São
várias as comemorações do 25 de Abril por todo o país, ressalta de todas elas a
sessão solene ainda a decorrer na Assembleia da República, no parlamento, onde
os eleitos pelos portugueses tecem os discursos alusivos.
Alusões que exibem
sem rodeios as reações ressabiadas de uma direita neoliberal a roçar o
neofascismo, até a uma esquerda, suporte do governo PS, que reafirma Abril e
faz notar os retrocessos infligidos pelo governo de Passos Coelho / Paulo
Portas durante os quatro anos passados. Retrocessos com o apoio do maior
desastre político, económico e suspeitosamente mafioso de nome Cavaco Silva,
recentemente apeado da Presidência da República. Por quatro anos, pelo menos, a
negação de Abril ocupou os poderes e votou à miséria mais de dois milhões de
portugueses, incluindo os que se viram na necessidade de abandonarem o país e emigrarem.
Preferimos
a página da TSF para trazer aqui o apontamento sobre as comemorações a
decorrerem na Assembleia da República. De notar a presença dos militares de
Abril, os militares da Revolução dos Cravos, da revolução do povo em 1974. Militares
que não compareceram nas comemorações na AR durante a vigência do governo que
escalavrou a democracia e a Constituição, vulgarmente chamado de governo de
Passos, de Portas e de Cavaco.
Resumos
do constante na página da TSF é o que apresentamos em seguida. Recomendamos que
visitem a fonte para obter o pleno da reportagem da equipa TSF. Acompanhem ali a
emissão em direto se essa for a vossa preferência. (PG)
25
de abril, sempre!
42
anos depois, o Parlamento assinala o 25 de abril, com a tradicional sessão de
discursos. Maior expectativa reside na intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa,
a primeira como Presidente da República.
PSD
faz a crítica mais dura à esquerda. E diz que quer consensos
Paula
Teixeira da Cruz é a escolhida do PSD. Começa pelos heróis desconhecidos de
abril, mas rapidamente passa à palavra "Democracia". "A palavra
às vezes mostra-se de aparente normalidade, de efeito anestesiante que por
vezes a corrói."
A
indiferença corroi a democracia. A coisa pública é de todos, não apenas de
alguns, muitas vezes para fins ilegítimos.
A
intolerância. Para os que transportam diferenças, para com o direito à
liberdade de expressão, para os que pensam de maneira diferente.
A
banalização dos conceitos. Quantas vezes não se evoca liberdade e democracia em
nome de práticas intoletrantes, subversivas e iníquas. Em nome de interesses
instalados e obscuros.
João
Torres, PS: Um jovem socialista propõe outros 3 d's
Uma
outra estreia num 25 de abril: João Torres, da JS, é quem fala pelos
socialistas, começando pelo "obrigado" aos militares de abril, que
hoje voltaram às comemorações.
A
primeira nota é de ataque aos off-shores: "Não podemos aceitar como normal
o que não o é".
Outra
contra a emigração forçada, "refugiados da nossa incapacidade económica e
social". E contra o emprego precário.
A
voz dos jovens, clara o deputado, pede resultados da ação governativa.
"Inquestionável vontade de devolver esperança, de recuperar a Europa. Um
novo ideal de justiça". E pede uma "sociedade decente, fundada em
três D: defender, dinamizar, desafiar." Desafiar a cartilha neoliberal,
acrescenta.
O
cravo no peito não é condição suficiente para cumprir abril. "É dar a
todos a igualdade de oportunidades. A liberdade e a igualdade não nos afastam,
aproximam-nos".
Jorge
Costa, do Bloco, critica a Europa
A
democracia encolhe-se perante a UE. A irresponsabilidade da Europa empurra o
país para ser "colónia de dívida". Critica Draghi, que veio
recomendar novas leis eleitorais.
CDS:
"Não podemos repetir os erros do passado"
Nuno
Magalhães começa por recordar os que foram perseguidos, "antes do 25 de
abril e durante o PREC (uma farpa ao PCP). Fala dos erros que se lamentam que o
país tenha cometido nos últimos 15 anos, base do sofrimento registado desde o
eclodir da crise.
CDS
ataca Plano de Estabilidade
"É
pouco credível nas projecções, é pouco prudente nas finanças públicas, é pouco
ambicioso na confiança", sublinha Nuno Magalhães, acrescentando que o
documento é também "muito preocupante quanto ao investimento, ao
crescimento e à esperança de emprego".
Representantes
da Associação 25 de Abril assistem à sessão
Rita
Rato, do PCP: PCP ataca a direita. E marca terreno
Rita
Rato fala pelo PCP. Tem 33 anos, fala agora daquele dia em abril e dos dias que
se seguiram, quando o PCP era maior do que hoje.
E
depois ataca os últimos anos de governação PSD e CDS. "A derrota significa
uma vitória da Constituição, repondo os valores políticos e sociais que
desprezou". Por um país mais justo, para cumprir abril. "Quando
comemoramos 42 anos da revolução, reafirmamos o compromisso de sempre",
diz a deputada: que os direitos sociais sejam assegurados.
José
Luís Ferreira do PEV: Verdes otimistas. "Já estivemos mais longe de
abril"
Agora
é a vez de José Luís Ferreira, um histórico dos Verdes, que regressa a 1974
para lembrar os sonhos de liberdade e de paz. "Era uma vontade grande
grande que ali estava".
Chegamos ao resto do nosso futuro, com o desejo de um país mais justo, que não passe pela destruição de riqueza.
Chegamos ao resto do nosso futuro, com o desejo de um país mais justo, que não passe pela destruição de riqueza.
"Já
estivémos mais perto de abril, também já estivémos mais longe"
"Pode
ser tímido, mas não deixa de ser um regresso, desde logo à normalidade
constitucional: a constituição voltou a ser respeitada, sem ingerências. Um
regresso ao respeito pelas pessoas. Discutimos quanto se devolve às pessoas,
discutimos qual vai ser o universo das pessoas isentas de taxas moderadoras. É
o regresso da nossa soberania. É o regresso dos militares de abril à casa da
Democracia".
André
Silva do PAN em estreia no 25 de Abril: Índice médio de felicidade, mote
do PAN
André
Silva, do PAN, com cravo na lapela, sobe ao plenário.
"Não vemos a democracia como algo estático", diz o deputado estreante no 25 de abril.
"A
realização e felicidade não pode ser proporcional à sua capacidade
produtiva". André Silva pede que se mudem os indicadores do sucesso
público, para "reescrever o destino em direção a uma sociedade mais
equitativa. O exemplo vem do reino do... Butão:
"A
única maneira de sustentar uma ilusão é quando é partilhada por todos".
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