quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O ORÁCULO DA BUROCRACIA: ESTADO EMPREGADOR E CLASSE MÉDIA



Rui Peralta, Luanda
           
Existe um “monstro devorador” real, criação sui generis do pesadelo organizacional. É uma daquelas aberrações que tornaram-se norma (ou seja atingiu o estatuto de normalidade) e que nos dias de hoje permanecem sobre os nossos direitos e liberdades como uma espada de Démocles: a burocracia.

O impulso de autoconservação obriga o Estado (seja ele qual for, desde o Estado Total do fascismo e derivantes ultranacionalistas, até ao Estado Socialista com as suas múltiplas variantes reais e irreais – estilo socialismo seculo XXI - de capitalismo de Estado, ou o angélico Estado de Direito) a reunir á sua volta e a entrelaçar o maior número possível de “interessados”. Dai ser uma referência comum a afirmação: “A organização do Estado necessita de uma burocracia numerosa e amplamente estruturada”. Comum e medíocre.

A burocracia representa um importante coeficiente no cálculo dos esforços dos grupos dominantes para se manterem no Poder. Esta necessidade cresce de forma directamente proporcional á insatisfação, ou seja, está directamente relacionada com a convicção, por parte dos indivíduos, que não existe finalidade na ordem social vigente. A resposta – devido á necessidade de assegurar o Poder – surge através da criação de uma vasta casta de funcionários, directamente dependentes do Estado. Este amplo número de funcionários assalariados tornam-se os maiores defensores do Estado.

As tendências das economias do seculo XX resultaram num poderoso reforço do Estado. Por parte deste existiu uma enorme oferta de emprego. Do lado dos cidadãos existiu (e existe) uma procura superior á oferta. Por sua vez estes, os cidadãos, vêm no funcionalismo público uma reforma garantida e uma velhice mais segura.

A enorme procura de empregos na função pública assenta na posição de insegurança em que se encontram as classes médias, ameaçadas pelas características das transformações económicas, esforçando-se para dar aos seus filhos um futuro seguro. Esta insegurança da classe média é história antiga, pois os componentes desta classe são sempre inseguros.

Esta figura da classe média (dos muitos pontos que estão no topo da curva de Gauss) não é um exclusivo do capitalismo. Existiam, em menor numero nos sistemas tributários pré-capitalistas e foram sempre amedrontados. Com o advento do capitalismo jogaram dentro das novas regras e continuaram a ser médias. Foram alimentadas por mais uns tantos sectores, uns em movimento ascendente e outros em movimento descendente. No século XIX, com a revolução industrial, foram ameaçados pelo Capital e pelo movimento operário. Liberalismo e socialismo foram seus inimigos – embora disputassem o seu voto e a sua influência – e o fascismo (ou qualquer coisa que assente em Deus, Pátria e Autoridade, com umas lagrimazitas em torno da Família) o seu paraíso.

Para estes sectores o estado é o grande protector. Para o Estado estes sectores constituem o seu maior fornecedor de leais guardiões. Fica assim estabelecida a Santa Aliança em torno da Burocracia.

Leituras aconselhadas
Michels, R. Para uma sociologia dos Partidos políticos na democracia moderna Ed. Antigona, Lisboa, 2001
Weber, M. The theory of social and economic organisatio Oxford University Press, 2007
Weber, M. Economy and Society University of California Press, 1978

Angola. O PETRÓLEO NÃO É CULPADO DE TUDO



O País, editorial

Angola já viveu momentos em que o preço do barril do petróleo no mercado internacional esteve mais baixo que o actual, sem haver, no entanto a especulação que hoje se regista e, sobretudo, a magia com que desaparecem os cambiais. Naquela altura nem se falava de reservas internacionais como se fala agora, era um momento em que a economia estava mais fraca, menos animada e em que a actividade privada era menos expressiva. Tudo isso leva a que se comecem cada vez mais a levantar questionamentos sobre o que se está a passar com os cambiais. Sobre a fiscalização, sobre o cumprimento da lei. Com a informação que vai passando, muito pouca, é fácil depreender-se, talvez erradamente, que o Estado está sob ataque. Que há desvios deliberados de divisas, cujo resultado será o estrangulamento das iniciativas empresariais e o descontentamento social. O Preço do petróleo por si só não justifica tão de imediato a paralisação de algumas indústrias, o despedimento de trabalhadores e o regresso de jovens que se estavam a formar no exterior. Aliás, até onde se sabe, as agências de remessas de dinheiro, as casas de câmbio e a própria banca comercial ainda não deram sinais de algum abalo por falta de cambiais. Ao tempo que esta situação se mantém (cerca de seis meses) como se justifica  que as casas de remessas continuem abertas, como os mesmos funcionários, se não têm actividade por causa de uma suposta crónica falta de plafond?

O petróleo, efectivamente, não pode ser o culpado de tudo, mas esta crise vem alertar o país, como já se disse repetidas vezes, para olhar para si mesmo e buscar outras fontes de riqueza. Nas escolas é ensinado aos alunos que Angola é rica, e há uma lista interminável de minerais no nosso subsolo. É altura de diversificar a economia mineral também. O ouro, o fosfato, o cobre, o ferro, o mercúrio e outros minerais devem começar a ter uma exploração comercial, que diminua o peso do petróleo na economia nacional e que suporte o financiamento necessário para o desenvolvimento da agricultura, do turismo e do conhecimento científico. Mas para tudo isso há um ponto de partida determinante: a capacidade de fiscalizar  e evitar o que está a acontecer no meio caminho do dinheiro entre o Banco Nacional e os bancos comerciais, as casas de câmbio e as agências de remessa de dinheiro.

Angola. MANIFESTANTES EM BENGUELA LEVAM A POLÍCIA AO TRIBUNAL



João Marcos - Voz da América

Em Benguela, a Casa-CE promete avançar com manifestações de protesto contra a violação de direitos humanos, no rescaldo de um final de semana de confrontos entre a polícia e cidadãos que contestam o regime angolano.

O partido de Abel Chivukuvuku diz não ver com bons olhos a carga policial sobre os membros do autodenominado Movimento Revolucionário.

Já em liberdade, os jovens detidos no passado dia 17 apresentam amanhã, 22, uma queixa-crime na Procuradoria-geral da República(PGR).

Eles vão à PGR dizer que foram violentados no Comando Municipal da Polícia.

Trata-se de uma queixa contra o comandante municipal, José Kundy, líder da operação que travou a manifestação autorizada pelo Governo para o passado dia 17, quando a polícia soltou cães e cavalos sobre os jovens.

Os dez membros do autodenominado Movimento Revolucionário terão o patrocínio judicial do jurista Francisco Viena.

Nas vestes de político, Viena promete manifestações com a chancela da Convergência Ampla de Salvação de Angola.

Inúmeras vezes contactadas pela Voz da América, altas figuras da Polícia optam por não reagir a denúncias de repressão.

ANGOLA E NORUEGA VÃO DISCUTIR COOPERAÇÃO NOS DIREITOS HUMANOS



Encontro acontece amanhã nas instalações do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos.

