quarta-feira, 16 de março de 2016

Portugal. OE2016: Bloco acusa PSD de ser "absolutamente inútil ao país"


A deputada bloquista Mariana Mortágua afirmou hoje que o orçamento que o BE vai aprovar, apesar de insuficiente, foi melhorado pelo parlamento, sendo "o mais escrutinado, debatido e negociado", acusando o PSD de ser "absolutamente inútil ao país".

Na intervenção antes da votação final global o Orçamento de Estado para 2016 (OE2016), Mariana Mortágua afirmou que "o orçamento que hoje será aprovado com o voto do Bloco de Esquerda teve um rascunho inicial e muitas propostas de alteração" e "foi piorado pela Comissão Europeia e melhorado, depois, pela Assembleia da República".

"Sabendo das dificuldades deste Orçamento - pela parte do Bloco, nunca escondemos as suas insuficiências - há duas coisas que ninguém pode negar: em primeiro lugar, este foi o orçamento mais escrutinado, mais debatido e negociado, da nossa história recente", disse, enfatizando ainda que pela "primeira vez, em cinco anos, que a Assembleia da República aprovará um orçamento totalmente em acordo e respeito pela Constituição".

Na opinião da deputada do BE, "neste processo orçamental o PSD não provou apenas ser absolutamente inútil ao país", mas "ficou claro que só tem agressividade onde lhe falta razão, que despreza a obrigação de representar os seus eleitores e acha que a política só vale uma pirraça".

"Estas escolhas implicam por isso os debates mais difíceis sobre o que fazer com este sistema financeiro, disputado por Espanha e Angola, e como garantir a sustentabilidade da dívida. Os grupos de trabalho acordados entre o Bloco e o Partido Socialista permitirão, num prazo de seis meses, avançar nas respostas sobre estes temas essenciais", adiantou ainda.

A deputada bloquista voltou a atirar à direita: "enquanto juravam pelo país, Passos Coelho e Paulo Portas contentavam-se com a pior relação diplomática com Bruxelas e Berlim: a submissão obediente, sem perguntas ou discussões".

Reiterando que o orçamento que hoje vai ser aprovado "repõe a normalidade constitucional", Mariana Mortágua considera que "a aversão que a direita lhe tem mostra bem a forma como se radicalizou".

"A questão que se impõe é: que contas prestará o PSD ao país? Como conseguirá explicar que, por pura birra, votou contra a majoração do subsídio de desemprego, contra o aumento do abono de família ou do complemento solidário para idosos", questionou ainda.

A parlamentar bloquista deixou um agradecimento ao ex-primeiro-ministro Passos Coelho: "o vosso sucesso ao demonstrarem que só pensam nos lugares que perderam quando vos faltaram os votos poupa-nos muito trabalho. Ao povo deste país basta-nos dizer, vejam e ouçam a direita, é ao que está reduzida a glória da austeridade".

Destacando que o debate no parlamento cumpriu o seu papel, uma vez que o "documento voltou a melhorar", o BE orgulha-se das medidas que conseguiu aprovar, destacando a atribuição automática da tarifa social a um milhão de famílias com comprovada carência económica, um novo aumento do Complemento Solidário para Idosos e do abono de família para dependentes com deficiência, um regime contributivo mais justo para os trabalhadores a recibos verdes e mais equidade no IMI.

Sabendo que "fica muito por fazer", Mortágua realçou o orgulho que o BE tem neste caminho, considerando que "falta agora o mais difícil: coragem para executar estas escolhas, alicerçada na força social que defende o país da burocracia europeia".

Lusa, em Notícias ao Minuto

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