domingo, 20 de março de 2016

Ladislas Ntaganzwa. Kinshasa entrega à ONU um dos principais suspeitos do genocídio do Ruanda



O presumível genocida ruandês Ladislas Ntaganzwa, detido por Kinshasa em dezembro, foi entregue hoje pelas autoridades da República Democrática do Congo (RDC) ao Tribunal Penal Internacional das Nações Unidas no aeroporto de Ndjili, constatou um jornalista da AFP.

"Ladislas Ntaganzwa, acusado de ter participado no genocídio do Ruanda, está nas nossas mãos desde dezembro de 2015. Nós decidimos entregá-lo ao Mecanismo para os Tribunais Penais Internacionais da ONU", disse à imprensa o ministro congolês da Justiça, Alexis Thambwe Mwamba, depois de o suspeito ter sido transferido para a custódia da ONU no aeroporto de Kinshasa.

Ntaganzwa embarcou, posteriormente, num avião das Nações Unidas, cujo destino não foi divulgado.

Ladislas Ntaganzwa, detido em dezembro em Rutshuru, no leste da RDC, é um dos nove suspeitos genocidas ruandeses mais procurados pelo TPIR, sendo acusado de ter tido um papel instrumental na mobilização dos hútus extremistas, incitando direta e publicamente ao massacre, de distribuição de armas, de dirigir e participar diretamente em assassínios e de cometer crimes contra a Humanidade.

"Não estamos num quadro bilateral com o Ruanda, mas nós executamos uma decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas", acrescentou o ministro.

No genocídio do Ruanda, entre abril e julho de 1994, extremistas da etnia hútu assassinaram indiscriminadamente cerca de 800.000 membros da etnia minoritária tutsi e hútus moderados, segundo estimativas da ONU.

Em novembro de 1994, o Conselho de Segurança da ONU criou o Tribunal Penal Internacional para o Ruanda (TPIR) para julgar os responsáveis pelo massacre
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RCS // MSF - Lusa

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