O estado da cooperação nos Direitos Humanos entre Angola e Noruega vai estar em cima da mesa, amanhã, num encontro que irá juntar o Secretário de Estado para os Direitos Humanos, António Bento Bembe, e o Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros da Noruega, Morten Hoglund.

O encontro irá decorrer no Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos (MJDH), de acordo com uma nota de imprensa enviada ao Rede Angola.

O ministério tutelado por Rui Mangueira e a embaixada da Noruega cooperam neste domínio desde 2011, ano em que foi assinado o projecto “Educação para uma cultura dos Direitos Humanos”, de formação de quadros.

Na iniciativa mais recente deste programa, dois funcionários do MJDH receberam este ano bolsas de estudo para um mestrado em Direitos Humanos, na Universidade de Valência.

Rede Angola – Foto: Embaixada conjunta da Suécia e Noruega em Luanda / Randi Gording

Cabo Verde. CUIDAR DA QUALIDADE DA DEMOCRACIA



Expresso das Ilhas, editorial

Dados do Afrobarómetro publicitados na semana passada trazem informações no mínimo intrigantes. A percentagem de cabo-verdianos que consideram que as eleições de 2011 reflectem a escolha dos cabo-verdianos (54%) é a mesma que acredita que houve suborno no processo eleitoral. A percepção de que houve aumento de corrupção de 2011 para 2014 é acompanhada da ideia de que não há denúncias porque as pessoas têm medo das consequências (56%) e que os órgãos de comunicação social não são eficazes em revelar erros do governo e actos de corrupção.

A impressão que sobressai da sondagem é que está-se perante uma sociedade em que a funcionalidade das instituições e o exercício das liberdades foi de alguma forma comprometida. É o que basicamente deixa a entender a maioria dos sondados quando diz que há medo, que a liberdade de imprensa é limitada ou autolimitada e que o processo eleitoral sofre pressões. A dependência cada vez maior dos indivíduos em relação ao Estado seria a principal causa deste minguar da democracia. Dependência essa que acelerou nos últimos anos, à medida que, por um lado, o peso do Estado aumentou e predominam os investimentos públicos e, por outro, a economia não cresce o suficiente, o desemprego mantém-se alto e o sector privado nacional vive tempos difíceis.

Sabe-se que em situações similares de precariedade e de riscos diversos no futuro próximo a tendência das pessoas é agarrar no “certo e garantido” que vem do Estado. Ao enveredar por essa via de assegurar favores e acessos especiais contêm-se enquanto cidadãos atentos e críticos. Já uma outra motivação tem quem gere os recursos públicos. Aí a tentação é de usar as múltiplas oportunidades criadas pelas fragilidades do momento para a compra de lealdades e condicionamento de comportamentos particularmente em tempos eleitorais. A institucionalização de facto destas práticas de encontro de dadores e beneficiários pela via da repetição na televisão e em outros órgãos dá-lhes um ar de normalidade. Mas ninguém ignora o aproveitamento político  subjacente. Em momentos eleitorais, nacionais, locais e intrapartidários ouvem-se denúncias desse aproveitamento de recursos do Estado para ganhos eleitorais. Logo depois, porém, desaparecem numa espécie de buraco negro onde a percepção de que tais práticas fazem parte do “nosso normal” desculpa os que acusaram, iliba os alegados prevaricadores e isenta o Ministério Público e outras entidades fiscalizadoras do trabalho e da preocupação em verificar a veracidade das afirmações feitas publicamente.

Algum sentimento de que o “actual normal” não deve ser o normal desejado pode estar traduzido em parte nessa percepção do aumento da corrupção em certas entidades detentoras do poder concreto que afecta as pessoas no dia-a-dia. Da mesma forma a sensação de quase impotência perante o que se passa à volta poderá estar a manifestar-se na constatação de que os mídia não estão a ser eficazes em controlar os erros do governo e os actos de corrupção. Curiosamente, um sentimento similar surgiu há algum tempo atras, sendo ventilado em relação aos deputados e ao próprio Parlamento. A frustração com a aparente falta de efectividade do Parlamento levou então a uma espécie de crise de representação que trouxe à tona discussões várias à volta do parlamentarismo, dos sistemas eleitorais e do papel dos partidos políticos.

Algo que alguns podiam chamar de dissonância cognitiva poderá estar a verificar-se. Por um lado, as pessoas e a sociedade sentem-se apanhadas na teia da realidade criada pelo discurso oficial que basicamente anuncia “manhãs que cantam” com clusters diversos e água nas barragens. Por outro, no quotidiano vive-se num ambiente de letargia económica, de falta de perspectiva de emprego e de algum receio sobre o que a dívida pesada que o país acumulou poderá representar no futuro próximo. E todos estão a ver neste mundo de dificuldades crescentes as consequências de não se encontrar soluções para os problemas de endividamento do Estado. Perante tudo isto, não há o debate necessário que seria capaz de revelar a real situação do país e ajudar na ponderação das opções. Nem também a fiscalização adequada dos actos do governo como se pode extrair dos dados trazidos a público por este e outros jornais que dão conta de transferências de recursos públicos a associações diversas num processo que prima pela falta de transparência.

Na celebração de mais um Dia Internacional da Democracia (15 de Setembro) os dados trazidos pelo Afrobarómetro alertam para uma perda da qualidade da nossa democracia. Não é de estranhar, considerando que a democracia dificilmente pode dar frutos quando o peso do Estado se faz sentir cada vez mais a todos os níveis: económico, social e cultural. Democracia, sem uma sociedade civil por definição autónoma em relação ao Estado, não consegue consolidar-se. Faltará sempre pressão para se respeitarem as liberdades, para o Estado e seus agentes se sujeitarem à Lei e para se dar prioridade à criação das condições para que todos se realizarem e serem felizes e no processo contribuírem para a prosperidade geral. Problema grave surge quando actos que visam reproduzir a dependência e manter as pessoas sob controlo passam a ser a forma normal e o objectivo principal de fazer política. Aí, além da liberdade e da democracia, está-se a arriscar o futuro. Esta é armadilha que se tem evitar a todo o custo.

MINISTRO DO AMBIENTE DE CABO VERDE ACUSADO DE GESTÃO DANOSA



Eugénio Teixeira – Voz da América

Em Cabo Verde, Fundo Ambiente está a dar que falar depois de o presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande de Santiago e da Associação Nacional dos Municípios ter acusado o ministro do Ambiente, Habitação, Ordenamento do Território de fazer gestão danosa.

Para Manuel de Pina, o ministro Antero Veiga tem gerido o referido fundo em clara violação das leis da república, situação que tem prejudicado os municípios que praticamente não recebem verbas da taxa ecológicaa  que têm direito, enquanto são financiados projectos para associações e outras actividades particulares.

Em conferência de imprensa, nesta terça-feira, 22, Antero Veiga refutou as acusações e afirmou que tudo não passa de encenações e de uma forma baixa de fazer política no momento em que se está em plena pré campanha eleitoral.

O ministro disse que os dados apresentados na imprensa sobre a lista de estruturas beneficiadas com verbas do Fundo do Ambiente são falsos, justificando que Associações e outras estruturas receberam financiamento sim, mas verbas que nada tem a ver com a taxa ecológica destinada aos municípios.

