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Álvaro Sobrinho |
O
procurador do Ministério Público, Orlando Figueira, foi detido no âmbito de uma
investigação por suspeitas de corrupção. Em causa ligações do magistrado ao
angolano Álvaro Sobrinho.
De
acordo com o que o JN conseguiu apurar, em causa estão as ligações de Orlando
Oliveira a Álvaro Sobrinho que foi investigado, há cerca de cinco anos, por
branqueamento de capitais e associação criminosa, no âmbito do caso BES Angola.
O
magistrado, atualmente em gozo de licença sem vencimento, é suspeito de, na
altura, se ter propositadamente desleixado no processo que envolvia Álvaro
Sobrinho. As autoridades estão a verificar se Orlando Oliveira recebeu luvas
para arquivar processos envolvendo altas figuras da economia e polícia
angolana.
Em
comunicado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirma a detenção de um
suspeito na sequência de buscas a domicílios mas também a escritórios de
advogados e a instituições bancárias.
A
PGR sublinhou que na operação, denominada "Fizz", participaram 11
procuradores da República, oito juízes e 60 inspetores da Polícia Judiciária.
"Na sequência destas diligências foi efetuada uma detenção. O detido será
presente ao juiz de instrução criminal para primeiro interrogatório
judicial".
Os
factos em investigação, refere a PGR, "indiciam suspeitas da prática dos
crimes de corrupção passiva na forma agravada, corrupção ativa na forma
agravada, branqueamento e falsidade informática".
Sem
nunca citar o nome de Orlando Figueira, a Procuradoria refere estarem em causa
"o recebimento de contrapartidas por parte de um magistrado do Ministério
Público com a finalidade de favorecer interesses de suspeito, em inquérito cuja
investigação dirigia".
O
ex-magistrado terá recebido milhares de euros enquanto exercia funções no
Departamento Central de Investigação e Ação Penal e, de acordo com o
"Diário de Notícias", Orlando Figueira foi titular de vários
processos relacionados com políticos angolanos.
A
operação da Unidade Nacional Contra a Corrupção (UNCC) foi preparada em
rigoroso sigilo no último ano e acompanhada de perto por Amadeu Guerra, atual
diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP),
acrescenta o "Diário de Notícias".
Orlando
Figueira trabalhou até setembro de 2012 no DCIAP, tendo deixado a magistratura
do Ministério Público para se mudar para o BCP. Mais recentemente, entrou para
a sociedade de advogados BAS.
De
acordo com o sitio daquela sociedade, Orlando Figueira esteve no DCIAP entre
2008 e 2012 e "especializou-se na área da criminalidade
económico-financeira (fraude fiscal, branqueamento de capitais, crimes
cometidos por funcionários no exercício de funções públicas, nomeadamente
corrupção, peculato, participação económica em negócio; prevaricação bem como
tráfico de influência e administração danosa)".
Reis
Pinto – Jornal de Notícias
Em
Atualização
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