevelt Democrática, A Biografia de Franklin D. Roosevelt, New York, 1957, p 477.

AVARIA TEM IMPOSSIBILITADO PUBLICAÇÃO NORMAL DO PÁGINA GLOBAL




Avaria informática tem impossibilitado a publicação normal do Página Global nestes últimos dias. Contamos regressar em breve e recuperar o ritmo normal.

Lamentamos e apresentamos as nossas desculpas pela anomalia.

Agradecemos as suas visitas e fidelidade ao PG.

Redação PG

Mais lidas da semana