O governante afirma que todos os financiamentos foram feitos no estrito cumprimento da lei, por isso Antero Veiga espera que as autoridades judiciais possam rapidamente fazer o inquérito para o esclarecimento de toda a situação.

Ontem o Procurador-Geral da República disse que a PGR abriu uma investigação sobre a gestão do Fundo Ambiente na sequência das denúncias tornadas públicas.

Instado se não vai pedir demissão para facilitar a investigação do ministério publico, Antero Veiga disse que não há razão para isso, alegando que as denuncias não têm razão de ser.

UMA EQUAÇÃO PARA O FIM DA CRISE NA GUINÉ-BISSAU



Belarmino Van-Dúnem – Jornal de Angola, opinião

A Guiné-Bissau já tem um primeiro-ministro que não é o desejável, mas o possível. O Presidente da República, José Mário Vaz, conhecido nas lides políticas como JOMAV ou “homem de 25”, por ter conseguido pagar os salários da função pública em cada dia 25 do mês enquanto foi ministro das Finanças, conseguiu afastar o primeiro-ministro eleito Domingos Simões Pereira, não obstante o esforço da comunidade internacional.


O braço-de-ferro entre os dois líderes do PAIGC começou no seio do partido. Domingos Simões Pereira, enquanto líder do partido, deu apoio à candidatura a Presidente da República a um outro candidato, apesar do actual Presidente da República ter dado o seu apoio para que Domingos Simões Pereira liderasse o PAIGC.

A rixa no seio do PAIGC chegou ao extremo e o partido abalou quando o terceiro vice-presidente do partido aceitou o convite do Presidente da República para formar um governo que fosse transversal a todas as forças vivas da Guiné-Bissau. As análises foram divergentes: enquanto uns afirmavam que a decisão era inconstitucional, outros viam na decisão uma saída para a crise. A CEDEAO entrou em cena e na última Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo daquela organização regional, decidiu que o ex-presidente da Nigéria, Olusengun Obasanjo, seria o principal medianeiro, já que havia sido enviado especial do Presidente nigeriano Muhammadu Buhari para mediar a crise.

A solução foi a que já se cogitava e que em várias ocasiões foi ventilada: tendo em atenção a provável influência que o Presidente José Mário Vaz tem no partido e acreditando no bom senso do presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira. Em vez de resistir, o partido deveria procurar uma terceira via para estar à frente do governo, ficando numa espécie de mão invisível.

Houve vozes que, com razão, afirmavam que seria um golpe grave contra a democracia e para o próprio Domingos Simões Pereira. Mas, acto consumado, o PAIGC indicou o segundo vice-presidente do partido, Carlos Correia, que aos 82 anos de idade é mais uma vez chamado a tapar um furo que muitos duvidam que ainda esteja com a genica necessária para tão árdua tarefa.

Porém, Carlos Correia aceitou o desafio e é de elogiar o facto de, num momento em que o país se encontra em crise política e precisa de uma saída airosa para viabilizar o seu futuro, ter-se mostrado disponível para contribuir com os seus conhecimentos e experiência de governação e, deste modo, equacionar o dilema. Na sua qualidade de mais velho, foi aceite pelo Presidente da República, José Mário Vaz. Aliás, seria exagero e extrema indelicadeza negar a indicação do mais velho que, humildemente aceita o mesmo cargo pela quarta vez. Aí sim, o Presidente José Mário Vaz, que já acumulou volume suficiente de críticas, estaria a roçar o ridículo na política.

Quais são as lições que todos nós devemos tirar da situação na Guiné-Bissau? A primeira está relacionada com a ponderação. No início da crise, a estratégia do PAIGC não surtiu o efeito esperado, houve falta de contenção de verbo, a pressão exercida sobre o Presidente da República levou a radicalizar a sua posição.

O ex-primeiro-ministro e o Presidente da Assembleia Nacional acabaram por claudicar perante os poderes constitucionais de José Mário Vaz, prevalecendo o velho principio do direito segundo o qual, quem pode muito pode pouco. 

A segunda lição é a mais plausível e que, no meu entender, é o grande exemplo que o PAIGC e seu líder dão a todos os guineenses e aos africanos de forma geral. O presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, encontrou uma terceira via e indicou o seu vice para liderar o governo, pondo fim ao impasse que o país vivia.

A terceira lição é o facto da Guiné-Bissau demonstrar o respeito pela independência da justiça. A última esperança era o Supremo Tribunal de Justiça da Guiné-Bissau que conseguiu responder às expectativas e declarou inconstitucional a nomeação de Bacíro Djá para primeiro-ministro. Aqui reside o pormenor e a curiosidade desta “luta” de poderes na Guiné-Bissau: tanto o presidente da República, José Mário Vaz, como o presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, procuraram sempre respeitar a Constituição da República.

O Presidente da República foi à busca de um membro destacado do partido para substituir o primeiro-ministro.Segundo a constituição é o partido vencedor que deve indicar o primeiro-ministro, mas os estatutos do PAIGC estipulam que deve ser o presidente do partido a liderar o Governo. A tentativa do Presidente foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal de Justiça, porque a indicação não partiu do PAIGC.

O presidente da República aceitou a decisão judicial. Domingos Simões Pereira indicou então outro dirigente do partido, já que a coabitação entre ele e o Presidente da República não parecia possível. 

Na verdade ninguém perdeu, saiu a ganhar a República, a independência dos órgãos de soberania. Mas não posso deixar de mencionar o facto de o Presidente José Mário Vaz ter demonstrado um mau fundo, falta de sentido de Estado e incapacidade para trabalhar na diversidade.

A comunidade internacional fica acomodada, os militares guineenses ganham bónus e a política na Guiné-Bissau nunca mais será a mesma. Doravante as instituições de soberania irão fincar o seu poder, o povo sairá a ganhar.

A única esperança é que o actual primeiro-ministro tenha espaço de actuação e saiba conciliar prerrogativas do poder com os reais interesses do país, respeitando o presidentes do seu partido e o da República, pondo em primeiro plano os interesses do PAIGC e garantindo a transversalidade necessária entre o governo e a presidência da República. Na verdade o líder do governo é o presidente do partido, Domingos Simões Pereira.


Agora a vida continua e como proclamou o saudoso Presidente da República de Angola, Dr. António Agostinho Neto: “o mais importante é resolver os problemas do povo”.

PRS DIZ QUE DECIDE DEPOIS DE NEGOCIAÇÕES A PARTICIPAÇÃO OU NÃO NO EXECUTIVO



Florentino Mendes Pereira, Secretário-geral do Partido da Renovação Social (PRS), disse hoje, que o seu partido espera decidir, só depois de negociações, se vai ou não tomar parte no Governo de novo Primeiro-ministro, Carlos Correia.

Este responsável da maior formação política na oposição, falava a’O Democrata antes do início da reunião da Comissão Política Nacional dos renovadores convocada para analisar o convite formulado pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) de integrar o novo executivo liderado por Carlos Correia.

