O
presumível genocida ruandês Ladislas Ntaganzwa, detido por Kinshasa em
dezembro, foi entregue hoje pelas autoridades da República Democrática do Congo
(RDC) ao Tribunal Penal Internacional das Nações Unidas no aeroporto de Ndjili,
constatou um jornalista da AFP.
"Ladislas
Ntaganzwa, acusado de ter participado no genocídio do Ruanda, está nas nossas
mãos desde dezembro de 2015. Nós decidimos entregá-lo ao Mecanismo para os
Tribunais Penais Internacionais da ONU", disse à imprensa o ministro
congolês da Justiça, Alexis Thambwe Mwamba, depois de o suspeito ter sido transferido
para a custódia da ONU no aeroporto de Kinshasa.
Ntaganzwa
embarcou, posteriormente, num avião das Nações Unidas, cujo destino não foi
divulgado.
Ladislas
Ntaganzwa, detido em dezembro em Rutshuru, no leste da RDC, é um dos nove
suspeitos genocidas ruandeses mais procurados pelo TPIR, sendo acusado de ter
tido um papel instrumental na mobilização dos hútus extremistas, incitando
direta e publicamente ao massacre, de distribuição de armas, de dirigir e
participar diretamente em assassínios e de cometer crimes contra a Humanidade.
"Não
estamos num quadro bilateral com o Ruanda, mas nós executamos uma decisão do
Conselho de Segurança das Nações Unidas", acrescentou o ministro.
No
genocídio do Ruanda, entre abril e julho de 1994, extremistas da etnia hútu
assassinaram indiscriminadamente cerca de 800.000 membros da etnia minoritária
tutsi e hútus moderados, segundo estimativas da ONU.
Em
novembro de 1994, o Conselho de Segurança da ONU criou o Tribunal Penal
Internacional para o Ruanda (TPIR) para julgar os responsáveis pelo massacre
.
RCS
// MSF - Lusa
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