De acordo com o Secretário-Geral dos renovadores, o “PRS só decide quanto tiver a matéria suficiente e a proposta concreta do PAIGC”. Florentino Mendes Pereira deixou claro que depois dois encontros mantidos com o PAIGC (domingo e segunda-feira), “não há ainda nenhuma proposta da parte dos libertadores”. Facto que vai obrigar a comissão política delegar uma equipe negocial para sentar-se à mesa com PAIGC para definir os moldes em que o PRS deverá fazer parte do executivo de Carlos Correia

Instado a confirmar se terão abordado com Carlos Correia assunto ligado a integrava ou não de dirigentes que estiveram no Governo de Baciro Djá, Mendes esclarece que “isso não nos foi colocado no encontro. Primeiro-ministro falou apenas da situação do PAIGC”.

Neste sentido, lembra que o PRS é um partido independente com seus estatutos próprios para dar respostas aos seus dirigentes em caso das anomalias e consequentemente tomar decisões que entender pertinentes.

Filomeno Sambú – O Democrata

EX-CHEFE DE ESTADO-MAIOR ZAMORA INDUTA CONDUZIDO A PRISÃO MILITAR EM MANSOA



O ex-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, Contra-almirante José Zamora Induta, foi conduzido esta terça-feira, para uma cela no quartel de Mansoa, no centro do país, disse à Lusa o advogado do contra-almirante, José Paulo Semedo.

De acordo com o advogado, Zamora Induta foi levado para a prisão do quartel de Mansoa por ordens do Tribunal Superior Militar mas sem que o próprio causídico tivesse sido notificado dos motivos.

“Confirmo que o contra-almirante foi levado para Mansoa e neste momento já se encontra numa cela naquela unidade militar”, disse à Lusa José Paulo Semedo, que se deslocou ao Tribunal para “perceber o que é que se passa”.

“Segundo a lei e na qualidade do advogado do contra-almirante devia ser informado, notificado de qualquer medida que lhe é imposto, mas nada disso aconteceu”, observou Paulo Semedo.

Para o advogado, Zamora Induta “esteve sequestrado” durante mais de um mês na sua própria residência, uma vez que “esteve sob restrição de movimentos” por ordens do Tribunal Militar que colocou três agentes à porta da sua casa.

“Agora sai de um sequestro e vai para prisão preventiva”, acrescentou José Paulo Semedo.

O contra-almirante voltou ao país, vindo de Lisboa, onde se encontrava a residir desde que fugiu da Guiné-Bissau, na sequência do golpe de Estado de abril de 2012, para a recolha de dados para uma tese de doutoramento que está a preparar.

Antes de regressar ao país, Induta, segundo o seu advogado, comunicou as autoridades políticas e militares dos seus intentos, mas acontece que dias depois foi chamado a depor no Tribunal Militar de Bissau num processo de alegada tentativa de golpe militar ocorrido em outubro de 2012 em que é apontado como um dos líderes.

Das audições Zamora Induta viu-lhe “decretada prisão domiciliária” que o seu advogado considera de sequestro por não constar da lei guineense. A Lusa tentou mas sem sucesso contactar o Tribunal Militar Superior.

Lusa, em O Democrata

Guiné-Bissau. Carlos Correia recebe dossiês de governação das mãos do antecessor



O novo primeiro-ministro (PM) da Guiné-Bissau, Carlos Correia, recebeu hoje do seu antecessor, Domingos Simões Pereira, os dossiês de governação numa cerimónia no Palácio do Governo em Bissau.

Correia prometeu "dar continuidade" ao trabalho feito pelo Governo de Simões Pereira, tarefa que não será fácil, referiu, não só pelos resultados alcançados, mas sobretudo pelo facto de ser um exercício que não estava nos seus planos.

Carlos Correia, de 81 anos, recebeu de Domingos Simões Pereira o Programa do Governo, o Orçamento Geral do Estado e os planos decorrentes da conferência de doadores em que o país recebeu promessas de mil milhões de euros de apoios.

"Não contava que teria, mais uma vez, que assumir funções desse nível, mas também não podia fugir à responsabilidade", referiu Carlos Correia.

O novo PM entende ser necessário manter "a esperança" que "o nosso povo", tem vindo a depositar no Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Correia disse contar com a colaboração de Domingos Simões Pereira e dos seus assessores naquilo que chama de "mais um sacrifício" que irá consentir pelo seu partido e pelo país.

O primeiro-ministro cessante afirmou estar disponível para apoiar o novo PM "no lugar e na qualidade" que aquele entender, tendo enaltecido as qualidades do novo chefe do Governo guineense.

Segundo referiu, Carlos Correia "é a reserva moral" na qual os guineenses se devem rever sempre.

Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC e vencedor das eleições legislativas de 2014, foi demitido a 12 de agosto pelo Presidente da República, José Mário Vaz, também eleito no último ano pelo mesmo partido.

Carlos Correia foi indicado para liderar o Governo na qualidade de vice-presidente do PAIGC.

Lusa, em Notícias ao Minuto

OS PORTUGUESES ELEITORES JÁ SE ESQUECERAM QUE ELE É UM GRANDE ALDRABÃO?






DESTA VEZ NÃO SE ESQUEÇAM. POR NÓS. POR PORTUGAL. CAVACO, PASSOS E PORTAS NÃO SÃO DE FIAR. 

TEMOS DE OS PÔR A ANDAR!

NESTE EXEMPLO DE VÍDEO DESTACAM-SE 3 GROSSAS MENTIRAS, MAS TODOS SABEMOS QUE PASSOS, QUASE SEMPRE QUE FALA, É RARO NÃO MENTIR AO PAÍS. PAULO PORTAS VAI PELO MESMO CAMINHO. ATÉ CAVACO FOI CONTAGIADO.

TEMOS DE OS PÔR A ANDAR!

A “DESEUROPEIZAÇÃO”



Rui Peralta, Port Louis

Milhares de imigrantes atravessam uma Europa que carece de conceitos unitários, formada por governos nacionais que não chegam a acordo. Uma Europa que não é Europa, mas uma manta de retalhos, composta por Estados nacionais que não se mostram dispostas a ceder Poder às instituições europeias (será que existem?).

O centro do Poder da U.E. é o Conselho Europeu, uma entidade formada por Estados nacionais da Europa, onde se reúnem ministros, primeiros-ministros, chanceleres, chefes de Estado e outras figuras das nomenclaturas do Estado-Nação. De fora ficam a Comissão Europeia, o outro órgão executivo. O Poder Legislativo Europeu, o Parlamento Europeu, é uma instituição de meio-termo, entre as posições das burocracias nacionais que lideram os dois principais partidos europeus e que dominam a grande maioria do espectro parlamentar e os anseios europeus. De vez em quando o Poder Legislativo Europeu emana a frescura europeia, outras vezes exala o bafo pestilento das burocracias nacionais e das respectivas burguesias, que agarram-se com unhas e dentes aos cabelos das pátrias, porque sentem-se inseguras se perderem as pátrias de origem que lhes atura a pedinchice e as coligações com os Estados e tornarem-se dinamicamente europeias, sem viverem á conta das negociatas dos governos nacionais.

Os imigrantes, refugiados de guerra e refugiados económicos, atravessam a Europa Ocidental, que não conhece guerra já lá vão 70 anos e que converteu-se numa região de relativo bem-estar (para eles, deserdados do mundo, a Europa é uma zona de incomparável bem-estar, uma utopia do bem viver), mas que não conseguiu criar efectivas políticas europeias, objectivos europeus, cidadãos europeus. Uma U.E. que poderia ter evitado as hordas de refugiados e imigrantes, fugidos á guerra, á fome e á falta de perspectiva de vida nos seus respectivos países se assistisse aos campos de refugiados na Jordânia, Líbano e Turquia, criando escolas paras as crianças, preocupando-se com a alimentação e efectuando uma política de actividade e emprego através das estruturas do ACNUR, abrindo as portas de contratação ao sector privado e apoiando projectos cooperativos e empreendedores dos refugiados. Uma Europa que não conseguiu abandonar as políticas neocolónias para África, que se associou às elites africanas que vendem os seus a quem quer que seja e que compactuou com as políticas da fome e da miséria em nome do desenvolvimento, que criaram uma África ultraperiférica.

Esta é a morte de Schengen, algo que estes imigrantes africanos e que os refugiados económicos da Somália e os refugiados de guerra da Síria poderão contar aos netos, que chegaram no fim de uma Europa sem fronteiras. Muito provavelmente ainda se recordarão da Europa democrática dos valores liberais e dos Direitos do Homem e talvez possam transmitir essas memórias aos netos.

Muito provavelmente, os netos, reduzidos a uma vida em campos de concentração, acharão que isso são alucinações dos mais velhos….

Port Louis, Maurícias, 2015, Setembro

97% das pessoas que chegam à Grécia têm direito ao status de refugiado, diz ONU



Opera Mundi, São Paulo

Acnur critica atitude de países europeus de endurecimento de leis contra refugiados, como ocorre na Hungria, e recorda que "solicitar asilo não é um crime"

O Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) declarou nesta terça-feira (22/09) que 97% das pessoas que chegaram à Grécia vêm de países em conflito e, por isso, têm status de refugiado e direito ao asilo. Segundo o Acnur, 477.906 pessoas chegaram à Europa este ano via Mar Mediterrâneo, já que grande parte das fronteiras terrestres está fechada. Dessas, mais de 175 mil têm origem síria; 50 mil, afegã; e quase 10 mil, iraquiana.

"A maioria das pessoas que está chegando às portas da Europa é solicitante de asilo genuíno e tem direito a proteção internacional para serem chamados de refugiados", explicou Melissa Fleming, porta-voz da agência.

"As pessoas que vêm desses países são consideradas refugiadas porque fogem de um conflito. Não entendo porquê durante quatro anos chamamos os sírios que chegaram à Jordânia, ao Líbano ou à Turquia na condição de refugiados, mas no momento em que chegam à Europa não são mais", acrescenta Fleming.

Além disso, a agência da ONU criticou a proposta da União Europeia de encontrar lugar para apenas 120 mil pessoas, reportou a Reuters. Para o órgão, tal medida "não será suficiente para estabilizar a situação neste estágio da crise".

"A União Europeia deve demonstrar se é verdadeiramente uma união, com uma política comum, ou só um conjunto de países que atuam individualmente", afirmou a porta-voz. A declaração vem horas antes de um encontro previsto nesta tarde entre ministros do Interior do bloco, com intuito de chegar a uma solução à crise humanitária.

Fleming ainda pediu à União Europeia a criação de centros de assistência e registro na Grécia para poder tratar os solicitantes de asilo como devem ser tratados "e para que o programa de realocação funcione como deve".

Questionada sobre o endurecimento de leis contra refugiados na Hungria, a porta-voz limitou-se a lembrar "que solicitar asilo não é um crime", segundo a Agência Efe.

Grécia: o país que mais recebe refugiados

Apesar da crise econômica e da turbulência política, a Grécia é o país que mais recebe refugiados na Europa, de acordo com o Acnur. Dados da agência apontam que o país liderado pelo primeiro-ministro, Alexis Tsipras, recebeu mais solicitantes de asilo em julho (50.242 pessoas) do que durante o ano passado inteiro (43.500 pessoas).

Em agosto, Tsipras disse que a infraestrutura da nação helênica não consegue suportar milhares de imigrantes desembarcando. "Agora é hora de ver se a União Europeia é a União Europeia da solidariedade ou é a União Europeia que tem todos tentando proteger suas fronteiras", declarou. Mesmo nesse panorama e apesar dos perigos da travessia pelo mar Mediterrâneo, a Grécia ainda é vista como uma boa opção — ou, pelo menos, uma boa porta de entrada, para o continente europeu.

Na foto: Refugiados, entre eles, um pai que perdeu seu filho, aguardam trâmites após serem resgatados na costa de Mytilini, na ilha grega de Lesbos - Efe

Breno Altman: Política dos EUA na questão palestina mantém “apartheid sionista” de Israel



Sputnik, Brasil – em Opera Mundi

Em entrevista, diretor editorial de Opera Mundi fala sobre mal-estar do governo diante da possível nomeação de Dani Dayan para o cargo de embaixador de Israel em Brasília

No último domingo (20/09), a Presidenta Dilma Rousseff notificou o governo de Israel sobre seu mal-estar em relação à possível nomeação de Dani Dayan como novo embaixador em Brasília. O designado vive num assentamento judaico na Cisjordânia, território que o Brasil reconhece como palestino, e foi dirigente da principal organização dos colonos israelenses.

Neste sentido, a nomeação de Dayan foi criticada por mais de 40 organizações brasileiras, além de deputados e setores moderados da sociedade israelense, pela forte resistência que o ex-dirigente dos colonos traria para a questão da criação do Estado Palestino, bandeira abertamente apoiada pelo Brasil.

Breno Altman, jornalista e diretor editorial do site Opera Mundi, falou com exclusividade àSputnik sobre o episódio, a posição do governo brasileiro diante da questão palestina e a influência do lobby sionista de Israel na política externa norte-americana.

A seguir, a entrevista na íntegra.

Sputnik: Por que esse mal-estar do governo brasileiro em relação à possível nomeação de Dani Dayan, e qual será o impacto disso nas relações entre Brasil e Israel?

Breno Altman: São dois os motivos do mal-estar. O primeiro, de mérito: ao indicar um conhecido líder dos territórios ocupados para uma posição na diplomacia de Israel — ainda mais num país cujo governo tem posições claramente favoráveis ao Estado da Palestina, e que, portanto, luta contra a ocupação desses territórios —, há aí uma ação de provocação com o governo brasileiro. Ou seja, é evidentemente uma ação de conflito com as posições conhecidas do Brasil nesse tema.

Há também um problema de forma: o governo de Israel, ao invés de fazer tramitar pelos canais diplomáticos a indicação do embaixador, para que então pudesse ser decidida a concessão da carta diplomática pela Presidente Dilma Rousseff, o governo de Israel primeiro plantou a informação, transformou num fato público, sem ter tido sequer o cuidado de indicar formalmente Dani Dayan para a posição de embaixador, ou seja, de indicar através dos canais diplomáticos regulares, conforme determinam as convenções internacionais.

S: Qual é sua perspectiva para a eventual criação de fato do Estado palestino?
     
BA: Isso é um processo longo, que no fundo tem que vencer a resistência de uma poderosa aliança entre Israel e o lobby sionista nos EUA. Israel, efetivamente, não deseja a criação do Estado palestino e busca prorrogar essa decisão o máximo possível.

Particularmente o governo atual da direita israelense, capitaneado por Benjamin Netanyahu, deseja uma solução política de anexação, ou seja, anexar os territórios ocupados, propondo soluções em relação ao Estado palestino que são falsas, que jamais poderiam ser aceitas pelos palestinos. Ele propõe, no fundo, que se continue o processo de colonização nos territórios ocupados; ele retira cada vez mais terras dos palestinos; ele impede o acesso dos palestinos a redes fluentes de transportes e comunicações; controla parte das importantíssimas fontes de água.

Na verdade, Israel deseja manter os palestinos e os territórios palestinos anexados formal ou informalmente à governança israelense. Então esse é um processo duro, complicado, no qual a comunidade internacional dá passos lentos. Alguns países já reconhecem o Estado palestino como uma instituição oficial no seio das Nações Unidas, outros se unem a políticas de boicote contra a importação de produtos fabricados nesses territórios ocupados, mas a gente ainda não vê um movimento de envergadura suficiente para dobrar a resistência do Estado de Israel e do seu principal aliado, que é o governo norte-americano. Nós não temos ainda, por exemplo, um movimento como foi o movimento contra o apartheid, na África do Sul, como existiu nos anos 1980 e 1990, e que obrigou efetivamente, isto é, ajudou a desmontar de fora para dentro (além da resistência que havia na própria África do Sul) o sistema do apartheid.

S: Quais são os cenários possíveis para essa situação depois das eleições presidenciais norte-americanas?

BA: O lobby sionista em Israel tem influência sobre os dois grandes partidos – tanto sobre os republicanos quanto sobre os democratas. Vários importantes grupos sionistas vinculados ao Estado de Israel são financiadores importantes das campanhas de ambos os partidos. Agora, efetivamente, haverá ali – na disputa literal, independente de quem sejam os candidatos democratas e republicanos –, um conflito sobre a política do Oriente Médio. Não haverá alterações radicais se vencer um ou outro, mas há, efetivamente, diferenças e graduações.

Se vencerem as pré-candidaturas principais do Partido Republicano, como Donald Trump e Jeb Bush, se eles vierem a ser candidatos e um dos dois eventualmente vier a ser eleito presidente dos EUA, a política de aliança em relação a Israel vai se intensificar. Provavelmente o acordo que foi estabelecido com o Irã acerca da agenda nuclear pode ser rompido, e o governo dos EUA vai reforçar seu apoio à política da ultradireita sionista. Se vence uma candidatura como a de Hillary Clinton — e mais ainda se houver uma grande surpresa entre os democratas com a vitória do candidato mais à esquerda deles, o Bernie Sanders —, o que vai acontecer é um distanciamento em relação à ultradireita israelense e, portanto, maiores possibilidades de um acordo que permita finalmente o surgimento de um Estado palestino independente e viável. A eleição norte-americana é um terreno de disputa fundamental para o futuro da questão palestina. Não porque haja, repito, diferenças radicais sobre o tema entre republicanos e democratas, mas porque a diferença de gradação na aproximação com Israel de um ou de outro terá consequências sobre a resolução da questão palestina.

Na foto - Dani Dayan, ao centro: Brasília não recebeu 'agrément' - Efe

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MENTIRAS ACERCA DO COLAPSO ECONÓMICO EM CURSO



Brandon Smith

É inegável: o colapso final precipita-se sobre nós , tal como economistas alternativos estiveram a advertir-nos desde a implosão inicial de 2008. Nestes anos desde o desastre dos derivativo, foiinfindável a absurda e ridícula propaganda publicada pelos media financeiros de referência e à medida que a situação nos mercados piora, a propaganda só aumentará. Para muitos, isto pode parecer contra-intuitivo. Poder-se-ia pensar que quanto mais óbvio se torna o colapso económico, mais os analistas alternativos estarão justificados e mais desperta e consciente estará a pessoa média. Não necessariamente...

De facto, a máquina estonteante dos media de referência está a entrar em alta velocidade à medida em que mais dados negativos são revelados e absorvidos pelos mercados. Se conhece a nossa história, então sabe que isto é uma táctica comum da elite do establishment a fim de amarrar o público a falsas esperanças de modo a que não se prepare nem tome medidas alternativas enquanto o sistema desmorona em torno de si. No início da Grande Depressão foram utilizadas as mesmas estratégias. Verifique se tem ouvido citações semelhantes a estas nos noticiários dos media de referência durante os últimos dois meses:

John Maynard Keynes in 1927: "Não teremos mais crashes no nosso tempo".

H.H. Simmons, presidente da Bolsa de Valores de Nova York, 12/Jan/1928: "Não posso ajudar senão lançando um voz de discordância a declarações de que estamos a viver num paraíso de loucos e que a prosperidade neste país deve necessariamente diminuir e recuar no futuro próximo".

Irving Fisher, principal economista dos EUA, The New York Times, 05/Set/1929: "Pode haver uma recessão nos preços das acções, mas não qualquer coisa com a natureza de um crash". E em 17/Set/1929: "Os preços das acções atingiram o que parece um patamar permanentemente alto. Não sinto que possa haver uma quebra de 50 ou 60 pontos dos níveis actuais, tais como (os ursos) previram. Espero ver o mercado de acções em boa forma e mais elevado dentro de poucos meses".

W. McNeel, analista de mercado, citado no New York Herald Tribune, 30/Out/1929: "Este é o momento para comprar acções. Este é o momento para recordar as palavras do falecido J. P. Morgan... de que qualquer homem for pessimista (bearish) na América irá falir. Dentro de poucos dias é provável que haja um pânico urso ao invés de um pânico touro. Muitos dos baixos preços resultantes desta venda histérica provavelmente não serão alcançados outra vez em muitos anos".

Harvard Economic Society, 10/Nov/1929: "... uma depressão séria parece improvável; [esperamos] recuperação dos negócios na próxima Primavera, com nova melhoria no fim".


Eis a questão: como SEMPRE disse, o colapso económico não é um evento singular, é um processo. A economia global tem estado no processo de colapso desde 2008 e nunca abandonou esse caminho. Aqueles que eram ignorantes aceitaram estatísticas do governo pelo seu valor facial e o manipulado mercado touro como legítimo, recusando-se a reconhecer o fundamental. Agora, com mercados a sofrerem recentemente uma das maiores quedas livres desde o crash de 2008/2009, eles estão a verificar a loucura das suas suposições, mas isso não significa de modo algum que as aceitarão ou que se desculparão por elas. Se há uma lição que aprendi bem durante meu tempo no Liberty Movemente, é nunca subestimar o poder do preconceito da normalidade (normalcy bias).

Houve uma plétora de "dias altos" nos mercados durante a Grande Depressão e para uma grande percentagem da população americana isto manteve vivo e durante longos anos o sonho falso de uma recuperação rápida. Aguarde numerosas "atordoante reversões nas acções" à medida que o colapso da nossa era avança, mas recorde sempre que a TENDÊNCIA GERAL importa muito mais do que qualquer dia positivo ou negativo de transacções (a menos que se depare com uma queda de 1000 pontos como tivemos na segunda-feira, 24/Agosto/2015) e, ainda mais importante do que tendências, são os fundamentos económicos.

O establishment fez todos os esforços para ocultar os fundamentos do público através de distorções de grande alcance das estatísticas económicas. Contudo, os dias da desinformação eficaz em termos do sistema financeiro estão a chegar ao fim. Quando investidores e o público geral começa a absorver a realidade de que a economia global está na verdade a testemunhar um vasto cenário de crise e reconhece que os números reais são fraudulentos, este é o único recurso que banqueiros centrais e governos controlam a fim de convencer o público de que a crise que testemunha não é realmente uma crise. Isto equivale a dizer que o establishment tentará marginalizar os sinais de colapso que já não puder ocultar, como se tais sinais fossem de importância "mínima".

Tal como ocorreu durante o início da Grande Depressão, haverá legiões de mentiras à medida que nos aproximamos da hora zero. Aqui estão algumas das mentiras que provavelmente ouvirá com o acelerar do colapso:

A crise foi provocada pelo contágio chinês 

A hipocrisia intrínseca a esta mentira é verdadeiramente espantosa, para dizer o mínimo, considerando que ela está agora a ser propalada pelos mesmos sacos de lixo dos media de referência, os quais apenas há poucos meses afirmavam que a perturbação financeira da China e os transtornos no seu mercado de acções eram inconsequentes e teriam "pouco ou nenhum efeito" sobre mercados ocidentais.

Recordo especificamente estas citações hilariantes de Barbara Rockefeller no mês de Julho:
"Outra coisa que não importa muito é o colapso das acções chinesas – mais uma vez. A China pode ser grande e poderosa, mas falta-lhe uma base de retalho e administradores de fundos experientes em variações de preços, não faz mal uma derrota verdadeira..."

"Gente do tipo "dia do juízo final" tem estado a dizer durante há muito que ficaremos com um mercado de acções destroçado quando o Fed finalmente fizer o movimento de subir as taxas. Mas como escrevemos na semana passada, a histórica não prova esta tese, não se pode realmente confiar na história quando a dimensão da amostra é um ou dois conjuntos de dados..."

Sim, isto é um bocado embaraçoso. Um ou dois conjuntos de dados? Houve muitas intervenções do banco central na história. Quando é que QUALQUER banco central ou qualquer governo alguma vez utilizou estímulos para manipular mercados através de infusões de moeda fiduciária e o juro zero alimentou recompras de acções ou deu ao governo poder para monetizar a sua própria dívida e realmente teve êxito com este esforço? Quando é que mercados viciados em estímulos, tal como um comprador de heroína, alguma vez levou a uma "recuperação"? Quando é que esta espécie de comportamento alguma vez NÃO criou bolhas orçamentais maciças, uma constante degradação da sociedade hospedeira [do parasita] ou calamidade total?

Subitamente, segundo a MSM, a economia da China não nos afecta. Não só isso, como a China é culpável por todos os males globais da estrutura económica interdependente. E a simples menção de que o Fed pode adiar o fim das taxas de juro quase zero no mês de Setembro recentemente fez subir os mercados em 600 pontos após uma semana de banho de sangue. Significa isso que o potencial para qualquer aumento da taxa de juro, não importa quão pequeno, também tem implicações mais vastas para os mercados.

A verdade é que crash nas acções globais, o qual sem dúvida continuará ao longo dos próximos meses apesar de quaisquer adiamentos da ZIRP por parte do Fed é um resultado da decadência universal na infraestrutura orçamental. Praticamente toda nação individual neste planeta, toda economia soberana, permitiu que bancos centrais e internacionais envenenassem todos os aspectos dos seus respectivos sistemas com dívida e manipulação. Isto não é um problema de "contágio", é um problema sistémico de todas as economias por todo o mundo.

O crash da China tem importância não porque esteja a levar todas as outras economias ao crash. Ele tem importância porque a China é o maior importador/exportador do mundo e é um teste ácido para a saúde financeira de todos os outros países. Se a China está em queda, isto significa que não estamos a consumir e, se não estamos a consumir, então devemos estar falidos. O crash da China anuncia as nossas próprias condições económicas muito piores. É PORQUE os mercados ocidentais estão em desintegração juntamente com o da China, apesar das presunções dos media de referência.

Cortes de taxa da China travarão o crash 

Não, não travarão. A China cortou taxas cinco vezes desde Novembro último e isto nada fez para deter a maré do seu colapso do mercado. Não estou certo da razão porque alguém pensaria que um novo corte de taxa conseguiria algo mais do que talvez um alívio da continuação da avalanche.

Não é um crash, é apenas o fim de um "Ciclo de Mercado" 

Esta é a mais ignorante das não explicações que já ouvi. Não existe tal coisa como um "ciclo de mercado" quando os mercados são suportados parcial ou totalmente por manipulação de moeda fiduciária. O nosso mercado não é de modo algum um mercado livre, portanto ele não pode comportar-se como um mercado livre e, assim, ele é um mercado atrofiado sem ciclos identificáveis.

Oscilações em mercados de até 5%-6% para cima ou para baixo (por vezes ambos no mesmo dia) não fazem parte de um ciclo normal. Elas são um sinal de uma volatilidade cancerosa que decorre de uma economia à beira do desastre.

Nos últimos anos houve aparentemente infindáveis euforias de mercado nos quais qualquer correctores idiotas não podiam errar desde que comprassem enquanto decorria a intervenção monetária do Fed. Isto também não é normal, mesmo na chamada "nova normal". Sim, a actual perturbação com as acções é um resultado inevitável de mercados manipulados, estatísticas falsas e esperanças deslocadas, mas é na verdade um crash tangível em formação. Não é de modo algum exemplo de um não ameaçador e previsível "ciclo de mercado" e o facto de que a conversa pretensiosa dos media de referência e das pessoas a quem eles palram não dê absolutamente nenhuma pista do que está para vir é apenas uma nova evidência disto.

O Fed nunca elevará as taxas 

Não conte com isso. Declarações pública de entidades globais como o FMI, sobre a China por exemplo, têm argumentado que sua crise actual é simplesmente parte da "nova normal", um futuro no qual crescimento estagnado e padrões de vida reduzidos é o modo como as coisas serão. Espero que o Fed irá utilizar o mesmo exacto argumento para apoiar o fim das taxas de juro zero nos EUA, afirmando que o declínio da riqueza e dos padrões de vida americanos é uma componente natural da nova ordem económica mundial em que estamos a entrar.

Esteja certo, marque minhas palavras, que dentro em breve o Fed, o FMI, o BIS e outros tentarão convencer o povo americano de que a erosão da economia e a perda do status de reserva mundial é realmente uma "coisa boa". Eles afirmarão que um dólar forte é a causa de todo o nosso sofrimento económico e que é necessária uma perda de valor. Enquanto isso, naturalmente, eles minimizarão as tragédias que resultarão quando a mudança rumo à desvalorização do dólar se abater sobre as cabeças do populacho.

Uma alta da taxa pode não se verificar em Setembro. De facto, como previ no meu último artigo , o Fed já está a dar pistas de um atraso a fim de promover os mercados, ou pelo menos reduzir a actual carnificina a um nível mais administrável. Contudo, eles ELEVARÃO as taxas no futuro próximo, provavelmente antes do fim deste ano após algumas reuniões em alta tensão nas quais o mundo financeiro estará sentado à espera ansiosamente da palavra do alto. Por que elevaria taxas? Algumas pessoas não apreendem o facto simples de que a tarefa do Federal Reserve é destruir o sistema económico americano, não protegê-lo. Uma vez que se entende esta dinâmica, então tudo o que faz o banco central faz perfeito sentido.

Um aumento de taxa ocorrerá exactamente porque é o que é necessário para mais uma vez desestabilizar a psicologia do mercado estado-unidense a fim de abrir caminho para o "grande recomeço económico" que o FMI e Christine Lagarde estão tão ansiosos por promover. Além disto, muitas pessoas parecem estar esquecidas de que o ZIRP ainda está a operar, mas que a volatilidade de qualquer forma tem tendência negativa. Lembram-se de quando todos estavam prontos a ganhar seus chapéus "Dow 20.000", certos da omnipotência dos estímulos do banco central e da infinitude do QE? Sim, aquilo era claramente uma fantasia.

O ZIRP esgotou-se. Ele já não está mais a alimentar os mercados como antes e os fundamentos são demasiado óbvios para serem negados.

Os globalistas no Bank for International Settlements na Primavers consideraram abertamente a existência de políticas de baixas taxas de juro um disparador potencial para a crise . Suas declarações relacionam-se com a tendência do BIS para "prever" terríveis eventos de mercados que eles ajudaram a criar enquanto, ao mesmo tempo, deturpam as razões que estão por trás.

O ponto fundamental é que o ZIRP já fez a tarefa a que se destinava. Já não há mais qualquer razão para o Fed deixá-lo em vigor.

Esteja preparado para o QE4 

Mais uma vez, não confie nele. Ou, no mínimo, não espere que um QE renovado tenha qualquer efeito duradouro sobre o mercado se for iniciado.

Não há realmente sentido em apontar para o lançamento de um quarto programa QE, excepto ficar à espera de que o Fed de vez em quando instile esta possibilidade no media para enganar investidores. Primeiro, o Fed sabe que seria uma admissão aberta de que os últimos três QEs foram um fracasso absoluto e, apesar de a sua tarefa ser desmantelar a economia estado-unidense, não penso que procurem assumir culpa imediata por toda a confusão. O QE4 seria tão desastroso quanto o último programa de estímulo do BCE foi para a Europa, sem mencionar as últimas várias acções de estímulo do PBOC [Popular Bank of China]. Direi isto mais uma vez – estímulos com moeda fiduciária têm uma vida útil limitada e essa vida útil está ultrapassada para todo o globo. Os dias de mercados suportados artificialmente estão quase acabados e nunca voltarão.

Vejo pouca vantagem para o Fed em trazer o QE4 para o quadro. Se o objectivo é descarrilar o dólar, essa actuação já está a caminho quando o FMI cuidadosamente estabelece o cenário para a entrada do Yuan no cabaz global de divisas do DES [Direitos Especiais de Saque] no próximo ano, ameaçando o status do dólar como reservas mundial. A China também continua a despejar centenas de milhares de milhões em Títulos do Tesouro (treasuries) dos EUA levando a uma corrida para um despejo dos mesmos por parte de outros países. O dólar como divisa é um morto ambulante e o Fed nem mesmo terá de imprimir no estilo da Alemanha de Weimar a fim de matá-lo.

Não é tão mau quanto parece 

Sim, é exactamente tão mau quanto parece se não pior. Quando o Dow pode abrir 1000 pontos abaixo na segunda-feira e a China pode perder todos os seus ganhos de 2015 no intervalo de algumas semanas apesar de medidas de estímulo institucionalizado que perduram há anos, então alguma coisa está muito errada. Isto não é um "soluço". Isto não é uma correcção que já atingiu o fundo. Isto é só o começo do fim.

As acções não são um indicador previsional. Elas não seguem os fundamentos positivos ou negativos. As acções não entram em crash antes ou durante o desenvolvimento de uma economia enferma. As acções entram em crash depois de a economia já ter entrado em coma. As acções entram em crash quando o sistema já não tem salvação. Desde 2008, nada na estrutura da finança global foi salva e agora o edifício da banca central está ou incapaz ou não desejoso (acredito que ambos) de fornecer as ferramentas que nos permitam mesmo pretender que pode ser salvo.Vamos sentir o estrago agora, enquanto o establishment nos diz que tudo isso está dentro das nossas cabeças. 

28/Agosto/2015

O original encontra-se em www.alt-market.com/...   e em www.zerohedge.com/...

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ 

Portugal. Poupança das famílias cai para 5% do rendimento disponível em Junho - INE



A taxa de poupança das famílias diminuiu para os 5% no ano terminado em junho, abaixo dos 5,8% em que este indicador tinha ficado nos 12 meses concluídos no trimestre anterior, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com as Contas Nacionais Trimestrais por Setor Institucional, hoje divulgadas pelo INE, a taxa de poupança das famílias equivalia a 5% do rendimento disponível no final do segundo trimestre de 2015, um valor que compara com uma taxa de poupança de 5,8% no final do trimestre anterior.

A capacidade de financiamento das famílias diminuiu para os 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano acabado no segundo trimestre de 2015, ficando abaixo dos 2,7% verificados no trimestre anterior.

Para este resultado "contribuiu sobretudo a redução da poupança corrente", que decorre do facto de a despesa de consumo final (+1%) ter crescido mais do que o rendimento disponível (+0,1%).

Segundo o INE, "o crescimento reduzido do rendimento disponível" das famílias deve-se ao "efeito conjugado da diminuição dos rendimentos de propriedade recebidos e do aumento das contribuições sociais pagas, que compensaram o crescimento das remunerações recebidas".

No setor das sociedades não financeiras, a capacidade de financiamento fixou-se nos 0,5% do PIB no ano terminado no final de junho, menos 0,6 pontos percentuais do que no trimestre anterior.

Este desempenho "refletiu sobretudo a diminuição das transferências de capital recebidas e o aumento das remunerações pagas", de acordo com o INE.

Já o setor das sociedades financeiras apresentou, no ano terminado no segundo trimestre, uma capacidade de financiamento de 5,1% do PIB, ligeiramente abaixo dos 5,2% registados nos 12 meses concluídos no trimestre anterior.

Lusa, em Dinheiro Vivo

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